"Uma sábia mulher me disse uma vez que todas as nossas experiências deviam ser vividas intensamente, excessivamente e abundantemente para que tirássemos o máximo de aproveitamento de cada instante. Como se aquele fosse o último. [...] O que acabei guardando daquele conselho foi que mesmo que esteja com os pensamentos desajustados e se sentir perdido, se você focar na intensidade a ser vivida conseguirá visualizar lados diferentes de uma mesma situação a modo de conduzi-las de forma positiva. O que te permite encontrar as soluções para os seus desamparos e assim, simplesmente... Voltar a aproveitar a sua vida. Foi o que aconteceu comigo, e demorou para me adaptar à esse novo modo de viver. Mas quando o fiz... Cara, foi no timing perfeito."
30 de Janeiro
Limoges – França
Eliza olha seu reflexo no espelho de chão e suspira pesadamente.
Dentro daquele quarto de decoração romântica, com papéis de parede em tons pastéis, móveis antigos de época – bem conservados, lareira de tijolos à vista, carpete claro, colchas da cama no mais delicado azul turquesa e janelas de madeira branca que davam vista aos jardins verdes e arvoredo campestre, era feita a preparação da noiva para o seu grande dia.
O dia do casório.
A claridade do dia de céu aberto e completamente azul adentrava o aposento e intensificava o branco do vestido longo de cetim que a mulher usava. Ela roda vagarosamente na frente do espelho e admira o corpo coberto pelo tecido solto, disfarçando de leve a barriga já redonda, e que se ajustava aos seus seios em uma faixa que contornava também os seus ombros e terminava em um laço às suas costas desnudas.
Seus cabelos estavam presos em um coque levemente frouxo, o qual permitia que duas mechas caíssem pela lateral de seu rosto até a altura do seu queixo e um véu fosse preso na terminação do amarro das madeixas.
No rosto uma maquiagem leve e simplória para uma cerimônia feita no jardim de uma pousada reclusa no interior da França, onde longe dos olhos da mídia dois amantes pudessem finalmente selar o seu relacionamento.
Louise se aproxima da mulher e lhe entrega o buque de flores brancas e azuis com os olhos úmidos. Eliza a agradece com o olhar e se vira para o grupo de mulheres emocionadas.
Elas dão gritinhos de excitação para a produção finalizada.
- Você está tão linda! – Priscilla é a primeira a pronunciar palavras coerentes e compreensíveis, enquanto as demais limpavam os cantos dos olhos com os seus lencinhos e se abanavam em emoção, balbuciando sons que provoca risos na noiva.
- Obrigada. – ela diz radiante e se aproxima do grupo choroso.
- A noiva mais bonita que eu já vi. – Emília afirma acariciando a lateral do rosto da neta com cuidado, para não borrar sua maquiagem.
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RACE IN HEELS 2 - GROWN [COMPLETA]
RomanceDois anos depois de terminar sua memorável primeira temporada na Fórmula 1, Eliza Benedetti é agora uma pilota de altíssimo prestígio e muito aclamada pelo público, se tornando símbolo de igualdade, feminismo e luta. Ela entra para a sua terceira te...