Era a primeira vez que Eliza assistia a sua máquina característica laranja pelas telas de transmissão da garagem da sua construtora em tempo real e se sentir espetacularmente bem com o fato de não ser ele quem pilotava. A "papaya", como eles costumavam chamar o carro, que antes era marcada com o número treze agora fora trocado pela numeração de Jamie, e seguia dando show em pista – em razão, claro, da talentosíssima pilota que a conduzia.
Nas últimas horas Eliza acompanhara de longe, respeitando o espaço da mais recente contratada, o seu esforço e dedicatória constantes para dar o seu melhor na equipe. O que transcendia os seus resultados daquele instante em questão, passando para a classificação do Q3 sem apuros ou qualquer sufoco.
Jamie era sucinta, focada, estava no auge dos seus vinte e dois anos e entusiasmada pela busca de resultados positivos, toda a equipe já havia se encantado por ela.
Ela ouvia atentamente aos engenheiros e se punha ao extremo para dar o seu máximo na pista. Até mesmo surgia com sugestões atrevidas, causando desempenho notório.
Quando a britânica finalizara a última volta do treino marcando a quinta volta mais rápida, e logo na sequência Lando passa marcando a segunda, toda a garagem explode em comemoração.
Com urros felizes, tapas entusiasmados nas costas, pulos, assobios e palmas. Muitas palmas.
Mesmo sendo apenas uma classificação e tendo plena consciência de que eles ainda teriam toda uma corrida pela frente para medir a capacidade dessa dupla, estavam confiantes que com os dois pilotos representantes eles iriam longe. E, por isso, Lizzie se orgulha.
Nas entrevistas pós classificatória ela observa Lando plenamente feliz declarando sobre os desafios que enfrentariam e que estava confiante, acima de tudo, de um lado; Enquanto do outro Jamie celebrava saltitante a sua primeira classificação da Fórmula 1, a primeira vez correndo entre os melhores dos melhores e atingindo resultados exuberantes.
Liza observa o seu andar, o seu sorriso e a emoção expressa no seu rosto enquanto era parabenizada pela equipe, e por um instante se vê refletida na garota.
Sua mente à leva ao começo de sua carreira, a sua primeira vitória na primeira temporada do campeonato e ela sorri radiante com a lembrança. As lágrimas de extrema felicidade, sentimento de satisfação, de euforia, a adrenalina que passou por seu corpo e permaneceu por horas. A sensação de realização, de simplesmente ser capaz.
Com o tempo todas aquelas emoções súbitas e intensas foram se tornando recorrentes e menos impactantes, e mesmo que não devessem acabaram caindo no costume. Ela se acostumara com aquilo, acabara se acomodando.
Ela precisava voltar à comemorar toda e qualquer conquista como se fosse o maior dos prêmios, novamente se sentir lisonjeada e absolutamente grata por estar ali – não que não fosse, mas a ponto de finalmente parar de focar tanto no que ainda faltava para conquistar e celebrar pelo o que já tinha.
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RACE IN HEELS 2 - GROWN [COMPLETA]
RomanceDois anos depois de terminar sua memorável primeira temporada na Fórmula 1, Eliza Benedetti é agora uma pilota de altíssimo prestígio e muito aclamada pelo público, se tornando símbolo de igualdade, feminismo e luta. Ela entra para a sua terceira te...