DIX

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"Eu nunca tive realmente que me despedir de alguém

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"Eu nunca tive realmente que me despedir de alguém. Me sinto muito privilegiada em dizer que nunca tinha tido contato direto com a morte porque até então nenhuma das pessoas que são próximas à mim haviam partido. Tirando meu avô, que faleceu quando eu era muito nova e do qual tenho poucas lembranças. [...] No entanto, depois que o Raul faleceu, passei a achar que não faz sentido nenhum, sabe, a despedida. Porque afinal, independente da sua religião e por mais que não sabemos de nada do que acontece depois que falecemos, temos a esperança de que tenha um depois. Aquilo não pode ser simplesmente um fim de tudo. E ter em mente que aquela pessoa querida possa estar sendo feliz em outro lugar, por mais que seja longe de nós, aquece os nossos corações. Assim guardamos ela carinhosamente dentro de nós, de uma forma que nunca será esquecida, porque no final de tudo sabemos que vamos todos acabar nos reencontrando. Então não é bem uma despedida, é o mais doloroso até logo."

5 de novembro

- Toc, toc. – a batida na porta é reforçada pela voz feminina que a imitava, e logo uma cabeleira de madeixas longas e castanhas surge pela fresta da porta que é aberta. – Com licença.

- Eliza! – Sarah sorri alegre do seu leito, automaticamente abaixando o volume da televisão com o controle remoto – Por favor, entre.

A pilota entra no quarto segurando um jarro de vidro cheio de girassóis em mãos, imediatamente notando a perna direita da colombiana engessada e posta ao alto por alguns suportes. Ela se aproxima aos poucos.

- Como está? – a brasileira questiona atenciosa.

- Impressionantemente bem, se considerada às circunstâncias.

A recém-chegada assente.

- Eu queria ter vindo antes, - Liza trata de esclarecer ao se posicionar ao lado do leito – mas aconteceram algumas coisas e não pude.

- Imagina, o Charles deu uma passada aqui ontem a noite e falou sobre você. – ela sorri triste – Está se sentindo melhor?

- Sim, forte como um touro. – Liza diz e elas riem fraco. – As vitaminas já estão fazendo efeito.

- Pelo visto, já teve alta. – Sarah comenta reparando nas roupas comuns da colega, que trajava um macacão confortável e longo na cor preta, sapatilhas e sobretudo na mesma cor.

Aquela manhã o dia havia amanhecido mais acinzentado, chuvoso e triste, como se também estivesse em luto.

- Sim, Anthony me liberou. – ela conta – Estando tudo O.K., ele não viu porque me segurar aqui.

- Maravilha! – Sarah sorri grande.

- Eu te trouxe isso. – Liza levanta o jarro, sorrindo. – Dizem que eles alegram um pouco o ambiente. E... Bom, pensei que seria de bom tom.

RACE IN HEELS 2 - GROWN [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora