Love Or In Love?

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Na sexta de noite, Chat Noir foi fazer a visita ao apartamento de Marinette. Outra vez, Klaus não estava por perto.

Estavam se divertindo e conversando sobre coisas totalmente aleatórias, até chegarem no assunto amor, paixão e sentimentos nesse ramo.

- Eu já fiquei apaixonada. - Marinette falou. - É doloroso e sem sentido e as pessoas dão uma importância exagerada para isso. - Não estava mentindo, era a mais pura verdade. Todo mundo que é capaz de amar, é capaz de ser salvo. E todo mundo que ama, acaba machucado.

- Para você, o que é se apaixonar? - Perguntou seriamente. Parecia algo que ele precisava saber, se quisesse reconquistar Marinette. Saber a definição de paixão e amor, pareciam coisas essências em sua missão.

- Se apaixonar é como dar a alguém uma arma apontada para seu coração e confiar para não puxar o gatilho. - Foi totalmente sincera no momento de dar sua resposta. Em sua cabeça, isso era um ótima definição de amor.

- Ele puxou o gatilho, não foi? - Decifrou a expressão da amiga para conseguir sua resposta. Também acabou sendo uma pergunta com resposta óbvia. - Vou arriscar no filho do seu chefe. - Questionou baixo.

- Quando a gente perde alguém ele fica com a gente, pra lembrar sempre como é fácil se magoar. - Era sua resposta para o acerto do gato. Ele tinha a machucado tanto e era obrigada a trabalhar quase ao lado dele. - Mas quando você se apaixona por alguém, acho que nunca consegue tirá-la do seu coração.

Suas palavras estavam machucando Cat Noir. Cada vez se culpava e se sentia pior pelos erros do passado. Ainda tinha esperanças em "concertar" tudo, na verdade, se não tivesse não estaria fazendo esse tipo de perguntas.

- E amor, Mari? O que é amor para você? - Por princípio, parecia ser uma pergunta repetida.

Amor e paixão costumam ser ligadas como sinônimos, mas não são. O amor é um sentimento mais profundo, duradouro e estável baseado numa relação de reciprocidade e cuidado com a pessoa amada. Já a paixão é mais intensa e rápida, está diretamente ligada aos impulsos sexuais e o prazer.

- Você se entrega e o amor é um ato de se entregar a outra pessoa. - Não foi uma resposta muito completa, então ela completou sua fala. - Acredito que quando se ama e é recíproco, você se torna vulnerável. - Não era muito bem uma resposta ou complemento, era uma espécie de desabafo. Chat Noir não sabia se deveria se sentir triste ou feliz. Pelo jeito com que ela falava, deixava a entender que ela retribuía os sentimentos de Adrien. - Eles têm o poder de te machucar de um jeito que ninguém pode. - Não era algo que Adrien já não tivesse conhecimento.

Chat Noir mudou de assunto depois de uma tempo. Falar sobre suas decepções amorosas não estava sendo muito saudável para Marinette. A visita durou mais um tempinho, até ele precisar ir embora por conta do seu anel, que estava piscando. Não quis arriscar se destransformar perto de Marinette, ainda presava pelo segredo de sua identidade cívil.

- Não pensei que minha situação com a Marinette pudesse ficar pior. - Adrien se jogava na cama, enquanto falava. -
Já estava no fundo do poço. - Se lamentou. Não era mentira, sua relação com a parceira de batalhas estava quase inexistente, mas conseguiram piorar tudo. Ele só conseguia se aproximar como herói e não era exatamente o que ele queria com ela.

- No fundo do poço tinha um alçapão. - Plagg respondeu assim que terminou de comer um pedaço de seu queijo favorito.

Adrien revirou os olhos como resposta. Não sabia e nem tinha o que falar. Só o que conseguia pensar no momento era em como conseguiu destruir Marinette, quando tinha apenas 14 anos e continuava a fazer isso inconscientemente. Decidiu se levantar e pegar seu celular, que estava em cima de sua escrivaninha, e ligar para Marinette. Tinha acabado de falar com ela, mas precisava conversar com ela como Adrien. Assim que desbloqueou o aparelho e abriu o contato da moça, exitou em ligar. Não soube se deveria ligar ou não, era uma situação complicada. A resposta do que deveria fazer veio de Plagg, que percebeu o que estava acontecendo.

- Eu sei que a ama mas acabou, parceiro. Já não importa, guarde o telefone. - Aconselhou calmamente, tomando cuidado com seu tom de voz. - Nunca é fácil ir embora, deixe-a pra lá. Vai ficar tudo bem. - Não era bom com sentimentos, não era um exemplo de ser com muitos, porém sabia um pouco por conta de seus outros portadores. - Vai doer por um tempinho. - Era como se o avisasse, desse um alerta sobre o futuro. - Então vire o copo, vamos esquecer esta conversa e aquela tarde. - Se referiu a um copo de bebida. Álcool era o mais indicado nesse tipo de situação, pelo menos de acordo com os adultos. - Você vai achar outra e vai ficar bem. Deixe-a pra lá. Nada cura o passado como o tempo. Tudo isso pode ser para te ajudar a encontrar o amor que você nasceu pra encontrar.

Adrien começou a seguir os conselhos de seu kwami. Deixou o telefone onde estava anteriormente, tomou um copo de whisky e respirou fundo para pensar no que faria a seguir. Plagg falou para ele se transformar, sair para pensar um pouco e correr pelos telhados, como gostava tanto de fazer. As únicas vezes que ele se transformava, era quando ia fazer uma visita a Marinette. Acabou encontrando Ladybug pelo "caminho". Decidiu se sentar ao seu lado, observar a vista com a parceira.

Já fazia um tempo que os dois heróis não se encontravam. A joaninha gostou de estar ao lado de alguém em quem confiava tanto. Seria bom desabar com alguém que não fosse Nik ou os três kwamis que viviam com os dois.

- Quando eu te vi pela primeira vez... - Começou um assunto. Seria uma conversa aparecida com a que teve com Marinette, mas dessa vez ele quem iria falar. - Nunca tinha visto algo tão perfeito. Eu me lembro de pensar, eu teria que te ter, ou eu morreria. Então eu descobri sobre aquele beijo, do qual eu não me lembrava, e me senti... Tão pacífico. - Riu pelo nariz e suspirou, se lembrando dos bons tempos que passou ao lado da heróina.

- E o que fez você não se sentiu mais pacífico? - Percebeu que tinha algo errado pelo seu rosto e tom de voz.

- Eu me apaixonei novamente e... - Deixou a frase morrer no ar. Não sabia o que falar. Queria desabafar e pedir conselhos para ela, mas não poderia arriscar expôr sua identidade. - Eu ainda releio todas as mensagens que ela tinha mandado. - Foi o modo que encontrou para conversar sem se expor muito. - Não conversar com ela estava fodendo com a minha cabeça. E se tem algo que eu sei é que eu deveria ir embora, mas eu só quero ficar, só quero estar com ela ao meu lado.

- Eu estou passando por uma situação parecida... - Comentou.

- Nós fizemos tatuagens iguais, mas eu acho que ela retirou a dela. - A dupla havia feito tatuagens de rena, mas elas eram tatuagens permanentes. Não sabia se ela havia mesmo retirado ou coberto a dela, mas era isso que acredita.

- Você está com dor, ou está sofrendo? - Perguntou calmamente.

- Não existe diferença. - Riu pelo nariz. Essa era a sua resposta para a pergunta da parceira.

- Sabe a diferença entre a dor e o sofrimento? - Ele negou com a cabeça. - A dor é uma coisa que sempre vai estar lá, porque a vida dói para caramba, sabe? E o sofrimento é uma escolha.

- Então eu acho que é dor... - Respondeu a pergunta da super-heroína. - A dor realmente fica lá para sempre?

- Com o tempo a dor diminui. Pode ser que não desapareça completamente, mas com o tempo não é mais esmagadora. - Era um sim. A dor sempre estará lá, não havia escapatória. As pessoas devem aprender a lidar com a dor, para ela não ser tão esmagadora.

- Eu a amo, sabe? - Marinette se lembrou da conversa de mais cedo. Ela havia dito o que era amor para ela, e Chat Noir estava dizendo que amava alguém. Interpretou como um sentimento realmente genuíno. - Só que eu fiz besteira e a perdi. Não tem como eu tê-la de volta.

- Quem sabe em outra vida ela seja a sua garota? - Parecia um jeito de deixá-lo mais feliz, porém estava falando para si mesma. Ela queria acreditar nisso. Talvez, em outra vida, eles fossem felizes juntos

- Acho que isso é muito tempo. - Riu se humor. Realmente, outra vida, para sempre e nunca, são sinônimos de muito tempo.

- Tenta falar com ela, outra vez. Talvez ela te escute dessa vez. - Disse e sorriu para o gato preto. - Eu tenho que ir. - Estava sentindo fraqueza muscular, outro sintoma referente a sua doença.

Ladybug ficou feliz por ter marcado um almoço com seus pais e irmã, estava sentindo que não teria tanto tempo para se despedir deles.

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