Capítulo 5

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[Em um naufrágio, quando a água chega ao pescoço é que vamos perceber que a qualidade de vida do outro interfere na nossa].

O EGOÍSMO É A CAUSA

Vimos no capítulo anterior o encontro de Jesus com um jovem que possuía muitos bens e que, estando ele apegado pelo materialismo, se frustrou pela ideia da partilha. Notório é que ele não estava preparado para dialogar com a compaixão, pois caridade era um ato que - provavelmente - não fazia parte de seu estilo de vida.

Lendo o livro "Ho'oponopono - O segredo havaiano para a saúde, paz e prosperidade", do Dr. Paulo Valzacchi, li uma frase que chamou minha atenção:

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"Todo sofrimento é causado pelo egoísmo".

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Segundo ele, trata-se de uma armadilha que é arrasadora, manipuladora, individualista e exclusivista, o que resulta em descontrole de uma vida que, agora, pode estar desarmonizada.

Eu tendo a concordar com ele. O egocentrismo mora em cada esquina, em muitas casas, escolas, empresas e também igrejas denominacionais. Pouco se ensina sobre empatia e nós vamos levando a vida com o empirismo do sofrimento.

O ser humano é sofredor, egoísta e hedonista. Tudo pelo prazer e necessidade de encontrar a felicidade, pois é o que importa dentro dessa realidade limitante que atropela qualquer possibilidade de autorreflexão. Já sem refletir, ele se expõe em busca da dor, mas sem nenhum nó na garganta pelo martírio que grita ao seu redor.

Queremos falar de nós mesmos e exigimos uma plateia atenciosa que compreenda o nosso sofrimento.

Somos capazes de nos tornar miseráveis em questão de segundos para envaidecermos o nosso ego e nem nos esforçamos para erguermos a cabeça para que nos vejam como vítimas do mundo. Aceitamos o compadecimento alheio porque procuramos ser o centro do palco e lutamos para que a cortina não se feche enquanto não houver sussurros de dó pelo que passamos.

Essa reciprocidade que buscamos nutre o egoísmo nato. Isso é inerente ao ser humano. Somos todos egoístas e escravos do sofrimento.

Devemos aceitar essa realidade, a qual não se impede, mas se neutraliza.

Então, surge uma importante questão:

O egoísmo é o maior problema?

É certo que não. Porém, aprender a desarmá-lo é o grande desafio.

Por meio do quê isso é possível?

Paulo Valzacchi diz que "o antídoto para o egoísmo é apenas um: o amor".

Eu vou além e chamo o mesmo antídoto de Amor Incondicional.

O egoísmo é dependente da reciprocidade, já o amor é autônomo e irrefutável.

NASCEMOS CEGOS

Somos seres que precisam de salvação.

O mal em nós se fortalece a cada insulto e constrói um padrão de reações como resposta a tudo o que nos sangra. Somos completos na inospitalidade e por isso, carecemos de aprender a nos importar com o vazio dos que confundem solitude com solidão.

Como salvar um ser que não se importa?

Devemos, então, crucificar a nós mesmos pela indiferença que temos ao mundo alheio?

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Nascemos não nos importando. Nascemos alheios, nascemos cegos...

Crescemos com máscaras. Crescemos com o ego que se entope na veia.

Vivemos com medo de amar. Viramos as costas e excluímos semelhantes dos nossos projetos...

Morremos com algum orgulho. Aquele que se desfaz como barranco de areia.

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Por que se importar? Porque é preceito do ato de amar.

De acordo com esse conceito, Jesus trouxe uma analogia magnífica para entendermos que o estado de paz da alma é a meta maior para todo aquele que almeja reprimir o egoísmo. Um futuro que reconhecerá os que se importarem.

Confira a analogia, a seguir:

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"O Rei, reconhecendo os salvos, os reuniu do seu lado direito e lhes disse:

- Venham todos os que são benditos. Entrem no Reino que está preparado desde o início de tudo; porque eu tive fome e vocês me deram de comer; tive sede e me deram água; não tive onde dormir e me hospedaram; precisei de roupas e vocês me vestiram; adoeci e foram me visitar; estive na prisão e recebi suas visitas.

Ao ouvirem atentamente, lhe dirão:

- Quando fizemos tudo isso pelo Senhor?

Então, o Rei responderá:

- Em verdade eu vos digo que quando fizeram tudo isso aos que estão ao vosso redor, o fizeram também a mim.

Aqueles que estavam do outro lado não tiveram a mesma sorte, pois não se importavam com nada além do seu próprio mundo".

(Texto baseado em Mateus, capítulo 25, versículos de 31 a 45, da Bíblia cristã).

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Do que estamos falando, se não do Amor Incondicional?

A partir do momento em que não entendemos isso, passamos a desprezar o chamado que recebemos: cuidar uns dos outros.

O olhar pelo outro interrompe a nutrição do ego e o individualismo passa a ser rejeitado automaticamente por quem compreende o sentido da compaixão.

Observe que Jesus, em sua analogia, descreveu pessoas que agiram sem prejulgamento algum, independentemente dos erros cometidos por quem estavam sendo assistidos. A reciprocidade não existe nesse caso. Nada é esperado em troca. Nada é compensado pelo amor.

O Amor Incondicional não impõe condições. Não exige regras e nem alertas... Apenas agradece.

A gratidão é parte desse amor e enxerga a alma do outro ao invés de condená-lo por seus atos.

O evangelho de Jesus é uma boa nova.

Assim ele é pelo simples fato de que somos tolos o suficiente para submetermos a compaixão às nossas crenças ortodoxas.

Existe salvação? Somente quando permanecemos cegos às falhas das outras pessoas para enxergarmos os nossos próprios pecados.

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🦉Nota do autor

Enfim, chegamos aqui.

Fizemos uma reflexão que pode provocar várias sensações, não é? Quais pensamentos você teve ao ler este capítulo? O quanto falta para que o egoísmo seja reprimido em você?

Se houver a compreensão da necessidade da amar de forma incondicional, você trilhará o caminho da luz. É fácil esse percurso? Com certeza, não. Até porque lutamos pela sobrevivência do nosso ego.

Contudo, podemos experimentar o poder da gratidão e praticar a compaixão diariamente.

O quê esperar do outro lado? Ah, isso não é da nossa competência.

Eu sou muito grato por ter você em meu caminho. De alguma maneira nós estamos conectados.

Até o próximo capítulo.🙋🏻‍♂️

Namastê. 🙏🏻

A TRÍADE DE CRISTO - A verdade em apenas três olharesOnde histórias criam vida. Descubra agora