[Quando você presta um favor a alguém, não o torna refém de suas necessidades].
APESAR DE...
Quando falamos em Amor Incondicional, tendemos a lembrar do amor de uma mãe para com seu filho.
Há alguns pensadores contemporâneos que acreditam não haver a possibilidade da existência desse amor, mesmo na relação entre mãe e filho. Fazem tal afirmação devido a expectativa da própria mãe, pois ela educa esperando que haja obediência e respeito, o que não acontece em muitos momentos. É verdade que esse fato entristece muitas guerreiras que – muitas vezes – abdicam de seus sonhos pelo bem de sua família.
Diante desse contexto que revela uma relação de sofrimento, como pode haver Amor Incondicional?
Pergunta pertinente, mas que requer uma inversão de valor para que se entenda.
Amar incondicionalmente não se estabelece pelo que se espera da outra pessoa – isso é o que se ensina por aí. Se assim fosse, não haveria condição alguma de um ser humano compreender o outro, pois o olhar julgador seria o parâmetro definitivo para que condenasse sem a menor desconfiança de um ato próprio ser injusto. Ou seja, a Compreensão requer suspeição na avaliação alheia, pois é possível estarmos precipitados quando julgamos alguém e o condenamos por nossos padrões cognitivos.
Esse olhar que suspeita de nós mesmos nos traz de volta à essência humanizadora que há em nós. Quando compreendemos alguém, nos emparelhamos a ele e o ato de julgar dá lugar à empatia.
O ato compreensivo é resultado do Amor Incondicional.
Ao contrário do que dizem alguns contemporâneos, o amor não nutre expectativas, pois não se fundamenta no quê se pode esperar do outro.
Voltando à relação mãe-filho...
O que a faz cuidar diante de tantas negações de seu rebento?
A rebeldia parece ser incontrolável e traz uma resposta desagradável de uma criança que não se atenta para o mundo blindado que sua mãe tende o colocar. A revolta de um adolescente, que busca conhecer a vida por si, é descoberta pelo tom de sua voz.
Vemos lágrimas de tristeza se tornando o canto de uma guerreira. Sua dedicação não é uma obrigação, mas uma missão mundana.
Desde o início dessa relação, ela faz um grande esforço para lhe repassar seu conhecimento.
Seria a mãe destinada ao sofrimento?
Talvez. Porém, o que me causa inquietação é o grau de sofrimento em que ela aceita estar pelo bem de um filho.
Reafirmo: O Amor Incondicional não se fundamenta no quê se pode esperar do outro.
O olhar de uma mãe se ancora no "apesar".
Mesmo com a desvalorização da parte de seu fruto, ela diz em si mesma:
"Apesar de você não me respeitar, eu continuo te amando".
Assim é o Amor Incondicional em qualquer relação. Quem ama incondicionalmente entende que não haverá nada em troca, pois se trata de uma atitude de ida e que não requer volta.
Em uma amizade, por exemplo, momentos de diversão podem marcar uma história entre amigos. Porém, uma expectativa não suprida pode também ser o suficiente para terminá-la.
Veja o seguinte caso:
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Certa vez, Branco abordou Cintia aflito e muito nervoso, dizendo:
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A TRÍADE DE CRISTO - A verdade em apenas três olhares
SpiritüelO que leva as pessoas desejarem ser perdoadas quando percebem que estão em seus últimos momentos? Será um encontro secreto com a morte e um passado de culpa que provocam a última reflexão essencial antes da despedida? Por que o olhar sobre a vida mu...