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"Se o desejo de matar e a oportunidade de matar vierem sempre juntos, quem escaparia?"
- Mark Twain

Christopher

— Você destruiu a minha calcinha. — ela sussurrou para mim enquanto colocava os saltos brancos.

Arrumando a minha gravata, eu tentei não sorrir, mas eu não podia evitar.

— Da próxima vez, não use nada e nós não teremos esse problema.

Ela caminhou até mim, lentamente, me olhando com punhais nos olhos, e isso só me fez a querer mais. O que diabos tinha de errado comigo?

— Eu não tenho um problema com isso — disse ela, me olhando. — Eu não sou a única que tem que se sentar durante o jantar pensando que não tenho nada debaixo desse vestido, em como você pode facilmente escorregar sua mão debaixo dele e chegar ate mim. Mas eu acho que vou me sentar na sua frente essa noite.

Ela se afastou tão rápido que eu senti como se tivessem jogado água fria em mim com a perda de seu calor. Isso, e o fato de que todo o sangue no meu corpo estava correndo para outra parte da minha anatomia. Merda.

— Você vai se sentar ao meu lado. — eu exigi enquanto ela caminhava em direção à porta e, meus olhos foram direto para sua bunda.

— Não, eu não vou. Eu preferiria atirar em você, mas já que eu não posso, eu vou te frustar sexualmente. Não rasgue a minha roupa. — ela retrucou, me deixando doendo por ela.

— Cadela, você vai me matar. — eu murmurei, tentando o meu melhor para me acalmar.

No momento em que saímos do escritório, Declan já estava esperando.

— Há quanto tempo você está aí?

— Tempo o suficiente. — Ele sorriu.

— Peço desculpas por ter esperado. Ela me disse que era só sexo. Aquela mulher me assusta e me confunde, tudo ao mesmo tempo. Apenas sexo.

Eu fiz uma careta.

— Tente ser casado com ela. Um minuto ela te beija e no outro ela está com um abridor de cartas em sua garganta.

— Um dia ela vai te matar Christopher, eu juro. — Os olhos de Declan se arregalaram antes que ele começasse a rir.

— Um dia, quem sabe. — eu suspirei.

Sinceramente, eu não tinha certeza se ela gostava de mim por qualquer outra razão além do fato de sermos casados. Eu era "apenas sexo" para ela, e isso não deveria ter me incomodado tanto, mas eu não conseguia afastar a sensação de que ela não ia mudar... Que ela nunca iria se importar.

— Então, eu estou supondo que vocês lidaram com o superintendente? Ou querem que eu faça algo? — perguntou ele quando paramos do lado de fora da porta. Eu podia ver em seus olhos, sua própria sede de sangue.

Declan não era tão assassino como Alfonso e eu. Ele sempre foi, e sempre seria, o homem por trás do computador, onde eu precisava que ele estivesse. Mas quando era policial, Declan queria sangue. Era, afinal, um oficial que tinha matado seus pais. Ele os odiava e o código que eles viviam.

— Se as coisas se complicarem, você pode dar um fim nele pessoalmente, Declan — eu respondi. — Mas, até lá, apenas mantenha um olho em nosso superintendente. Se ele comprar uma casa perto de qualquer coisa Uckermann, me deixe saber.

Ele balançou a cabeça, e o olhar escuro em seus olhos desapareceu no momento que ele entrou na sala de jantar. Ele parou quando percebeu que minha esposa estava sentada ao lado de Coraline.

Ruthless People - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora