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"É certamente mais fácil confessar um assassinato para uma xícara de café
do que na frente de um júri"
- Friedrich Dürrenmatt

Christopher

— Você é uma criança — ela disse, mas eu podia ver o sorriso nos seus lábios

— Sim — eu disse, pegando sua mão e a puxando para mim. Ela olhou para suas mãos e depois para mim. Eu sabia que ela estava um pouco desconfortável, mas ela não se afastou.

— O quê? Você não vai me pedir para ir com calma primeiro?

— Talvez se estivéssemos nos anos cinquenta.

— Você já foi a um encontro? — eu perguntei a ela, nos fazendo parar.

— Não, e é melhor você não tentar essas merdas românticas comigo — disse ela.

— As meninas gostam dessa merda romântica. — eu sorri.

— Eu não sou essas meninas.

— Nós podemos fazer um acordo — eu disse, me inclinando contra uma das árvores.

— Ou eu poderia chutar você. — Ela cruzou os braços e ficou reta.

— A violência não é a resposta, amor. Bem, violência contra mim não é a resposta — eu respondi, rapidamente. — Podemos ter encontros privados. Você e eu em nosso quarto, onde só eu posso te ver sendo gentil.

Antes que ela pudesse falar, eu a puxei e a apertei contra a árvore, beijando ela brutalmente.

— Em ocasiões especiais, podemos matar a polícia ou qualquer outra pessoa que fica no nosso caminho, de pijama. Afinal de contas, nós somos caçadores de pessoas — eu sussurrei na distância entre nossos lábios.

Ela me beijou, pressionando todo o seu corpo contra o meu e se afastou com um sorriso.

— Você com certeza sabe como encantar uma mulher.

Suas palavras me excitaram e eu a levantei e a prendi contra a árvore. Deus, eu amava essa mulher.

— Senhor, senhora — uma voz chamou atrás de nós, eu queria arrancar seu pescoço.

Se afastando, ela se virou para Fedel que estava de costas.

— O quê é!

Ele não se virou.

— O jato foi abastecido e estará pronto para partir. Seus celulares não estão funcionando, mas seu pai, senhor, tem tentado falar com você. Em uma hora, o delegado da polícia estará dando um comunicado à imprensa sobre o incêndio. Eles também foram à sua casa essa manhã.

Esse filho da puta foi à minha casa de novo?

— Apronte os homens — disse Dulce, arrumando suas roupas.

— Sim, senhora. Monte e todos os outros foram dirigindo noite passada — ele respondeu rapidamente.

Ele tem definitivamente mais medo de Dulce do que de mim. Eu ia ter que equilibrar isso também.

— Nos deixe — eu exigi, e ele se foi.

Me virei para Dulce e tentei respirar com calma, mas, eu queria o filho da puta do policial morto.

— Eu vou matá-lo — eu disse a ela. — Eu vou descobrir-

— Isso não vai funcionar. Você tem que quebrá-lo. — ela suspirou, dando um passo na minha frente. — Matá-lo é apenas metade da batalha. Ele está se tornando um modelo. Ele está se tornando um herói. Ele vai dar algum discurso edificante e tentará restabelecer a esperança de um futuro melhor. É hora de fazer o que prometemos fazer se ele não parasse. — Ela balançou a cabeça — Quando o crime é nos guetos, ninguém dá a mínima. Quando o crime é nos subúrbios, as pessoas exigem mais da polícia.

Ruthless People - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora