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- Matheus -

depois de eu fumar dois beck começou a esfriar, me levantei da areia voltando para onde estava minha moto, montei nela e voltei pra rocinha, estacionei na garagem, entrei em casa, o Liam e Victor estavam dormindo no meu sofá enquanto um filme de desenho passava na tv, dei um tapa na cabeça de cada um que nem se mexeram, revirei os olhos e desliguei a tv.

fui para o meu quarto, deixei minhas coisas na estante da tv e fui tomar um banho para tirar toda aquela areia do corpo, tomei um banho quente e relaxante, coloquei uma bermuda e deitei caindo no sono logo em seguida.

-- 

acordei com a porra do me radinho apitando sem parar, xinguei baixo e me levantei pegando aquela merda, sincronizei na linha e tava uma falação do caraho.

radinho on

MT: que foi caralho?

loirinho: dia de entrega de heroína patrão, esqueceu? - falou rindo e eu passei a mão no rosto lembrando dessa merda.

MT: marca 15, vl ta por onde?

VL: pela cozinha da sua casa - falou alto e eu ouvi a voz dele abafada.

MT: vai pra lá agora filho da puta, ja eu chego - desliguei o radinho.

radinho of

Victor é muito folgado puta merda.

joguei o radinho em cima da estante de novo, fui em direção ao banheiro, fiz minhas necessidades, escovei os dentes e comecei a tirar a roupa para tomar um banho, coisa de 5 minutos. coloquei uma roupa qualquer, peguei minhas coisas e sai do quarto, Vl já tinha saído, peguei uma maça na cozinha e abri a porta de casa mordendo ela, montei na moto e acelerei descendo pra barreira, com uma mão eu pilotava e com a outra eu comia a maçã, terminei e joguei o talo no bolso pra não jogar na rua né.

chegando na barreira eu já vi o carro no beco e alguns vapores ali perto descarregando e levando as caixas para uma boca que tinha li naquele beco para depois distribuir para os outros pontos de venda. parei a moto perto da calçada onde  o víbora e goiaba estava observando o descarregamento, o vl e o loirinho tava junto mas eles estavam gastando com a cara de todos os menor.

MT: caralho, vocês não aguentam ficar um dia sem incomodar ninguém? - falei meio grosso e os dois me olharam com cara de deboche.

loirinho: querida, eu sou cantora - afinou a voz e colocou a mão na cintura, revirei os olhos e desliguei a moto ainda ficando em cima dela.

víbora: leva o loirinho pra longe de mim pelo amor de deus MT - me olhou com olhar de desespero e eu abaixei a cabeça rindo baixo, levantei meu olhar para ele de novo.

MT: o que esse moleque ta aprontado dessa vez? - cruzei os braços encarando ele que não tava nem ai.

goiaba: provavelmente um incêndio, roubou os isqueiro de todo mundo que fuma - olhei pro loirinho sério.

MT: devolve - apontei para ele que riu.

VL: ele só ta incentivando as pessoas a pararem de fumar - deu um tapinha nas costas dele - rouba o do MT - falou baixo  eu revirei os olhos.

MT: cadê o menor da entrega? - perguntei com o Víbora que assobiou e fez sinal para o cara vir até aqui.

víbora: com ele ali - falou pra mim, o cara se aproximou e fez toque com todo mundo.

Xx: quem é o comprador? - distribuiu o olhar em todo mundo, sempre é um cara diferente que traz o produto então eles não sabem quem é que encomenda, fiz sinal e ele me olhou - eu sou o lóto, assim que você verificar tudo é só assinar - assenti e desci da moto indo até a boca do beco, conferi tudo, assinei e sai dali indo pra boca principal.

foi eu montar na moto e olhar pra barreira que eu vi aquela advogada lá, a Jade, ela tava com uma calça preta, uma blusinha branca curta, uma jaqueta bege e uma bota preta, gata pra caralho, mas jamais eu assumiria, a Lua tava com ela e elas começaram a subir o morro, assim que a Lua me viu sorriu e veio arrastando a outra pra cá.

Lua: sentiu saudades? - sorriu e se aproximou me dando um abraço de lado, dei um beijo na cabeça dela e a empurrei.

MT: nunca - olhei pra outra que também tava me encarando, não desviei o olhar e ela também não.

Lua: não apresentei vocês né? - desviei o olhar pra ela - Jade, MT - apontou pra ela e depois pra mim - MT, Jade - fez o sinal inverso agora, e eu só assenti.

Jade: eu tenho que ir - falou com a Lua e eu olhei pra ela de novo.

Lua: tudo bem, eu subo com o MT - as duas se abraçaram e a Jade deu as costas atravessando a barreira fazendo sinal para os vapores e rindo - ta encarando demais pq? - riu fraco.

MT: fica na tua Luana - falei serio olhando pra frente, ela gargalhou, tirei o pezinho da moto no chão, coloquei a chave na ignição e liguei ela, a Lua montou na garupa  e eu sai dali indo em direção a casa dela.

encostei na frente da casa dela, ela desceu entrando em casa e eu fiz igual, deitei no sofá pegando meu celular que tava no bolso, a Lua apareceu no corredor que vem da cozinha depois de um tempo.

Lua: vem comer coisa feia - bloqueei meu celular deixando ele cima do sofá e segui ela até a cozinha, comi junto com ela, depois peguei meu celular e fui pra boca principal.

hoje o dia tava corrido, resolvi tudo na boca depois passei no galpão conferir umas paradas, cobrei uma galera e depois voltei pra boca.

víbora: MT, o Vl - apareceu na porta da boca ofegante e eu olhei pra ele.

MT: o que tem o Vl? - perguntei normal.

víbora: ele foi descer a ladeira de bicicleta e caiu - passei a mão no rosto, nem fodendo que o vl fez isso.

MT: onde ele ta? - levantei.

víbora: no meio da rua ali pra cima - sai da sala.

assim que eu parei na frente da boca olhei pra cima, um monte de gente ali, subi entrando no meio de todo mundo, quando eu vi o Victor jogado no chão, todo ralado e meio ensanguentado minha única reação foi rir.

Vl: rindo da minha desgraça? - sorriu falso.

MT: pra você parar de ser besta - me agachei perto dele, ele nem tava tão machucado, puro drama.

Vl: eu só tava sendo feliz, perdi o controle e to aqui - levantou os braços e riu.

MT: vem - levantei e estendi a mão pra ele, ele levantou e se apoiou em mim, é, a perna dele tava bem fudida - o que vocês tão fazendo o que ainda? - falei alto pro povo que tava em volta, foi eu falar que todo mundo começou a circular e saiu dali.

loirinho: se fudeu - gargalhou e eu ri baixo ajudando o Vl ir até o barzinho ali perto que era da nossa mãe de criação, o loirinho puxou uma cadeira e eu sentei ele lá.

víbora: quer ir pro postinho? - apareceu ali e eu sentei em uma cadeira na frente do Vl.

Vl: ta maluco víbora? vou o caralho - ri baixo sabendo que ele até hoje tem medo de médico. olhei pro balcão do bar vendo a tia.

MT: tia Maria! - falei alto pra ela bar, que sorriu - trás um litrão ai - ela assentiu e entrou lá pra dentro, não demorou muito pra ela voltar com uma garrafa e 3 copos colocando na mesa que a gente tava.

Maria: Vl deixa eu limpar isso ai - colocou as mãos a cintura olhando pra perna dele, peguei a garrafa despejando a cerveja no meu copo tomando um gole.

Vl: vai doer tia? 

Maria: mais que o impacto de você no chão, não - ele fez cara de sofrido e eu ri.

Vl: eu vou morrer? - ouvi o loirinho gargalhar.

loirinho: você caiu de bicicleta, não ta com câncer não cara.

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora