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- Matheus -

a lua realmente sumiu, e assim que a doutora foi embora eu fumei dois becks que foram o suficientes para me deixar meio lombrado, todo besta. já falei que tenho o coração bom né, fui junto mesmo, ela é importante pra Luana e eu sou curioso, quero saber desse auê ai.

e eu não odeio ela, eu implico com ela pq ela me irrita sem motivo nenhum, dá pra suportar, eu estou afim de fazer uma coisa de novo e eu não tinha nada de interessante naquela resenha, tava quase piando pra um baile quando eu vi o celular da Lua moscando e ela ligando.

agora a maconha já ta saindo da minha mente, vou ficar mais na minha mesmo e é isso.

xx: como é o seu nome? - a mãe dela me perguntou, ignorando a Jade.

Mt: pode me chamar de Matheus - sorri de leve, nem me importei de falar meu nome perto da doida, ela deve saber por conta dos processos que vai tudo pra mão dela.

Jade: o dona Marília, pode me contar a história do que aconteceu logo que eu ainda tenho que voltar pra casa? - cruzou os braços e encostou as costas no sofá.

Marília: me respeita garota - deu um tapa que não pareceu forte na perna dela, olhei pra ela rindo de canto ela me encarou puta mas logo voltou a olhar pra mãe.

Jade: fala logo, mãe - fez drama, a mãe dela soltou o ar e finalmente começou a falar, eu não sabia o contexto mas tava entendendo.

Marília: eu comecei a me envolver com o Sérgio quando tinha 16 anos, novinha de tudo, ele ja tinha 24 e sabia muito bem oq tava fazendo.

Jade: vai jogar a culpa toda nele? - interrompeu a mãe.

Marília: não to jogando a culpa em ninguém, to contando oq aconteceu! - a jade revirou os olhos.

Jade: continua.

Marília: assim que eu fiz 18 eu engravidei do seu irmão e foi ai que o Kendrick apareceu, ele era novo no bairro, gringo e muito lindo, todas as garotas caiam em cima, e ele galã sangue ruim ia em todas, soq ai as opções acabaram, ele ja tinha ficado com todas as garotas do bairro, menos comigo. Ai começou a insistência, mesmo eu estando grávida e casada.

Jade: foi ai q vc traiu o Sérgio? - interrompeu de novo.

Marília: foi - a Jade abriu um pouco a boca mas logo fechou - eu não me orgulho disso, mas foi, aconteceu uma vez e depois de alguns dias eu ja tive seu irmão, seu pai me procurava sempre, algumas vezes eu cedia e ficava com ele, depois dos 3 anos do Jonathan ficou mais frequente, e foi ai que eu engravidei de você.

Jade: e o Sérgio? - ela tava inquieta demais, eu só observando tudo.

Marília: ele sempre me traiu, nunca me deu grande valor, depois do seu irmão então só piorou.

Jade: ta, e depois que vc engravidou de mim?

Marília: eu realmente pensei que era do Sérgio, pq eu e seu pai sempre nos protegemos, ai vc nasceu e não teve como negar, tu é a cara dele.

Jade: e o que o Sérgio fez? - olhei pra ela emitindo um "fica quieta" sem som e ela revirou os olhos voltando o foco pra mãe.

Marília: pirou né? quando eu sai do hospital contigo ele ja tinha sumido no mundo, abandonou o filho dele, nunca mais o procurou! ai eu me virei né, voltei pra cá, e dei minha vida pra criar vocês dois.

Jade: e oq meu pai falou quando descobriu que vc tava grávida? ou melhor, que tinha uma filha? - a mãe dela ficou quieta, fechou os olhos devagar engolindo saliva, saquei na hora, e eu pude ver que a Jade também só pela cara.

Marília: Jade, eu... - Jade não deixou ela nem começar direito.

Jade: pq vc não falou pra ele?? era um direito meu! 26 anos da minha vida odiando o meu pai, que não fez NADA de errado pq nem sabia que eu existia!

Marília: Kendrick não é o anjo que você pensa não, Jade! tinha o nome envolvido em muita coisa ilegal, corria risco de vida o tempo todo, eu era apaixonada nele, não queria isso nem pra ele, quem dirá pra minha filha!

Jade: ele era oq? chefe de uma máfia??? - quase gritou.

Marília: chefe não, mas que tinha o nome la dentro, tinha - falou calando a boca da Jade - se põe no meu lugar de mãe.

Jade: ele me viu alguma vez? - falou depois de um tempo.

Marília: ele voltou pro país dele pouco tempo antes de eu descobrir que tava grávida de ti.

Jade: não vou nem perguntar por celular pq até hj ele vive nas caverna pra ter me mandado carta - se jogou no sofá ficando queita.

Marília: ve se me entende, Jade! eu ja tava sofrendo por ter perdido o amor da minha vida, ai veio você que me confortou, ai eu descubro que vc é filha dele e ainda fui abandonada com seu irmão, e que você pode correr perigo até hj!

desse meio ai eu entendo, família é seu ponto fraco, pode ser usado de muitas formas.

Jade: eu vou embora - levantou do sofá - amanhã eu viajo, na volta passo aqui.

Marília: tenta me entender, minha filha - Jade assentiu devagar e se aproximou dando um abraço fraco na mãe, logo se soltou e eu repeti o ato, a mãe dela era gente boa pô.

Matheus: fica tranquila dona Marília, boa noite.

Marília: volta mais vezes, Matheus - sorriu amigável e eu retribui.

Matheus: quem sabe - vi q a Jade ja tava la fora, mandei beijo pra mãe dela e sai da casa indo atrás da doida, ela entrou no banco do passageiro e eu então fui pro motorista.

Jade: só dirige - estendeu a chave do carro pra mim, peguei da mão dela e coloquei na ignição, liguei o carro e fui andando devagar até pegar a pista em direção ao Rio.

a Jade foi o caminho todo quieta, sabia que ela devia estar pertubada então nem falei nada também, a gente ja tava no Rio, perto do bairro dela, e ali eu não sabia pra onde eu ia.

Matheus: Jade? - ela resmungou um "hm" - onde vc mora?

Jade: no Wave - falou baixo.

não demorou muito pra eu chegar, ela me falou onde era pra eu estacionar e assim eu fiz.

Jade: quer ir embora com meu carro? - falou assim que eu desliguei ele.

Matheus: relaxa doutora, eu mando alguém vir aqui - olhei pra ela que assentiu com a cabeça.

Jade: sobe comigo pelo menos, pra esperar - falou abrindo a porta e logo depois saindo.

Matheus: precisa não - fiz o mesmo.

Jade: por favor, pra eu não sair com a fama de mal educada - sorriu fraco e eu ri baixo.

Matheus: só vou pq eu sei que vc ta com medo de subir sozinha - ela deu risada.

Jade: tô sim, besta - sorri de lado e entreguei a chave do carro pra ela, ela foi andando e eu só seguindo.

fomos em silêncio até entrar no apê dela.

Jade: fica a vontade - sorriu fraco e eu fui indo direto pra sacada, era óbvio que daria pra ver o mar, ela chegou logo atrás de mim, se apoiando na barra - obrigada por ter ido comigo - falou depois de um tempo quieta.

Matheus: vc não é tão insuportável assim - olhei pra ela que me deu um soquinho.

Jade: vc nem me conhece.

Matheus: me diz oq eu preciso pra te conhecer - continuei olhando pra ela que olhava pro mar, mas logo me olhou.

Jade: precisa de tempo - sorriu.

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora