• 40 •

9.5K 437 1
                                    

-  Jade -

jade: to com fome, vamos logo - falo saindo do colo dele.

matheus: tu atiça muito - dou risada e estico a mão pra ele que pega e levanta da cama me arrastand pra cozinha - quer oq?

jade: tanto faz - dou de ombros, ele solta minha mão e eu sento na banqueta da bancada.

matheus: vou fazer misto pra tu - eu assinto com a cabeça.

ele faz as coisas bonitinho pra gente comer, e depois de comer ele me arrasta pro quarto, a gente ta deitado agora na maior preguiça só batendo um papo aleatório mesmo.

meu celular começa a tocar, eu olha pro criado mudo onde ele ta e o matheus pega meu celular, ele olha e depois estica pra mim.

matheus: é do teu corre - pego o celular e atendo colocando ele na orelha.

ligação of

jade: oi

angela: oi doutora Jade, desculpa ligar na sua folga, é que o senhor Daniel Teixeira está aqui e querendo muito falar com a senhora.

Jade: o que aconteceu? - falo sem muito ânimo e sinto a mão do matheus na minha coxa, ele aperta e solta devagarzinho, eu olho pra ele vendo a carinha de sonso.

angela: bom, o filho dele foi detido novamente e ele entrou com um processo contra o dono da favela da rocinha, ja que as drogas foram vendida lá - arregalo os olhos.

Jade: o Daniel fez o que?! - falo mais alto e sento na cama, matheus franze as sobrancelhas de leve, eu tiro o celular da orelha colocando no viva voz e olho em seus olhos.

Angela: Ele acabou mencionando que acabou de sair da delegacia, foi apresentado provas contra o senhor Matheus Silva, o processo deve chegar em breve, o Matheus é defendido pelo escritório.

matheus: eu vou cometer mais um crime, ja se prepara - ele fala serio e eu ignoro.

Jade: ele ta ai ainda?

Angela: esta sim, conversando com os estagiários.

Jade: segura ele ai, eu to indo.

Angela: ok doutora.

ligação of

matheus: Daniel Teixeira, né? - eu assinto - eu vou matar ele hoje mesmo.

Jade: Matheus, não - ele revira os olhos na hora - vc seria o primeiro suspeito, caralho!

matheus: da em nada não - ele levanta da cama e pega o radinho - ae Vl, ta por onde?

Vl: fala amor, to subindo pra tua casa agora.

matheus: não - ele responde na mesma hora e me olha - agora não, deixa que eu desço ai.

Vl: ta com quem Matheus?

matheus: onde vc ta?

Vl: boca principal

matheus: ja apareço ai. - ele deixa o radinho na estante de novo.

Jade: ja to indo também, só vou me trocar - levanto da cama, pego minha calça que tava na estante e entro no banheiro.

coloco a calça e ajeito a camiseta do MT no meu corpo deixando ela mais ajeitadinha, saio do banheiro, coloco meu tênis e saio do quarto com ele.

matheus: me fala oq deu dai, ta bom? - a gente para em frente a porta, eu assinto com a cabeça - tchau.

Jade: é a tua vez de ir até a mim - faço graça e dou um selinho nele, ia parar ai mas ele me segura me dando um beijo rápido.

matheus: vou tentar - fala pertinho da minha boca, eu reviro os olhos rindo e abro a porta.

ontem a noite ele guardou meu carro na garagem pra ninguém ver eu saindo, vão estranhar o carro? sim, mas não vão saber que sou eu.

eu entro no carro e ligo ele, o Matheus abre o portão e eu saio dali acelerando direto pro escritório.

estaciono o carro em frente e desço entrando e ja indo em direção a Angela.

Angela: bom dia doutora - ela sorri amigável e olha pra trás de mim, dou bom dia pra ela e me viro vendo ele ali.

Jade: qurendo falar comigo, senhor Daniel? - sorrio falsa.

Daniel: pois é, e presumo que a senhora não vá gostar - ele sorri e eu franzo as sobrancelhas.

Jade: me acompanhe até a minha sala - estico o braço em direção ao elevador e ele passa na minha frente entrando, entro logo em seguida apertando o botão.

espero o elevador em silêncio e quando abre eu ando na frente indo até a minha sala, sento na minha cadeira e faço sinal com a mão pra ele que se senta na minha frente.

Jade: sobre o que os senhor queria falar comigo?

Daniel: vim perguntar oq vc anda fazendo na favela da Rocinha perto de tantos traficantes e nunca denunciou nada - ele sorri satisfeito e eu franzo as sobrancelhas me fazendo de sonsa e sentindo o sangue esquentar.

Jade: como?

Daniel: não se faça, Jade - ele fala sério, abre sua maleta e tira algumas folhas jogando em cima da minha mesa, pego elas vendo oq se tratava e puta que pariu...

eram várias fotos minhas, eu com a Luana no baile, ou só andando pelo morro e tinha uma que se fosse pra público, ia foder muita gente. Era a daquele dia em que estavamos no bar, um dia antes da gente viajar com um povo do comando.

Daniel: e segundo minhas fontes, tu viajou com eles né? Búzios não é? - eu olho pra ele.

Jade: o que você quer? - falo me segurando pra não mandar ele pro caralho.

Daniel: quero meu filho solto, o quanto antes.

Jade: o sistema é lento, requer tempo.

Daniel: se vira, pede pra ele responder liberdade ou sei lá, tu tem duas semanas - ele se levanta - ou essas fotos vão pra justiça - ele sorri e da as costas saindo dali.

sinto meu sangue fervendo, eu to puta pra caralho e por mim eu descarregava um pente na cabeça desse filho da puta.

surtos de raiva, é claro que eu nao faria isso.

mas porra, se isso for pra justiça eu to fodida demais, eu posso perder totalmente meu direito de advogar, posso ser colocada como cúmplice além de ficar mal vista por ai por ser advogada e ir em favela.

eu ligo pra isso de ser advogada e ir em favela? nem um pouco.

não to matando, roubando nem traficando, to indo ver minha amiga.

erradasso ser advogada e estar ficando com o chefe do trafico da rocinha? porra, deve ser, mas isso ai não tem nada a ver com a doutora Jade e sim com a Jade Vasconcelos.

mas isso ai não vai ficar assim não, vai achando que aquele pau no cu vai ficar me ameaçando!

ligo o computador ja vendo o processo do Matheus no meu email, agora o sistema é rápido né?

abro ele lendo inteirinho procurando por falhas, e caralho, tem várias.

o que ta sendo posto como prova são fotos dele pelo morro, algumas perto de uma galera armada e ele saindo ou entrando na boca, mas como ele não é réu primário, dificulta o processo.

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora