- Matheus -
9 meses depois...
Jade dorme tranquila no meu colo, observo seu corpo na camisola de dormir, os peitos quase saindo pra fora, o barrigão marcando e as pernas tatuadas. Passo a mão no seu cabelo e aproximo meu rosto sentindo o cheiro dela, gostoso pra caralho.
Descobrir que ia ser pai fui uma parada surreal, saber que eu ia ter um herdeiro mexeu comigo. O medo de não ser presente na vida do meu filho foi o maior, o medo de morrer e deixar meu menino sem um pai, como eu, ou ser preso e só a[ser presente na vida do meu filho depois dele grande, criado como foi com a mãe dele.
Quero meu filho crescendo em um família feliz, com o pai e a mãe dele e mais um monte de tio que é o que ele mais tem. Vou fazer de tudo pelo meu filho, pela felicidade dele, não é atoa que vai se chamar Caio...
Meu filho pode nascer a qualquer momento, não to saindo do lado da minha mulher por nada mais. Agora são quase 2 da manhã, acordei do nada e to só deixando a cabeça funcionar.
Jade é o amor da minha vida, a gente se encaixa como peças um pro outro, é um parada surreal e eu não me imagino mais sem esse mulher do meu lado. O jeito que tudo aconteceu, como a gente veio parar aqui foi muito intenso, tudo aconteceu tão rápido e tão certo, e eu sou o homem mais feliz do mundo com ela do meu lado.
Passei a tomar muito cuidado com minhas escolhas, tirei todo o perigo de perto da minha mulher nesse período dela grávida, to me afastando do crime, parei de fumar e to parando de me arriscar em pouca coisa.
As coisas na comunidade nunca estiveram tão calmas, a família que a gente construiu aqui dentro nunca esteve tão unida, tudo pelo Caio.
Jade se mexe e eu passo a mão no cabelo dela, ela resmunga e coloca a mão na barriga, quando ela abre os olhos percebo eles molhados, ela ta chorado, ela chorou quse todos os dias nesses 9 meses.
Jade: ta doendo - ela passa a mão na barriga mais uma vez e eu olho na direção - Matheus - ela bate a mão no meu peito e se senta, olho pras pernas dela vendo tudo molhado.
Matheus: o que ta acontecendo Jade? - olho pra ela que chora e olha pras pernas e me olha de volta.
Jade: minha bolsa estourou, nosso filho vai nascer - eu abro um sorriso - ta doendo, vamos logo.
Matheus: fica ai, calma - me levanto da cama correndo, jogo uma camiseta no ombro, entro no quarto do Caio pegando as bolsas que ja estavam prontas e a chave do carro que estava pendurada, guardo tudo no porta malas e entro vestindo minha camiseta ouvindo o grito da Jade.
Jade: meu deus, isso dói muito - ela diz chorando assim que eu entro no quarto, só pego uma blusa pra ela, calço meu chinelo e aproximo da beirada da cama com o chinelo dela colocando no chão.
Matheus: eu to aqui, respira fundo - ela me olha chorando desesperada - consegue levantar? - ela nega com a cabeça, então eu pego ela no colo saindo de casa e parando na porta do carro - se apoia em mim e fica em pé sem forçar mto o pé no chão - ela faz isso, eu abro a porta do carro colocando ela la dentro.
bato a porta do carro e ja passo pro motorista correndo, ligo o carro e acelero dali o máximo que dá, diminuo um pouco a velocidade chegando perto da barreira, abaixando o vidro vendo os vapores que estão.
Matheus: avisa pra minha família que o herdeiro vai nascer - falo sem nem olhar pra ele direito e ja volto a acelerar voando pro hospital.
Jade vai o caminho todo chorando e mordendo minha mão abafando os gritos de dor, eu to em um surto interno mas tentando parecer tranquilo pra não deixar a Jade mais nervosa ainda. Minha mão eu nem sinto mais.
Estaciono o carro quase na porta do hospital, desço batendo a porta e passando pro outro lado correndo, abro a porta ajudando ela a sair, no primeiro grito dela eu pego ela no colo a levando la pra dentro. De cara vem uma enfermeira com uma cadeira de rodas e já leva ela direto pra dentro fazendo eu seguir.
Eu fico perdido vendo aquele monte de gente perto dela, fazendo isso e aquilo sem falar nada, só sei que perguntam pra ela aquela parada de normal ou cesária e ela responde a segunda opção e com isso aplicam uma parada nela e me falaram que eu preciso me preparar pra entrar na sala de cirurgia.
Tudo vai acontecendo muito rápido, vai tudo correndo e logo a gente ta na sala de cirurgia, ela segura minha mão me olhando com os olhos brilhando e sorrindo.
Matheus: ta sentindo nada né? - pergunto a vendo a movimentação que ta atrás do pano.
Jade: nada - ela fala baixo - eu te amo muito - ela levanta a cabeça me olhando sorrindo, coloco as duas mãos na lateral do seu rosto e me aproximo dando vários selinhos nela.
Matheus: você é a mulher da minha vida - dou mais um selinho - te amo pra caralho, minha ratinha - ela da uma risada gostosa - é nós contra o mundo.
Desvio o olhar dela quando escuto um choro fino, na mesma hora meu olho se enche de lágrima e meu mundo para, olho na direção vendo meu filho, o médico passa ele pros braços da enfermeira que pega ele com um tecido e eu sou chamado pra cortar o cordão umbilical.
Me aproximo devagar, o médico fala comigo e me entrega a tesourinha, corto onde ele me falou e olho pro meu filho que ainda chora, a enfermeira pergunta se eu quero pegar e na mesma hora eu aceito.
Ela coloca meu filho nos meus braços, ele vai parando de chorar e quem chora agora é eu, com um sorriso que nada vai tirar do meu rosto. Olho pra minha mulher que também chora sorrindo e me aproximo dela me abaixando fazendo ela ver.
Matheus: é o nosso bebê - olho pra ela - caralho, eu sou o homem mais feliz do mundo papo reto - ela dá risada.
Ali eu me perco olhando cada detalhe do meu menino, o quão ele é lindo. O cabelo pretinho igual o da Jade, os olhos também são dela, mas o resto, é eu inteiro. Jade pede pra pegar ele e com a ajuda da enfermeira eu coloco ele no colo dela, beijo a lateral do rosto dela e viajo naquela cena.
Minha mulher e meu filho, as razões da minha vida, são por eles que eu vou lutar até o meu último suspiro, é tudo por eles. Eu conheci não só o amor por uma mulher mas também o amor por um filho, e tudo isso tão rápido que é até louco de pensar, mas eu me sinto tão completo.
Eu não troco essa minha vida por nada no mundo, nada.
Jade mudou minha vida, ela me ensinou tanta coisa, e construir uma família com ela foi a melhor decisão que eu já tomei, é nós três pra sempre.
e se alguém sonhar em tirar eles de mim, eu garanto que eu reviro o que for preciso, por eles, nada me para.
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Inevitável
Jugendliteratur☆ livro bônus ☆ +16 | Rocinha, Rio de Janeiro, RJ (libertinagem) 𝑆𝑒 𝑎𝑙𝑔𝑜 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑑𝑎𝑟 𝑒𝑟𝑟𝑎𝑑𝑜, 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑎 𝑖𝑛𝑒𝑣𝑖𝑡𝑎𝑣𝑒𝑙 𝑒 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑖𝑜𝑟 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜.