30 - Encontro com a morte

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Athena sabia que caminhava em direção à morte

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Athena sabia que caminhava em direção à morte. Soube que a morte a encontraria, naquela dimensão, no momento em que viu os demônios e eldors lutando, quando chegou ali em Midgard.

Agora, enquanto caminhava à frente de dois mil guerreiros eldors, sentia que se aproximava da morte. Ela conhecia aquela sensação. A sentia sempre que estava ao lado de seu irmão Ares.

A olimpiana não se importava com o meio-irmão. Eles tinham pouco em comum, talvez a vocação pela guerra fosse a única coisa que os ligasse. Porém, enquanto Zeus tinha polido Athena para que ela fosse uma general um dia, Ares se tornou a encarnação da destruição.
Ela só reparou que aquela ira indomável de seu irmão era a mesma que emanava em Orochimaru depois que chegou a Midgard. A diferença era que Ares estravazava aquele sentimento com loucura e violência. O irmão mais novo do senhor dos Tsui Tsukara, no entanto, usava aquilo com astúcia e planejamento.

Um planejamento que levou ele, Athena e Pallas para aquela noite. Para aquela última batalha.

O sol estava em seus últimos momentos de glória. A lua já era vista, dando um olá para todos que viveriam dentro de seus domínios durante a noite. Os pássaros e feras da floresta que caminhavam de dia se preparavam para descansar, enquanto os animais noturnos aos poucos despertavam. Mas aquele fim de tarde, começo de noite, estava diferente. Como se a natureza soubesse o que estava para acontecer. E temesse aquilo.

— Os animais sentem — falou Tupã ao seu lado, como se lê-se a mente de Athena. Algo que ela saberia, se estivesse acontecendo. Por isso as palavras do pajé lhe causaram calafrios. — A natureza sente quando algo está errado.

— Aranãmi diz que temos uma ligação especial com a floresta — disse Jaci do outro lado. — Segundo os contos antigos, quando mais precisarmos da natureza, ela nos ajudará.
Athena ergueu uma sobrancelha.

— Espero que ela esteja disposta a nos ajudar hoje.

Tupã e Jaci trocaram olhares. Athena não soube interpretá-los. Jaci apenas disse:

— Realmente, uma ajuda cairia bem.

Chegaram a uma ravina. No fundo, não muito abaixo, um córrego brilhava com os últimos raios do sol. Mesmo depois de passar tanto tempo com os eldors, Athena se surpreendeu com o que viu. De uma ponta a outra do córrego, guerreiros com armaduras azuis aguardavam. Ela olhou todos aqueles poderosos guerreiros, alguns com o corpo todo formado por água. Outros com guelras no pescoço. Sem falar nos que tinham cara de animais: polvos, tubarões, peixes. Não encontrou palavras diante da beleza dos eldors da Tribo do Mar. A única que vestia dourado, pelo menos da cintura para cima, era Iara. A general sorriu.

— Estava cansando de esperar.

Jaci riu, mas Athena reparou que o sorriso não chegou aos seus olhos.

— Nem todos conseguem viajar pelos rios subterrâneos.

Iara devolveu o sorriso para Jaci. Um sorriso com dentes serrilhados.

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