O Conselho dos Pajés era uma cópia do Conselho Olimpiano. A diferença era que eles eram cinco pajés contra sete do conselho do Olimpo. Não que isso servisse para tornar a experiência de Athena menos desconfortável.
Mesmo sendo uma princesa reconhecida (já que havia os que não eram, ela bem sabia), Athena nunca gostava das reuniões do conselho. Mesmo quando Hefesto passou a fazer parte do grupo. Ela ainda se ressentia dele ter votado a favor dela ir para o Império Nascente. Seria o voto decisivo para ela ficar no Olimpo. E então, não estaria ali, cercada por aqueles homens.
Quando entrou na sala do conselho, ela se surpreendeu. Não esperava ver todos aqueles rostos jovens. Tupã e Anhangá tomaram os dois assentos vazios. Outros três jovens a olhavam com curiosidade, sentados em seus tronos dourados. Ela ficou em pé em frente ao semicírculo. Apesar das tochas, o salão era sombrio. Um dos assentos, que eram tão magníficos quanto os tronos do Olimpo, estava vazio.
Aranãmi sentou no trono do meio. Se os assentos eram lindos, o trono do Grande Pajé era um esplendor só. A olimpiana só não entendia porque eles gastaram todo o ouro nos prédios e não compraram nenhuma roupa decente.
Cruzando as mãos sobre os joelhos o musculoso senhor de Eldorado olhou para ela.
— Desde que te vi, me pergunto o que Theioles, senhor dos homens, tinha em mente quando a enviou para nós. A filha do nosso maior inimigo. Ou você veio para trazer esperança, ou veio trazer destruição.
Se pudesse optar, a samurai diria que veio por esperança. Mas isso estava em falta naquele reino. Ela não percebeu isso ao ver as magníficas ruas de ouro. Nem ao ver o povo hipnotizado por Tupã. Viu isso durante o trajeto, na maneira que Aranãmi e seus filhos andavam e se olhavam. Por mais relaxado que Tupã tentasse parecer, havia tensão em seu olhar. Anhangá precisaria de horas em uma sala de banho. E depois algumas boas horas de massagem olimpiana. Pois a tensão em seu corpo era visível.
E isso se completou quando ela olhou os demais membros do conselho. Todos tinham o olhar nervoso. Os lábios estavam cerrados em uma linha fina. E se não seguravam nos braços dos assentos, os punhos estavam cerrados com força.
Não havia esperança naqueles líderes. O que havia era um quase desespero.
— Meu pai, as filhas do Olimpo chegam em nosso momento mais sombrio — falou Anhangá. — Nosso povo enfrenta a fúria de um inimigo quase invencível. E nosso símbolo de poder...
— Basta irmão — falou um linda mulher com lindos cocares sobre a cabeça. Ela olhou rapidamente para Athena antes de continuar. — Nosso povo tem lutado e prevalecido. Não há espaço para choramingos para os filhos de Aranãmi.
— Isso porque você não estava lá, Jaci — retrucou Anhangá cerrando os olhos.
O único pajé diferente suspirou, coçando a cabeça.
— Não podemos sair todos correndo para lutar com monstros, cara. Nós da Tribo das Águas precisamos trabalhar para que o transporte pelos rios seja seguro. Eldorado não seria nada sem nossa missão.
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Lâminas e Corações
FantasiaJá imaginou o que aconteceria se uma história misturasse Mitologia Grega e Naruto? Não? Então Lâminas e Corações foi escrito para você. Essa história tem fortes influências de Percy Jackson, Naruto e Cavaleiros do Zodíaco; e foi baseada na Mitologia...