24 - A Filha de Eldorado

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Pallas jogou mais uma pedra no riacho

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Pallas jogou mais uma pedra no riacho. Não que estivesse adiantando alguma coisa, mas era o melhor para passar o tempo. Curvada sobre a pequena ponte, ela olhava sem enxergar o horizonte na cidade dourada.

Os pássaros ainda cantavam. Os animais corriam. O estranho sol amarelo (ao qual ela tinha se acostumado) brilhava e esquentava seu corpo. Mas tudo parecia errado.

Faziam cinco dias que Mekaliel revelou à Athena e ela a profecia.

— Profecia fajuta — ela resmungou. — Não faz sentido algum.

Jogou mais uma pedra no riacho.

— Se o seu objetivo for criar uma muralha ali embaixo, sinto lhe dizer que está bem longe de alcançá-lo, olimpiana.

Ela se virou pronto para gritar pela milionésima vez que não era do Olimpo. As palavras morreram em sua boca ao ver Kauane se aproximando pela ponte.

Os olhos de Pallas secou quando ela correu e abraçou sua amiga.

— Não tão forte — Kauane gemeu. — Pelo trono de Aranãmi, está parecendo um capelobo.

Pallas a soltou relutante. Seu coração não ficava feliz desde o dia do ataque no lago. Mas logo seu sorriso se desfez.

— Você está bem mesmo? Já pode sair andando por aí?

Kauane piscou, embora respirasse mais rápido que o normal.

— Eu meio que sai escondida — seu semblante se fechou. — Não vou ficar parada enquanto todos se esforçam. Vou fazer minha parte para vingar Kayke.

Foi como se alguém raspasse um feria que ainda não tinha cicatrizado em seu peito. Ela mordeu os lábios e respirou fundo. O olhar da amiga estava inabalável. Pallas imaginou que ela ainda não tinha passado pelo luto.

Isso não podia ser bom. Mas Pallas entendia o luto. Embora estivesse relutante em participar do que estava por vir.

— Está na hora — falou Kauane.

Pallas engoliu em seco e a seguiu. Logo eles se juntaram a um enorme grupo de pessoas que rumavam para o Morro da Onça Branca, ao norte de Eldorado. Parecia que a própria natureza tinha parado de respirar, em respeito àquele momento.

Quando a ninja viu Kauê parado na esquina à sua frente, seus lábios começaram a tremer. Ela passou a mexer as mãos, só para ter algo que fazer com elas. Tentou, mas não conseguiu deixar de olhar para o caixão dourado.

As quatro alças para transporte eram feitas de bronze. Sobre a tampa, desenhos feitos em prata mostravam o momento final de Kayke: ele em na Ilha do Lago, encarando demônios que saiam do lago. Do seu corpo subia uma torrente de chamas para o céu. Atrás dele estavam alguns guerreiros eldor. Ao seu direito estava Kauane com as mãos para cima, com água a rodeando. E ao seu lado esquerdo...

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