26 - Pajé de Eldorado

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Pallas não sabia bem como se sentir naquela reunião

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Pallas não sabia bem como se sentir naquela reunião. Em sua casa, tudo o que sempre quis foi participar dos momentos nos quais seu pai e seu irmão debatiam sobre as missões. Conhecer as estratégias, opinar sobre as táticas que seriam utilizadas e ajudar a decidir os membros das equipes ninjas. Esse era seu sonho. Por isso desejou que os dois vissem ela sentada junto aos membros mais importantes da comunidade eldor. Ela podia se ver erguendo uma sobrancelha para a cara de espanto dos dois, e depois mostrar-lhes a língua.

Como ela queria alguma coisa para capturar aquele momento e mostrar para sua família depois. Talvez falasse com Athena para o irmão dela pensar em algo. Seria mais eficaz do que ficar forjando espadas.

Por outro lado, seu peito estava apertado. Não havia como deixar de olhar para todos aqueles jovens poderosos, naquele palácio dourado, sem que desejasse que sua família a respeitasse daquele jeito. Desde o início da reunião, os pajés ouviram cada palavra que Pallas disse. A trataram como uma igual, da mesma maneira que tratavam Athena (que já era aceita por eles) e Kauane (que era uma eldor). Não conseguia deixar de comparar a maneira como era tratada ali, com a falta de aceitação de seu pai e seu irmão.

Seus pensamentos foram interrompidos quando Jaci se inclinou e colocou os cotovelos sobre os joelhos, cruzando os dedos.

— Deixe-me ver se entendi — falou a pajé. — Vocês querem realizar um ataque à base dos demônios.

— Exato — respondeu Athena.

— Usando os nossos melhores guerreiros em duas frentes.

— Acertou em cheio — disse Kauane.

— Sendo que uma das equipes irá distrair o inimigo, enquanto a outra destrói o portal.

Pallas ergueu uma sobrancelha.

— Minha nossa, você entendeu tudinho. Não é à toa que é uma pajé.

Jaci deu um sorriso torto para a ninja.

— Digo o mesmo para você, já que agora é minha irmãzinha.

Todos se mexeram desconfortáveis. Pallas ainda não sabia o que ser uma pajé mudaria em sua vida. Aranãmi não se pronunciou a respeito, dizendo que iria meditar sobre o assunto. Mas não foi duro com Pallas. Pareceu surpreso, e um brilho divertido tinha surgido em seus olhos quando a questão foi levantada.

Sem saber o que fazer, os pajés só puderam providenciar uma cadeira dourada para ela em seu salão de reunião. Um lugar de destaque. Para ela, considerada uma ninja rebelde.

Athena limpou a garganta, e Pallas agradeceu por deixar de ser o foco do momento.

— O que me dizem? — a olimpiana perguntou aos eldors. — Vamos ficar aqui esperando a morte bater nos portões de Eldorado, ou vamos impedir que nosso povo seja destruído?

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