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Samuel.

Morri de orgulho de ver meus amores cantando.

-Ei não é bem assim!-queixou-se Nanda.-Sam vamos mostrar que o dom dela vem dos dois lados.

-Eu não, morro de vergonha. . .

-Qual é, só um pedacinho.

-Aff. . .

Subimos no palco.

(Apenas ouçam a música da mídia)

Pedi o violão celo emprestado quando a música que ela cantava terminou. Nanda pegou o microfone dela.

-Só pra provar que o dom dela vem dos dois lados da família!-disse Nanda.-Sam?!

Ela colocou o microfone e eu comecei a tocar e cantar o violão celo de pé, cantei um trexinho da música que a Nanda me lembrou que amavamos cantar. Roxo de vergonha devolvi o instrumento e voltei pra Andras enquanto elas cantavam.

Peguei a mão de Andras e comecei a dançar com ele ouvindo-as cantar.

-Que ciúmes!-brincou Andras me dando um beijo.-Mas realmente Nanda tem um vozeirão e é bem parecido com o da Manu.

-Manu tem uma boa genética. -brinquei.-Eu e você juntos no mesmo corpo só poderia ser perfeita!

-Com certeza.

Manu monopolizou o palco por toda a noite, todos queriam cantar com ela. Até o Cris cantou com ela. Manu estava realizada. Ela nem sonha que sabemos de suas escapulidas nas madrugadas para vir cantar e dançar, nós sempre a seguimos de longe com medo que algo acontecesse com ela. Já fomos adolescentes um dia e fazíamos das nossas e nem era pelo mesmo motivo, sabíamos que Manu não tinha namorado acho que nem nunca beijou ninguém estava sempre na nossa volta. Quando finalmente desceu do palco deixando os dançarinos tristes veio até nós e sentou no colo de Ruan.

-Papais eu . . . sinto muito . . .

-Filha sabemos que você vem aqui direto!-disse Andras.

-Todos nós sabemos!-disse Nathan.

-A três anos quando fugiram pela primeira vez nós quatro seguimos vocês!-disse Cris.-Temos vídeos de você cantando mocinha.

-Que vergonha!-disse ela.-Por que nunca me repreenderam?

-Porque você vinha pra se divertir e não para fazer nada ilícito!-falei.

-E com isso ganhou sua liberdade, não precisa mais sair pela janela quando quer vir!-disse Andras.

-Mas, vamos acompanha-la nem que seja até a porta!-falei.

-Papai?!

-A primeira vez que eu te trouxe aqui foi numa tarde no aniversário da Rosa, você tinha quase três anos e desde então se apaixonou pela música.

-Rosa só permite sua entrada porque nós liberamos, sabe que sua idade não poderia estar neste horário aqui!-falei.

-Eu nunca fico até esse horário!-disse ela envergonhada.

-Sabemos, coisa linda da minha vida!-falei.-Agora vá dançar!

-Vão se divertir!-disse Nathan.

Ficamos rindo deles saindo sem jeito.

-Gente eu não cantava a séculos!-disse Nanda rindo.-Agora lembrei porque Manu gosta tanto.

-Fugiu rápido do palco maninho!-brincou Nathan comigo.

-Sabem que eu não gosto!

-Não creio que eu encontrei está linda mulher sentada ao invés de estar dançando lá em baixo!-disse Larry surgindo atrás de Nanda.

-Ninguém me chamou pra dançar!-disse ela fazendo bico.

-Não seja por isso!-disse ele estendendo a mão pra ela.

Nanda o acompanhou com um sorriso e foi dançar perto de Manu.

-Acho que deveríamos aproveitar também!-falei olhando Andras que pegou minha mão.

-Vamos!-disse Cris estendendo a mão pro Nathan.

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Manu

-Que vergonha Ruan!

-Eles levaram numa boa!-disse ele me girando e voltando a e segurar contra o corpo dele.

-Preciso ir ao banheiro!-comentei.

-Te acompanho, também preciso.

Na porta do banheiro Ruan me deixou indo ao masculino. Eu ainda estava trêmula por ter cido pega, mas tenho pais tão maravilhosos que nem sei porque me sinto assim. Sai da cabine e fui lavar as mãos ao lado de uma senhora loira que passava um batom vermelho.

-Quer?- perguntou ela me estendendo o batom.

-Ah, não, muito obrigado!-falei educadamente.

-Eu vi você cantar. . .

-Espero que tenha gostado?!-falei sorrindo pro espelho.

-Sua voz é magnífica, faz lembrar a mim quando eu era mais nova.

-Fico lisongeada!-falei sem nota-la direito.

-Posso lhe fazer uma pergunta pessoal?

-Ham. . . se eu tiver a resposta lhe darei.

-Você tem dois pais?

-Ah!-falei sorrindo e finalmente me virando pra ela.-Sim, meus pais são os dois primeiros homens que cantaram comigo.

Ela me pareceu bem famíliar.

-Eu conheço a senhora de algum lugar?

-Ah, não, sou apenas turista!

-Bem vinda a New Orleans!-falei sorrindo e lhe estendendo a mão.

-Obrigada, você é bem educada!

-Tenho os melhores pais do mundo!-pisquei pra ela.-Agora preciso ir, meu primo deve estar me esperando preocupado!

-Foi um prazer. . . conhecê-la.

-O prazer foi meu!-falei saindo preocupada com Ruan.

Que já olhava para todos os lados me procurando. Pulei em suas costas e voltamos a pista de dança. Nos acabamos de dançar. Voltamos todos caminhando pelas ruas vazias.

-Eu amo New Orleans!-disse tia Nanda.

-Sei . . . ou um certo alguém.

-Eu a vi dançando com o tio Larry!-acusei.

-Ele é um pé de valsa!-riu ela alegre por ter bebido.

-Vou dormir o dia todo!-resmungou Ruan.

-Não mesmo!-disse o tio Nat.-Vai sair me ajudar a comprar as coisas pra ceia.

-Sério pai?

-Seríssimo!

-A Manu vai no meu lugar eu nem gosto de fazer compras.

-Não mesmo, tenho que ajudar na livraria amanhã, são os dias que mais vendemos, a livraria lota!

-E você com esse carisma todo vende metade da loja em metade de um dia!-brincou tio Cris.

-Pais quando vamos vir morar aqui de vez?-perguntou Ruan.

-Quando forem maior de idade!-disse tio Nat.

-Por minha causa?-perguntei.

-Sim meu amor, estamos te protegendo. . .

-E eu não tenho o direito de escolha perante a lei?

-Sim, tem meu amor, mas estamos tentando proteger seu coração!-disse tio Cris.

Sorri com tamanho amor e sacrifício que eles faziam por mim. Eu não consigo nem me imaginar sendo irmã deles. Sempre foram meus tios. Meus pais sempre foram meus pais, impossível vê-los de outra forma.

-Os amo tanto!-falei sem pensar.

-Nós também meu amor!-disse meu pai Andras.

-Não imagina o quanto!-disse meu pai Sam.

Os irmãos da minha irmãOnde histórias criam vida. Descubra agora