Eu te amo

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Acordo de manhã e olho para o lado vazio da cama. Christian saiu pra trabalhar e eu já estou querendo que ele volte. Fecho os olhos e aspiro o seu cheiro deixado nos lençois, lembrando da doçura dos seus beijos e a suavidade de suas carícias sobre a minha pele.

" Ahh, é tão bom amar e se sentir amada". — Suspiro apaixonada.

O que não é bom é olhar no relógio, e perceber que está vinte minutos atrasada pro trabalho.

"Droga!"

Levanto às pressas da cama e corro pro banheiro,  tomo um banho rápido, escovo os dentes ali mesmo debaixo do chuveiro, depois pego a toalha e volto pro quarto e coloco a primeira roupa que encontro pela frente, faço uma maquiagem básica, em seguida penteio o cabelo e prendo em um rabo de cavalo.

Desço as escadas tropeçando até a porta e vou para o meio da rua chamar um táxi.

Tudo isso em um minuto, acho que bati o meu recorde de atrasos só essa semana, vou torcer para que dessa vez eu não seja expulsa.

—– Tá maluca? — Um homem grita de dentro do carro depois de quase ter me atropelado.

—– Não, meu amigo, só atrasada mesmo — Retruco, abrindo a porta do carro e entrando dentro sem mesmo nem perguntar se podia.

Mas apesar de todo esse alvoroço, eu consegui chegar a tempo no trabalho. Sento  na cadeira ofegante, e espero pelo meu chefe, um velho ranzinza e mal encarado,  e rezo para ele não ter notado o meu atraso.

Minutos depois, ele aparece com os seus cabelos grisalhos e seu olhar frio e  profundamente castanho, fazendo a  energia do ambiente mudar completamente com a sua chegada.

Sim, ele tem esse poder.

Dr Simas, era ninguém menos que um velho de estatura média, podre de rico, que não fazia nada além de mandar, mandar e mandar, e tudo tinha que está perfeitamente do seu agrado, ou  se não, rua.

Além disso, éramos obrigados a aturar o seu mau humor diariamente. E como de costume, ele passou por mim sem falar nada.

"Educado como sempre".

Ele bateu a porta e o som invadiu agressivamente os meus ouvidos, fazendo meu corpo inteiro tremer com o susto.

"Imbecil"

Bufei de raiva.

—– Bom dia, flor do dia — Tom cumprimenta sorridente, apoiando o braço no balcão.

—– Bom dia — Retribuo o sorriso ainda com a mão no peito me recuperando do susto.

—– Não sei por quê ainda se surpreende —  Tom fala olhando para a porta fechada do escritório do chefe.

—– Eu nem sei.

—– Quer um café? Posso buscar pra você.

—– Seria uma boa, eu sai tão apressada que nem deu tempo de tomar café.

—– Pelo visto a noite foi boa — Tom debocha.

Fico um pouco sem jeito com o seu comentário.

—– Bom, acho melhor eu ir  lá...pegar o café — Ele aponta para o corredor com sarcasmo,  zombando do fato  de eu estar vermelha como um pimentão.

Amasso uma folha de papel e atiro nele pra ver se ele some de uma vez da minha frente, e ele gargalha.

Tom, além de um excelente profissional, é um ótimo colega de trabalho, além de um amigo. Ele quem salva os meus dias do tédio e do estresse, com ele tudo ficava mais leve e suportável nesse trabalho.

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