Força Nora

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___ É uma menina.

Disse a médica,sorrindo radiante pra mim.

Olhei bem para o monitor do ultrassom,e não consegui conter as lágrimas de emoção,ao ver o rostinho da minha filha pela primeira vez,e seus pezinhos entrelaçados entre o cordão umbilical.

Tinha quase certeza que aquela criança era de Cristian,eu podia sentir.

Sempre foi o nosso sonho,ter uma menininha,a gente sempre
conversava sobre isso.

Qual nome iríamos dar pra ela,quem ela iria parecer,e até disputavamos para ver quem ela iria chamar primeiro.

Mamãe ou papai!

Emfim, está sendo tão agonizante
pra mim viver tudo isso sozinha.

Depois que ele se foi,uma tristeza profunda se instalou em meu
Coração,e tem sido difícil viver cada dia  carregando a culpa nas costas.

Se não fosse pela minha filha,eu já teria desistido.

Minha mãe estava do meu lado, segurando firme a minha mão.

Olhei para ela com os olhos cobertos de lágrimas,e ela se comoveu com o meu desespero.

___ Vai ficar tudo bem,querida,não chore.

Respirei fundo e consegui abrir um sorriso pra ela,mesmo meu coração estando em pedaços por dentro.

Durante todo o trajeto pra casa eu fiquei pensando em como Cristian reagiria,se soubesse que iria ser
pai,como seria para ele essa novidade,imaginei seus olhos brilhando de alegria,e um sorriso fugindo o tempo todo dos seus lábios.

Ele iria querer está por dentro de tudo do pré natal,iria me acompanhar nas consultas,e estaria segurando minha mão quando chegasse a hora.

Tenho certeza de que ele seria o melhor pai do mundo para essa criança,assim como foi o melhor namorado,assim como teria sido o melhor marido,se não tivesse sido interrompido.

Uma lágrima escorreu dos meus olhos ao me lembrar daquele fatídico dia.

Mas eu tentei me distrair olhando pela janela,observando a bela paisagem.

Talvez ficar no sítio dos meus pais por um tempo,me ajude a por minha cabeça no lugar.

Preciso ser forte,não por mim,e sim pela a minha filha.

A vida tem que continuar.

Quando cheguei na casa dos meus pais,notei que o meu pai estava sentado na varanda,na sua cadeira de balanço, preso em sua infinita amargura.Tudo que eu mais queria era sair
correndo para contar a novidade pra ele,mas isso seria impossível, já que ele ainda não tinha me perdoado.

___Deixa que eu conto pra ele depois,querida - Disse minha mãe,adivinhando os meus pensamentos.

___ Você sabe que não é a mesma coisa _ Lamentei

___Eu sei minha filha, mas ele precisa de um pouco mais de tempo.

___Espero que não demore tanto,porque eu o amo,e desejo do fundo do meu  coração que ele volte
a falar comigo _ Falei com uma angústia enorme,latejando em meu peito.

___Tenha paciência meu amor _Ela completou,batendo de leve no meu ombro,em seguida saiu me deixando sozinha com o meu pai.

Eu permaneci ali,olhando para ele,imaginando o quanto deve está sendo triste não consegui lutar
contra a próprio ressentimento.

Fui para o quarto,e me deitei na cama,apesar de está com muita dor nas costas,eu estava muito
feliz,em saber que daqui alguns meses a nossa menininha iria nascer,nada me tirava da cabeça,de que era filha de Cristian,eu sonhava todos os dias com isso.

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