Not So Innocent | Draco Malfoy

TRINTA E UM

Pov Eliza

Enquanto esperávamos as 22h para ir, eu lia deitada na minha cama. Daphne e Pansy faziam as unhas uma da outra. E os meninos esperaram em seu próprio dormitório. Eu estava tão interessada em meu livro que quase me esqueci da fogueira. 

Isso foi até que Daphne disse:
— Está na hora.

Eu rapidamente coloquei um moletom grande para me manter aquecida. Peguei meu saco de dormir e Pansy pegou o dela junto com uma sacola que continha duas garrafas de álcool.

Finalmente, nós silenciosamente abrimos a porta do dormitório e entramos na escura sala comunal. Daphne acendeu sua lanterna e saímos.

— Você acha que os meninos já foram? — perguntou Daphne.

— Sim, eles sempre saem mais cedo — respondeu Pansy.

Descemos as escadas em silêncio, passamos pelo sofá e pela lareira verde e saímos da sala comunal. Caminhamos silenciosamente pelos corredores, mantendo um olho atento para Filch, que gosta de vagar à noite tentando pegar os alunos fora da cama.

Finalmente saímos do castelo e descemos a colina em direção a floresta.

— Não... existem monstros... lá dentro? — eu perguntei um pouco nervosa.

— Sim, mas isso só torna mais emocionante — disse Pansy.

— Tenho certeza que Draco irá mantê-la segura — disse Daphne.

— Mesmo assim! — eu disse.

Continuamos caminhando pela floresta, caminhamos cerca de oitocentos metros até que vi a luz do fogo. Quando nos aproximamos, vi uma fogueira com troncos ao redor e Theo, Blaise e Draco sentados neles. Havia uma grande tenda e luzes em cordas ao redor da área.

— Eliza. Bem-vinda à fogueira — disse Pansy antes de caminhar até os meninos agitando as garrafas de álcool no ar.

Eu vi Draco se virar e olhar para mim com um sorriso malicioso no rosto. Me aproximei e me sentei ao lado dele no tronco. Ele me beijou na boca quando me sentei.

— Esta com frio? — ele perguntou.

— Não, estou bem — respondi com um sorriso.

— Aqui — Pansy me passou uma garrafa de álcool.

Eu sorri para ela enquanto pegava a garrafa de suas mãos. Eu a abri e dei um gole nela, sentindo o álcool queimar minha garganta. Passei para Draco e ele também tomou e disse algo sobre isso.

O resto da noite ficamos chapados por causa da maconha que Daphne pegou de Neville. Comemos marshmallows assados e biscoitos digestivos. Foi uma das melhores noites e me diverti muito. 

Assim como a noite em que estávamos, a erva começou a desaparecer. Pansy e Theo já tinham ido dormir na tenda, junto com Daphne e Blaise.

Draco e eu permanecemos sentados no tronco com um cobertor enrolado em nós dois. Eu coloquei minha cabeça no peito de Draco enquanto ouvíamos os sons da floresta e da noite.

Não pude deixar de pensar no que Harry havia dito, como ele tentou me avisar sobre Draco. Eu sei que não preciso ser avisada sobre Draco, mas me pergunto porque Harry sentiu a necessidade de tentar tantas vezes.

— Draco — eu disse.

— Hmm.

— Por que Harry pensa que você é essa pessoa má? — eu perguntei.

— Porque eu sou — ele respondeu.

— Eu não acredito nisso — eu disse enquanto me sentava, olhando-o nos olhos novamente.

Draco apenas olhou para mim com as sobrancelhas franzidas e confusão em seus olhos.

— Eu sei que você e você não é uma pessoa ruim, há o bem em você — eu disse.

— Eu gosto que você pense assim — disse ele enquanto seus lábios se curvaram em um sorriso — Mas o que te faz dizer isso?

— Harry falou comigo hoje, ele disse que não queria mais me avisar sobre você e que por mais que ele se importasse, eu poderia ir me foder.

— Ele disse isso para você? — Draco perguntou.

— Sim...

— Porra, estúpido, santo Potter! Ele acha que pode fazer o que quiser e dizer o que quiser — Draco disse irritado — Ele não vai se safar falando assim com você!

— Não, não faça nada, você já teve problemas demais com Snape. Harry não vale a pena — eu disse.

— Não posso prometer nada — respondeu ele.

Eu ri um pouco.

— Mas, falando sério, me irrita como Harry tem quase tudo, mas ele ainda quer mais ou arruinar o relacionamento das outras pessoas — Draco disse e eu poderia dizer que esse era um assunto delicado.

— Os pais dele estão mortos, mas ele ainda tem Sirius Black como uma figura paterna. Algumas pessoas nem mesmo têm isso — disse Draco.

— Eu concordo — respondi — Draco, você sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa.

— Sim, eu sei — disse ele — Acho que te aborreceria com meus problemas de família.

— Não, você não vai! Eu quero ouvir — eu disse.

Draco olhou para mim e não pude saber o que ele estava pensando.

— Bem, minha raiva não vem do nada. Raiva é tudo que sei. Quando eu era mais jovem, meu pai abusava de mim, verbalmente e fisicamente. Conforme fui crescendo, comecei a enfrentar, mas isso só o deixou com mais raiva. A menor das coisas podem me deixar com raiva, assim como meu pai. Eu não sei como controlar isso às vezes. Especialmente com você, eu só quero protegê-la.

— No quarto ano, Snape percebeu meu temperamento e pensou que eu deveria tentar boxe para descontar minha raiva em um saco de boxe em vez de paredes ou alunos. Funcionou, mas apenas até certo ponto — Draco explicou.

— Me desculpe... eu não tinha ideia — eu disse com sinceridade.

— Não é sua culpa. São meus pais — Draco disse — Eu pretendo me vingar um dia. Com você ao meu lado, torna as coisas muito mais fáceis.

— Eu sempre estarei aqui com você — eu assegurei a ele.

— E eu te amo por isso — disse ele e um sorriso apareceu no meu rosto.

— E eu te amo — respondi, ainda não acostumada a ouvir aquelas palavras saírem de sua boca.

Depois de um pouco mais, Draco e eu decidimos dormir. Entramos na tenda e os outros já estavam dormindo. Caminhamos até o canto onde estavam dois sacos de dormir vazios, nos deitamos um ao lado do outro. Draco me trazendo para ele. Eu me senti tão quente e protegida deitada ao seu lado. Seu braço envolveu minha cintura e eu segurei sua mão. Adormeci quase imediatamente. Foi pacífico.

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Sei que o capítulo é curtinho e parado mas ele serve pra vocês entenderem um pouco o motivo do Draco ser desse jeito explosivo.

Muito drama e hot estão por vir, se preparem.