𝐞𝐧𝐝 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃 ∫ satoru gojo & nanami kento

:six:

Satoru sabia que havia algo errado, a garota que tanto conhecia lhe parecia uma estranha, os olhos sem vida, os cabelos longos e em uma cor normal, aquilo não era a pequena [Nome] que conheceu há 7 anos, era uma pessoa totalmente diferente.

— Sasa.... — Ah, ele estava cansado, dormia profundamente, mas quando a campainha tocou, ele acordou de primeira internamente sabendo que era você.

Não deu tempo de falar nada, o feiticeiro só conseguiu sentir os pequenos braços da garota o agarrarem e suas lágrimas quente molharem sua blusa. Satoru estava a ponto de cometer um homicídio, ver a menina chorar em sua frente era revoltante para ele, ele que tanto cuidou bem dela.

— Venha. — A voz era suave, mas por dentro ele estava borbulhando de raiva.

Satoru te acompanhou até o enorme sofá que tinha ali e se sentou, sentindo você se deitar sob seu colo e abraçar a cintura do albino, enterrando sua cabeça no abdômen dele. Ele só ficou acariciando os fios castanhos e ouvindo seus suspiros. Você não tinha vontade de falar nada, só queria receber o amor que ele sempre te deu e você se esqueceu.

Não estava ali realmente, vivia o passado onde não precisava lidar com tanta merda no seu cotidiano, mas você cresceu e a vida te cobrou, cobrou mais que podia, colocou uma pessoa de merda nela e essa estragou tudo, tudo em você, estava destruída.

— [Nome].... — A doce voz de Satoru te tira do mar melancólico que você estava, como uma luz no horizonte que você se afogava.

— Sasa......você acha que eu sou horrível? Minhas cicatrizes...... — Tirou o rosto vermelho e triste das vestes dele, só para encarar seu rosto, seus olhos estavam cobertos por óculos.

— Jamais, você é a coisa mais preciosa que eu conheço. — Ele sorriu, os olhos brilharam genuinamente. — E qualquer um que diga isso está cego, ele falou algo para você, não foi?

— Sim, mas também quem não acharia horríveis essas cicatrizes......minhas mãos são cheias delas, meus braços também, cada centímetro do meu corpo é marcado com uma cicatriz e elas são horríveis. — Lágrimas escorriam por seu rosto, mas seus lábios tinham um sorriso melancólico.

— Eu te bateria agora mesmo se não estivesse triste, mas eu também não bato em mulheres, e iria estragar sua carinha fofa. — Ele consegue tirar uma risada fraca e se sente incrível. — Minha pequena [Nome], você é a pessoa mais linda que eu conheço, e olha que eu conheço muita gente e sou muito lindo, então isso te coloca em outro patamar, um totalmente diferente do dos seres normais, suas cicatrizes são lindas, sabe o porquê?

— Não. — Acariciou as marcas na pele e sentiu ele rir e segurar sua mão, depositando um beijo em cada cicatriz ali.

— Porque elas são marcas de uma batalha, a sua batalha [Nome]. — Ele sorriu gentilmente acariciando as marcas e as amando, coisa que você não fazia. — Elas salvam pessoas, assim como já me salvaram uma vez, elas salvam dezenas de pessoas todos os dias. — Ele riu te mostrando a cicatriz na palma da mão. — Lembra dessa, não? Se ela não estivesse aqui eu também não estaria, então as ame como eu as amo, porque elas são salvadoras de vidas.

— Você daria um jeito de voltar. — Resmungou limpando os resquícios de lágrimas e se levantou, ficando de frente para o platinado. — Você é o mais forte, não?

— Claro. — Um sorriso orgulhoso se abriu e ele se levantou esticando o corpo. — O quer fazer hoje?

— Vou lavar meu cabelo para tirar essa tinta... — Comentou analisando os fios e concordou mentalmente, se levantou e marchou até seu quarto na casa dele. — Irei usar meu quarto antigo.

— Seja livre! — Ele sorriu e você sorriu subindo as escadas.

Enquanto você se encarava no espelho do banheiro e odiava seu corpo, afinal acabou de ouvir que você era desprezível e nojenta, coisa que não ajudou muito para sua mente, desencadeou lembranças desagradáveis e indesejadas, Satoru fazia planos.

— Nanamin! — Atendeu o telefone com um sorriso no rosto e uma voz alegre. — Qual o nome daquele seu estagiário? Shimi? Shinki? Shika??

— Hikari, Gojo, ele se chama Hikari. — O loiro suspirou cansado, ele não tinha paciência quando se trata de Gojo Satoru.

— Onde ele mora? Pode me dar seu endereço? — Mantinha o tom alegre e festivo, mas na verdade planejava uma ameaça de morte.

— Para que quer? — Nanami sentia algo de errado, Gojo nunca se interessou por sua vida.

— Só um probleminha, nada demais. — Mentiu, mas o loiro não caíra na mentira.

— Não. — Foi sério e desligou o telefonema, Gojo largou o celular no sofá com raiva.

— Darei outro jeito Nanamin. — Debochou com o aparelho, mesmo ele estando desligado.

Não demorou muito para você descer o lance de escadas diferente, tirou toda a tinta do cabelo e voltou com os fios mestiços e as cores de olhos diferentes, aquilo era uma mudança boa para você, começaria a se aceitar com sua dualidade.

— Com quem reclamava? — Suspirou descendo as escadas enrolada no edredom do feiticeiro e abraçando o gato branco que sempre teve.

— Ninguém. — Ele se virou sorrindo alegremente e você concordou se sentando no sofá e ligando a televisão ali.

Ele se sentou do seu lado e começou a puxar um assunto louco, como sempre faziam, fofocavam e falavam da vida, comentando sobre seu dia e semana. Não demorou para a campainha tocar e o platinado se levantar, eram suas batatas que você ama comer.

— Batatas... — Satoru cantarolava a música que vocês inventaram quando você era um projeto de gente ainda. — Nanami??

— Onde ela está? Aconteceu algo? — O loiro tinha um tom preocupado e segurava uma embalagem perfeita, eram aquelas suas batatas.

— NANAMIN!!! — Você gritou de longe ao ouvir a voz dele e saiu tropeçando nos pés. — O QUE FAZ AQUI??

— Mudou o cabelo quando? — O loiro comentou e você sorriu abraçando-o fortemente. — Gojo....o que queria com Hikari?

— NÃO FALE ESSE NOME AQUI. — O platinado cobriu seus ouvidos com raiva. — É O NOME PROIBIDO.

— Satoru.....o que iria fazer com ele? — Encarou ele mordendo mais um pedaço da batata recheada que ele havia comprado. — Aliás, obrigada pelas batatas, estão divinas.

— Por nada. — Ele sorriu cordialmente. — E eu só teria uma conversa com ele...

— Não faça nada......me prometa. — Encarou ele seriamente e ele concordou desviando o olhar. — Ah Nanamin, eu namorava ele, mas terminamos hoje, ele disse que minhas cicatrizes eram nojentas e horrorosas.

— Ele disse o que? — O loiro ficou indignado, via em sua feição, que não era umas das mais expressivas, mas conseguia ler.

— Isso que você ouviu. — Deu de ombros suspirando. — Não faça nada com ele também, ele ainda é um bom feiticeiro.

— Ou você é só uma alma boa..... — Satoru debochou baixinho e você o repreendeu com o olhar.

— Não vale a pena. — Suspirou e inalou forte, sentindo o cheiro de batata invadindo suas narinas. — Ele não vale a pena, poucas pessoas valem......Só me deixem passar uma noite com minhas pessoas preferidas...