the truth hurts - chapter 13

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Oiii! Leiam ao som de "Vento no litoral" e "Pais e filhos" do Legião Urbana, "daddy lessons" da Beyoncé o capítulo foi todo escrito com a vibe dessas músicas, essa última em especial. Leiam as notas finais também, é bem importante.

Zikiya

—Você sempre vem a praia quando está chateada. —meu avô falou, se sentando ao meu lado na areia.

Eu não diria que eu estava chateada, eu só estava brava comigo mesmo porque decepcionei minha avó mentindo que iria pra um lugar, sendo que eu fui para outro, o que eu fiz foi errado.

Era o pôr-do-sol, a praia estava um pouco vazia, o que era esquisito levando em consideração que Cururupe está sempre cheia de turistas que acham as outras praias mais caras e a pousada também estava movimentada, o que significava que vovô tinha muito trabalho.

—"De tarde eu quero descansar, chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras…" —cantei um trecho da música vento no litoral da banda Legião urbana.

Ele sempre cantou essa música pra mim antes de dormir, tenho uma memória afetiva muito grande com essa música,ela sempre traz paz.

—"Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora" —ele completou a letra e me abraçou de lado.

—Decepcionei vocês, não foi? —questionei, encostando a cabeça em seu ombro.

—Um pouco. —respondeu.

—Eu não tive a intenção, vovô. —falei, sincera. —Eu juro, eu não queria que vocês descobrissem. —adicionei.

Não que fosse o certo mentir, mas eu gosto de jogar futebol na quadra com os moleques, só que meu avô e minha avó me proibiram porque infelizmente rola muito uso de drogas e até uns assassinatos.

—Minha princesa, a verdade sempre aparece cedo ou tarde, ela nunca fica escondida. —falou, né fazendo concordar.

Olhei para o horizonte, enquanto o sol se despedia aos poucos e a maré ficava mais alta, momentos como esses me fazem querer ficar pra sempre assim.

…Dias atuais…

A frase do meu avô martelava em minha cabeça enquanto eu olhava o pôr-do-sol sentado na areia da praia.

"A verdade sempre aparece cedo ou tarde, ela nunca fica escondida."

E a verdade apareceu, crua, sincera e dolorosa. Eu sou o fruto de uma violência, meu nascimento foi a punição de uma vítima pelos julgadores, eu sirvo apenas pra lembrar a minha mãe o que provavelmente foi o pior dia da sua vida e ao meu pai, o erro que cometeu com sua esposa.

Agora tudo fez sentido, eu não tenho fotos com meus pais nem quando era bebê, toda minha vida sempre foi com meus irmãos e irmãs ou com meus avós, todos sempre disseram que meus pais estavam ocupados demais trabalhando, mas percebi que o problema não era o trabalho e sim eu.

Eu sempre quis entender porque minha mãe sempre me afastou dela, porque meu pai nunca deu atenção para mim e agora eu consigo compreender e eu não os culpo, na verdade eu consigo realmente entender os dois.

Eu juro que não estou com ódio dela ou do meu pai por me odiarem, mas eu estou com muita raiva de mim mesmo por relembrar a Zuleide Darlene a violência que ela sofreu.

Eu estou sentindo um vazio tão grande, uma dor imensa, uma vontade enorme de gritar também, mas ao mesmo tempo tudo que eu quero fazer é sair da casa do Zemo e da Zuleide e voltar pra minha, cortar os laços com eles, principalmente com ela, livra-la de tanta dor.

Um Contrato Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora