prologue

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Zikiya

Que tipo de pessoa passa mal em saber que conseguiu entrar na melhor universidade do país? Se resposta for eu, você acertou! Eu literalmente desmaiei após saber que eu definitivamente passei na entrevista em Harvard e fui admitida lá.

— Vovô, eu realmente não posso acreditar que fui admitida para Harvard! — murmurei, empolgada.

— Nós não duvidamos de você um segundo sequer, você é a garotinha mais especial do mundo, óbvio que iria conseguir. — vovó José murmurou, pegando em minha mão e dando um beijo.

— Eu não sei por que você achou que não iria conseguir, você é uma nerd, óbvio que iria conseguir. — Cristiano, o meu primo disse, dando tapinhas de leve no meu braço.

—Difere, quando se trata de Harvard, existem pessoas mais inteligentes que eu, tipo você. Cris. — disse, soltando uma risada.

— Você precisa confiar mais em você, assim como nós confiamos. — vovô sempre deixava claro isso, ele confia muito em mim e em Cris, nós fomos criados por ele.

— Obrigada por sempre acreditarem em mim. — agradeci, sincera.

Esse é com certeza é o melhor dia da minha vida, época de Natal, nevando, minha família está toda em Nova York, eu fui admitida em Harvard, não tem motivos para ninguém falar mal de mim, eu não estou tendo pesadelos há meses, eu tenho um namorado de verdade agora, acho que nada pode estragar isso.

— Liga o rádio aí! — Cris comandou.

— Seu desejo é uma ordem. — brinquei, ligando o rádio do carro.

Estava tocando Hungry Eyes do Eric Carmen, a música que fez parte da trilha sonora de "Dirty Dance", meus avós, meu primo e eu adoramos esse filme, inclusive é meio que uma coisa de família assistir quando passa naquele programa da rede Globo, "sessão da tarde".

— With these hungry eyes

One look at you and I can't disguise

I've got hungry eyes

I feel the magic between you and I —nós cantamos juntos com toda empolgação do mundo.

Parecia que aquele momento, aquele sentimento bom parecido com borboletas no estômago, o coração acelerado, havia uma paz dentro mim, minha felicidade absoluta duraria para sempre.

Tudo estava perfeito e equilibrado, eu sentia que a casa dos meus pais finalmente havia se tornado minha casa, meu lar finalmente, era realmente bom sentir isso.

Em segundos as coisas mudaram drasticamente, um carro desgovernado apareceu na frente do carro do meu avô, tudo que eu vi foi o braço do meu avô me protegendo, o meu primo gritando e os faróis do carro que colidiu contra o nosso.

Pesadelos… a única coisa que lembro desde criança e eu não sei o porquê, há algo de errado comigo?

Antes eu sonhava com um sanatório, mas agora tudo que eu sonho é o dia do acidente que tirou de mim meu primo e meu avô de mim. Acordei com os meus pais me sacudindo e com expressões preocupadas em seus rostos, aquilo era tão comum que eu não conseguia parar de me odiar por acordar as pessoas dessa casa com meus pesadelos ou paralisia do sono.

— Está tudo bem, meu amor. — papai murmurou, me abraçando.

—Shh!..foi só um pesadelo. — mamãe falou, dando um beijo em meu ombro.

Eu tenho pesadelos horríveis desde criança, ninguém sabe como começou, só sabemos que eu acordo a casa inteira com gritos pedindo ajuda, se intensificou mais depois do acidente de carro que matou meu primo e meu avô.

Um Contrato Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora