Capítulo 7: O Destino, última parte.

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Anne fungou, enxugando o rosto molhado, embora não adiantasse. 

Ela sorriu, virando-se para enfrentar o velho Destino. 

— Ei senhor, Gilbert vai ter uma vida boa, eu simplesmente sei disso. Mal posso esperar pelo dia até... — Mas ela parou no meio da frase, porque não era  o velho olhando para ela. 

Em vez disso, era um cavalheiro mais jovem, talvez na casa dos trinta ou quarenta anos, de terno e gravata. Nem um fio de cabelo de sua cabeça estava fora do lugar, nem uma única gota de chuva tocou seu corpo sobrenatural. Ele parecia real e importante. 

Um arrepio de apreensão percorreu a espinha de Anne ao ver aquele homem. Este também era o Destino, mas sua outra forma. 

O destino é uma entidade misteriosa. Era comumente conhecido entre as almas sobre ambas as formas. A forma compassiva, a mais suave e gentil das duas, era o velho. Ele estava encarregado de amarrar os fios vermelhos ao redor dos dedos mínimos de cada alma, combinando-os como almas gêmeas. É um trabalho lindo, na opinião de Anne, levando felicidade a todos. Ele era o zelador das almas enquanto elas esperam para renascer. 

Mas então havia a outra forma. A versão mais jovem. Ele era mais rígido, ligeiramente hostil e menos tolerante. Poucas pessoas conseguem ver esta forma, porque ele raramente se mostra. Se o velho era o encarregado de combinar almas gêmeas, o mais jovem era o encarregado de separá-las. 

As duas formas do Destino eram como os dois lados da mesma moeda. Justo, mas também cruel. 

— O que está acontecendo? — Anne perguntou, um pouco confusa. 

Por que essa forma do Destino estaria se mostrando agora? 

O cruel Destino sorriu, e Anne quis tirar o gesto de seus lábios. Uma sensação inquietante de pânico estava crescendo em seu peito e ela não gostou. 

O Destino levou a mão ao rosto, examinando as unhas sem nenhuma preocupação no mundo. Ele não se sentia mal com a sensação horrível que estava causando ao outro. 

— É realmente uma pena. Esse menino é a alma mais azarada de todo o universo. — Ele riu. 

— Desculpe? — Anne respondeu, sem entender por que o Destino estava sendo tão cruel com ela agora, quando ele foi tão amoroso com ela todos esses anos. 

O Destino finalmente olhou nos olhos questionadores de Anne, um sorriso paternalista sendo jogado de volta para ele. 

— Essa alma vai ser assediada agora, em cada vida em que renascer. A duração de sua vida será encurtada cada vez que ele reencarnar. Não importa o quanto ele tente evitá-lo, seu destino será doloroso.

Os olhos de Anne se arregalaram de medo. 

— Por que? O que você vai fazer com ele?! — Sua voz estava ficando mais alta, mais tensa. Seus níveis de ansiedade e estresse estavam subindo rapidamente.

O Destino riu. 

— Eu? Oh não, não, não. Não me culpe por seu sofrimento e agoniaIsso é sua culpa. Você fez isso com ele.

Anne deu um passo para trás na grama como se tivesse levado um tapa na cara. 

— Por que o destino dele é minha culpa? — Ela sussurrou. 

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