Capítulo 9

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— Você tem um mapa? Porque...


— Você continua se perdendo em meus olhos? — Anne deu uma risadinha. 

— Isso não é justo! Pare de fazer isso! — Gilbert gritou em sua aula de química dois dias depois. 

— Não posso evitar que você seja previsível, Gilbert. — Anne riu suavemente, folheando suas anotações com indiferença. 

Por que o coração de Gilbert dá um salto depois de ouvir seu nome nos lábios de Anne?

— Ok, que tal este aqui. — Ele disse. —Você está cansada? Porque...

— Eu estive em sua mente o dia todo? — Anne terminou, seus lábios se contraindo com o grunhido de frustração que Gilbert soltou na sua frente. 


Gilbert não era um desistente. 


O professor entrou, e Gilbert ficou sem tempo para falar com ela. 

Ele infantilmente pegou o caderno de Anne e fechou-o, perdendo a página dela. Então ele espalhou suas canetas em sua mesa em um mini acesso de raiva. 

Ele saiu pisando forte, bufando. Anne riu de suas travessuras, abrindo facilmente seu caderno de volta para a página em que estava antes, seus olhos demorando-se nas costas de Gilbert enquanto ele se jogava de volta em sua cadeira do outro lado da sala de aula. 

— Você realmente é péssimo em flertar.— Jerry riu, escondendo-se atrás de Moody quando Gilbert foi socar seu braço. 


Gilbert o ignorou pelo resto da aula. Jerry era um idiota.

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Na semana seguinte, Gilbert esperou pacientemente fora da sala de aula de química. Ele riu maldosamente para si mesmo quando seu alvo estava finalmente no lugar. Ele esticou o pé e observou sem remorso a pessoa que saía pela porta principal tropeçar, caindo ligeiramente e deixando cair alguns cadernos.

Ele não era totalmente mau. Ele se abaixou para ajudar a garota ruiva a pegar seus livros. Quando suas mãos se encontraram, ele olhou para Anne e sorriu.

Anne ficou momentaneamente atordoada, até que Gilbert abriu sua boca grande. 

— Posso amarrar você? Porque...

— Você não pode me deixar apaixonar por mais ninguém? — Anne terminou rapidamente. 

O sorriso encantador de Gilbert sumiu imediatamente. 

— Mas que merda!

Anne riu de sua explosão, rapidamente pegando suas coisas e indo embora para sua próxima aula. Gilbert decidiu seguir, determinado e teimoso.

Nesse ponto, Gilbert não tinha um filtro cérebro-boca funcionando, e ele simplesmente deixou escapar tudo o que podia. 

— A cada dia eu me apaixono mais e mais por você. Exceto ontem. Ontem você foi muito chata. — Ele disparou para Anne, sorrindo em triunfo quando  finalmente falou tudo sem Anne interromper. 

Anne parou em seu caminho, olhando para Gilbert como se ele tivesse cinco cabeças, seus olhos arregalados. 

— O que? — Gilbert perguntou estupidamente, mas então percebeu o que ele acabou de dizer. 

Ah, merda. Ele meio que confessou, não foi?

No entanto, ele era um oportunista, não perdendo um segundo desse momento. 

— Seus lábios parecem solitários. Eles gostariam de conhecer o meu? — Ele perguntou, olhando para Anne com um sorriso atrevido. 

— Sim, eles gostariam. — Anne sussurrou. 

Espere, Gilbert totalmente não esperava essa resposta. Ele esperava algo sarcástico ou espirituoso sendo jogado de volta para ele. 

— Puta merda, isso está realmente funcionando? — Ele perguntou animadamente, chegando mais perto de Anne. 

— Talvez. — Anne murmurou, desviando o olhar com uma ligeira timidez que Gilbert não sabia que ela poderia ter. Ele acha isso extremamente cativante. 

Ele decidiu arriscar, sorrindo como um louco. 

— Sua mão parece pesada, deixe-me segurar para você. — Ele disse, avançando e roçando a ponta dos dedos nas de Anne. 

Anne facilmente o deixou entrelaçar seus dedos, seus lábios formando um lindo sorriso.

Gilbert se inclinou no espaço pessoal de Anne ainda mais para que seus rostos estivessem tão perto, mas não perto o suficiente. 

— Com licença, garota, mas esses sorrisos vêm com beijos? — Ele riu, mantendo as frases tolas. — Você sabe no que você realmente fica bonita? Nos meus braços. — Ele terminou enquanto circulava seu outro braço em volta da cintura dela e a pressionava mais perto de seu corpo. 

Anne deu uma risadinha, batendo levemente no peito dele. 

— Pare com isso, isso é tão embaraçoso. Eu não posso acreditar que realmente gosto disso.

Gilbert levou as mãos unidas aos lábios. 

— Rosas são vermelhas, violetas azuis... quero tanto te beijar que nem consigo terminar.  — Ele disse fofo, mostrando seu sorriso atrevido enquanto beijava as costas da mão de Anne suavemente. 

— Para. — Anne riu, tentando desviar sua mão dos lábios de Gilbert, e então desviou os olhos para as mãos unidas.

Seu sorriso desapareceu rapidamente e Gilbert desviou o olhar para baixo para ver qual era o problema. 

Seu fio vermelho estava brilhando em um carmesim brilhante, refletindo em seus olhos escuros por um momento antes de apertar seu braço em volta da cintura de Anne. 

Ambos se olharam, reconhecimento em seus traços faciais.

Anne puxou Gilbert para mais perto, beijando ele profundamente, desesperadamente, e Gilbert beijando de volta quando de repente...

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Anne piscou acordando, o rosto molhado com manchas de lágrimas. Ela levantou a mão, enxugando a bochecha em confusão sobre a umidade. 


Ah.

Ela estava chorando de novo.

Mas por que?

Ela rolou de lado, exausta e emocionalmente esgotada demais para se preocupar em pegar um lenço para enxugar as lágrimas. 

Ela deve ter tido outro pesadelo novamente. 

Sim, deve ser isso.

In our next life.Onde histórias criam vida. Descubra agora