Cap. 13

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• Noor Pov

Eu estava morando na Casa do Vento há três semanas. Nesse meio tempo, tivemos problemas com Zwend, meu pai. Um alerta fora dado sob o desaparecimento de uma "criminosa", como me chamou.

Meu Grão - Senhor, graças ao Caldeirão resolveu esse problema. Ele havia dito ao meu pai que agora eu fazia parte da Corte Noturna oficialmente. Eu treinava com Cassian todas as manhãs, as tardes eu trabalhava na galeria de arte de Feyre, minha Grã - Senhora.

Eu era responsável pelas tintas, pincéis e telas. Eu sempre mantinha as coisas no lugar, em ordem. Ver aquelas crianças desenvolvendo arte, se expressando através dela, fez com que eu me interessasse por pintura. Feyre sempre me aconselhava assim que podia.

Nyx, tomava muito de seu tempo, por conta disso, não aparecia todos os dias na galeria. Eu havia conhecido todos do Círculo Íntimo. Elain parecia não gostar muito de mim, mas eu entendia o motivo. Ela gostava de Azriel.

Azriel e eu, bem, era complicado. Ele passava dias foras por conta do trabalho. O pouco de tempo que tínhamos juntos, ele passou se dedicar a me ajudar a ler e a escrever. Eu havia aprendido algumas coisas, mas a maioria das vezes eu tinha que estudar por conta própria.

Cassian virara meu melhor amigo. Nos aproximamos muito por conta do treino. Eu adorava Nestha, com seu humor único e atípico. Eu de certa forma invejava o que os dois tinham. Eles eram tão felizes, tão perfeitos um para o outro. Feyre e Rhysand eram o meu casal favorito.

Feyre havia me contado pelo que haviam passado, a história deles. Não podia se negar o amor que os dois tinham. Eu passei a querer isso para mim. Cassian como um bom amigo, já havia me chamado para ir para a cama com ele e Nestha, mas eu recusei.

Eu sabia que de certa forma, ele sentia minha solidão, e também sentia a excitação por mim em alguns determinados momentos. O que me impressionou foi que Nestha não se incomodou nem um pouco, aliás havia concordado caso eu quisesse um a três.

Eu havia visto e aprendido tanta coisa. Sons, gostos, cheiros diferentes, sensações. Velaris era a cidade dos sonhos, eu poderia facilmente chamar de casa. Apesar de tudo, eu sentia falta de Azriel. As noites em Velaris eram solitárias sem sua presença.

Toda noite eu ia para o ringue no qual as sacerdotisas treinavam. Tentava me livrar da preocupação e saudade dele lutando contra o vendo. Algumas vezes eu voava pela cidade de noite, as luzes coloridas de Velaris me tranquilizavam.

Lá estava eu, como em todas as noites, me revirando nos lençóis. Coloquei o couro illyriano e fui para o ringue. Minhas sombras se agitaram como se estivessem sentido de mais alguém ali presente. Me escondi na escuridão. Eu procurava por algum sinal, mas não encontrava nada.

Minhas sombras gritavam ansiosas, eu estava confusa. Ouvi uma risada provocativa e preparei para atacar caso fosse necessário. Procurei o som de onde vinha a risada mas não encontrei nada.

   - Ótima lutadora, péssima espiã. - sua voz saiu suave como a brisa do vento.

Um sorriso genuíno se formou em meus lábios. Andei para fora da escuridão ficando no meio do ringue, olhei ao redor atenta e então gargalhei.

   - Acho que o trabalho de espião não é meu. - respondi ansiosa para vê-lo.

Senti um arrepio em minha nuca, em um movimento rápido me virei com uma adaga formada por sombras em minhas mãos. A mão de Azriel agarrou meu pulso antes que pudesse atingi-lo com o golpe. Um sorriso contido se estampou no canto de seus lábios.

Nossos olhares se encontraram e ficamos nos encarando por alguns segundos que pareciam uma eternidade. Desfiz a adaga e ele soltou meu pulso. Ele me olhou da cabeça aos pés e movimentou os lábios como quem estava prendendo um sorriso.

Com Amor, Azriel Onde histórias criam vida. Descubra agora