A Verdade

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- Maldição! – Yaman arremessa o primeiro objeto que vê pela frente contra a parede da pequena casa. – Como tudo chegou neste ponto? Como deixei essa mulher acreditar que tinha todo esse poder sobre mim, Yaman Kırımlı, sobre a minha casa!?! – O homem rugiu como uma fera, como um animal tomado pela ira. – Eu pensava que a ambição dela, por ser a dona daquela casa era inofensiva, e essa cobra agia como uma erva daninha se espalhando por tudo, sendo capaz de matar, Nedim! Matar! Me fez duvidar do meu próprio irmão, desfez meu casamento e a minha casa por duas vezes!

- As gravações estão com a polícia para dar procedimento formalmente ao caso do assassinato da Senhora Kevser. – Nedim informa com sua postura calma, sendo um dos poucos que não se abalava com os ataques de ira de Yaman.

- Kevser... – Fala como se acordasse de um transe - Eu preciso falar com a Seher. Ela precisa saber...

Yaman já ia andando para a porta, mas nesse momento Nedim entra ne frente do homem, tocando gentilmente o braço dele, pela primeira vez ousando intervir.

- Acho que agora não é o momento. Acredito que seja melhor terminar toda a investigação da polícia...Você ter se declarado culpado e deixado as pessoas acreditarem que está morto, pode confundir a polícia, eles podem acreditar que tinha algo relacionado com o crime. Não seria bom eles terem alguma distração.

- Nedim. – O homem fala entredentes.

- Yaman, o fato de não ter agido de forma prudente o trouxe até aqui.

- Ela deve estar sentindo-se mal...Acredita que matou um inocente. – A expressão de desespero toma o rosto do homem, que quase implorava por compreensão.

- Ou sentindo raiva por ter acobertado Ikbal.

Aquela realidade jogada na cara do homem o fez recuar. Ele tinha razão.

- Tudo bem. Mas enquanto a polícia investiga esse caso, nós vamos caçar um pouco. Vamos caçar uma certa cobra que fez isso para destruir a minha esposa. E vou mostrar para ela que ninguém faz isso com a esposa de Yaman Kırımlı.

O ódio faiscava nos olhos do homem.

***

- Ali! Obrigada por ter vindo! – Seher aperta a mão do Comissário de forma agradecida.

- Vim assim que possível. – Ele fala com um sorriso solicito.

Todos se sentaram e logo Adalet serviu chá para todos, quando ela ia saindo, Seher falou para a mulher de forma educada e doce.

- Irmã Adalet, poderia pedir para Cenger vir até a sala, por favor!

Ela acenou com a cabeça carregando um discreto sorriso e em questão de minutos Cenger se aproxima da jovem, em pé com sua postura discreta ao lado do sofá onde Seher estava sentada.

- Senhora Seher. – Fala de forma cerimoniosa.

- Sente-se, Senhor Cenger. – Falou educadamente.

- Prefiro ficar de pé. – Dispensa educadamente.

- Bem... – Ali interrompe a troca de amenidades. - ...Como Firat já deve ter sido informado, a gravação é legitima, e a voz naquele áudio é da Senhora Ikbal. Naquela gravação, ela deixou bem claro que assassinou a Senhora Kevser... – Seher apertou o braço do sofá onde estava apoiada, a expressão de Cenger era grave, pesada. – ...e que pretendia futuramente fazer o mesmo com você, Seher. – Ele lança um olhar grave para a moça. – Essa gravação reabre a investigação que foi arquivada por falta de provas, após a morte do... – Percebendo a situação, ele evita o assunto. – Mas diante destas provas o caso foi reaberto.

- Senhor Cenger. – Seher olha para o homem, quase como um pedido de socorro.

- Senhora Seher, eu... – Cenger estava sem jeito em revelar o que sabia, era um segredo de Yaman. Mas se ficasse calado, tudo seria pior. Falar ajudaria a polícia, de alguma forma, ele sentia isso. Era por um bem maior. – Nos últimos dias de vida...do Senhor Yaman...Ele me confidenciou porque assumiu a culpa de tal crime.

- Conte, Cenger! – Encorajou Firat, enquanto Ali olhava de forma analítica para o mais velho.

- Em meio a um dos surtos, o Senhor Ziya, declarou que ele seria o responsável pela morte da Senhora Kevser e da Senhora Ikbal. O homem afirmava com convicção, dizendo que ambas haviam trazido o mal para essa casa. A Senhora Kevser devido ao suposto romance que estava tendo com o motorista que trabalhava para nós na época, e a Senhora Ikbal, pois recentemente havíamos descoberto que ela estava relacionada a vários atos contra a Senhora Seher. Acreditamos que o Senhor Ziya ouviu a minha conversa com o Senhor Nedim. Naquele período ele estava muito agressivo, estava bem diferente do habitual. O Senhor Yaman chegou a conversar com médico do Senhor Ziya, descobriu-se que os comprimidos que ele fazia uso, estavam adulterados. Agora diante desta gravação, com toda certeza deveria ser mais um plano da Senhora Ikbal. Mas o médico disse que levariam dias para sair do sistema do Senhor Ziya, tanto que naquela noite fiquei responsável por cuidar dele, ele não poderia ficar só mais um minuto sequer. Só que mesmo assim... – Cenger respirou profundamente.

- Não foi culpa sua. – Seher segurou a mão do homem que estava em pé ao seu lado e apertou com delicadeza, aquela pequena interação deixou Ali intrigado com o que viria a seguir no relato do homem.

- O Senhor Ziya se jogou da sacada do seu quarto, em uma tentativa de calar as vozes da sua mente. – O homem fecha os olhos por alguns minutos, mas percebeu que precisava contar tudo. Então abriu os olhos novamente. – O Senhor Yaman, viu que a investigação do Senhor Firat se aproximava, estava cada vez mais perto do nome do irmão, que a Senhora Seher tinha sede de justiça, que os remédios ainda faziam efeito, que não podíamos saber se as afirmações do Senhor Ziya eram reais ou efeito da medicação, o cerco estava se fechando em torno do Senhor, ele estava acuado, com medo de que o irmão fosse para uma instituição e lá morresse, tentasse se matar como tentou aqui. Então ele resolveu se entregar. Resolveu assumir a culpa no lugar do irmão, para protegê-lo. Disposto a sofrer qualquer consequência.

- Por isso ele não assumia perante a polícia. Ele estava retardando as investigações a tempo de saber se a culpa era ou não do irmão. – Ali concluiu, chocado diante da coragem do homem.

Seher estava calada, sem esboçar nenhuma reação, estava em choque diante de tamanha revelação. Cenger percebendo, dirige-se para Seher e fala:

- Ele estava ciente do seu amor e carinho, que via o Senhor Ziya como irmão, ele temia destruir isso. E ele sabia que o Senhor Ziya precisava mais da Senhora do que dele. Que a saúde mental do Senhor Ziya supostamente havia empurrado para isso.

A jovem se levanta, sem dar uma palavra, saindo da sala, seguida por Firat, que estava preocupado com a irmã, que a chamava insistentemente, querendo um sinal de vida. Mas ela fechou a porta do quarto, sem deixar que entrasse, o ruído da chave sendo virada na fechadura era um indício de que não queria falar com ninguém.

Ruído de coisas se quebrando, do som que vinha do fundo da garganta fruto da raiva, podiam ser ouvidos além das paredes do quarto. Firat baixou a cabeça, sentia a dor da irmã, ele mesmo tinha vontade de fazer aquilo. Mas naquele momento tinha que estar ali por Seher.

***

NOTA DA AUTORA:

Continuamos com a Montanha Russa em queda livre! Ihuuuuu!

No privado me perguntam quando vai ser o reencontro. Só posso dizer: Em breve. Por que os personagens estão surpreendendo até a mim, acreditem.

Eu criei uma playlist com músicas que me inspiraram e estão me inspirando a escrever os capítulos, parte da letra ou a letra toda da música me trás ideias para colocar no papel. Ao longo dessa história mais músicas vão entrando, assim você pode acompanhando essa viagem comigo no Spotify, tem a playlist Herança - #Emanet #Fanfic - Original Soundtrack.

https://open.spotify.com/playlist/6l8JouqD3IiikTJ0fSSNzU?si=e09b2048d32c48eb

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