Eu estou vivo

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Enquanto Yaman a olhava nos olhos, encantado pelo reencontro, ela foi desmaiando e o irmão a amparando. Rapidamente o homem avançou em direção a esposa. Firat massageava o rosto dela, chamando pelo seu nome. Todos ainda em choque assistiam a tudo, as mães sussurravam entre si. O homem olhou para Adalet e disse simplesmente:

- Yusuf. – Logo a mulher se mexeu e foi cuidar do menino para que ele não viesse para a sala naquele momento, não seria bom ele ver tamanho alvoroço.

Yaman se abaixou, pegando habilmente Seher nos braços e caminhando rapidamente em direção as escadas, escoltado por Cenger e Firat. Caminhou com desenvoltura, até o quarto de Seher, fazendo com que o rapaz olhasse para o Mordomo mostrando todo seu estranhamento, por sua vez o homem mais velho fingiu não saber, tendo que se segurar para esconder seu sorriso discreto.

O marido depositou delicadamente o corpo da mulher na cama, a mesma cama que assistiu ela dormir por várias noites. A diferença é que agora ele podia tocá-la, e assim o fez, com delicadeza, como se tocasse a flor mais frágil do mundo, deslizou a costa dos dedos com doçura enquanto olhava com verdadeira adoração.

- Como? – Foi tudo que Firat conseguiu perguntar, enquanto estava completamente confuso.

- É uma longa história. – Yaman respondeu, sem tirar os olhos de Seher.

- Seu silêncio causou sofrimento para nós.

- Foi um mal necessário. – A expressão do homem se tornou sombria e ele foi lacônico.

- Nós sabemos, Cenger contou, mas queríamos ter ouvido de você. – O rapaz argumentou.

Yaman lançou um olhar para Cenger, que fez um leve movimento de cabeça positivo, o homem retribuiu com o mesmo gesto, então voltou a olhar para Seher.

- Era a única solução para aquele momento.

- Você sabe que...

Seher começou a acordar, calando Firat, que se apressou servindo um copo d'água e entregando para Yaman que logo tratou de ofertar para que a moça bebesse. Ela por usa vez, tomou um gole da água sem tirar os olhos de Yaman, com aquele receio de piscar a qualquer momento e ele sumir como em muito dos vários sonhos que teve.

Os olhos dela eram largos e surpresos, acompanhando cada movimento dele, cada gesto, olhar.

- Você está bem? – Pergunta o homem de forma preocupada.

- Sim. – A voz dela era cuidadosa.

Firat e Cenger percebem a situação, olham entre si em um entendimento mútuo, saindo do quarto em seguida. Assim que saíram, Seher pergunta confusa:

- Como?

- É uma longa história. Você acabou de desmaiar.

- Eu pensei...

- Precisava que pensasse. – Ele segurou a mão dela, com carinho. Poder tocar ela, foi o que mais sonhou nos últimos meses.

- Eu... – Ela ia falar, mas a coragem faltou, baixou a cabeça sentindo as lágrimas.

- Eu sei. – Ela ergue a cabeça o encarando mais confusa ainda, então desconsertado, o homem admite. – Eu estive cuidando de você...De vocês dois. – Ele se apressa em corrigir.

Ela inclina a cabeça, o encarando, estava tão confusa que não conseguia reagir.

- TIOOOOOOO! – A voz infantil de Yusuf encheu o quarto.

- Meu pequeno Pasha!

O homem se levanta da cama para poder se abaixar e abraçar o menino forte. Então o pequeno falou baixinho no ouvido dele:

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