Câmbio, desligo

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CÂMBIO, ESTOU NA ESCUTA

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CÂMBIO, ESTOU NA ESCUTA... Bel tentava lembrar-se de como usaria aquele negócio que estava em suas mãos. Era um walkie-talkie, presente do sr. Potter antes de saber da travessura de Belinda no desfile. Ele havia dado aquele aparelho comunicador a ela porque a tinha questionado o que gostaria de ganhar, dias atrás, e Belinda pensou em algo que pudesse conectá-la às pessoas que amava.

― Kill, consegue me ouvir? ― Ela apertou pela terceira vez o botão do walkie-talkie em suas mãos, em plena noite, sentada à janela de seu quarto.

― Faz uns três minutos que tento falar, mas você não cala a boca um instante... ― Na vez dele, conseguiu dizer.

― Que maravilha, Kill! Então o Felipe conseguiu te entregar o par desse walkie-talkie? Tínhamos combinado e deu certo... Pedi que ele fosse lá no poste, escrevesse SOS e depois te encontrasse lá. Felipe é um amigão!

― É.

― Como você está? Eu tenho tantas novidades para te contar, mas não posso enquanto não ouvir tudo que tem a me dizer. Estou com saudades de vocês... de todos nós juntos.

A menina ouviu a respiração pesada do garoto, mesmo através do som cheio de ruídos do rádio.

― Kill?

― Estou bem, Belinda. Também queria que as coisas voltassem a ser como antes.

A loirinha sentiu que aquelas palavras precisavam ser compreendidas, que o seu amigo queria desabafar. Mas acabou sendo levada pela tagarelice.

― Eu vi a Wicked! Quero dizer, consegui vê-la de longe... não pude me aproximar porque um guarda da escola me colocou de volta na fila do desfile. Mas eu a vi... tenho certeza que era a nossa amiga.

― A Wicked não quer voltar.

Belinda ia falar mais, só que a afirmação de seu amigo lhe causou extremas dúvidas.

― O quê?

― Eu também a vi. Ela está com os pais dela, em sua verdadeira casa. Passou por mim e disse que não queria que a procurássemos mais...

― Você... eu... não... Quer dizer, isso é uma coisa boa de se ouvir ― Ao apertar o botão, a garota tentou sorrir, mas havia uma dorzinha de perda brotando em seu coração. ― então, porque eu não consigo me sentir feliz com essa notícia, Kill?

― Talvez você finalmente esteja entendendo o que eu sempre quis que compreendesse... ― o menino esboçou. ― Só que daqui, de longe, também consigo assimilar que são caminhos diferentes. O meu, o seu, o de Bad Smell e Wicked. Vocês nunca precisaram de mim como um guia. Sempre souberam bem onde queriam ir. E ― suspiro ― tudo bem.

A garota estava estranhando aquela conversa. Não parecia o líder da operação. Estava inexpressivo demais.

― Kill, pare com isso. Você nos ajudou no momento em que mais precisávamos, quando buscávamos um futuro, fosse ele qual fosse. Você é o menino mais fortículo que conheço! O garoto do aviãozinho que me salvou daquele triste reformatório.

Ele demorou a respondê-la.

― Me prometa que vai se cuidar. E que vai tomar a melhor decisão para sua felicidade.

― Kill, o que está querendo...

― Não vamos poder mais nos encontrar.

― Deixe de história! ― Belinda irritou-se, sentindo vontade de estapear o walkie-talkie como se fosse a orelha de seu amigo. Ela esperou que ele a replicasse, mas não ouve mais nenhuma palavra. Nem um ruidinho sequer.

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Por que será que Kill fez isso? Poxaaa...

Maratona 3/5

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