Saudades do que ainda não vivi

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O CARRO LUXUOSO do sr

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O CARRO LUXUOSO do sr. Potter não fazia barulho algum enquanto passava por sobre os pedregulhos do caminho rumo à nova morada de Belinda. Sentadas as duas no banco de trás, Srta. Tames segurava na mão da criança, quase tão ansiosa quanto a mesma. A diferença básica era que nos pensamentos da miúda haviam três palavras chaves: pais, amigos e Bondoso; seria difícil que qualquer distração ocupasse sua mente, a não ser que...

― Moço, por quantos postes passamos? ― Ela se esgueirou para questionar ao motorista. O homem tomou um susto, visto que a viagem até então tinha sido calma e silenciosa.

― Postes? ― Sem tirar a atenção do volante, o chofer quis entender.

― Sim. Não me pergunte porquê... é segredo ― de rabo de olhou, notou a professora lhe observando e escutando tudo que falava ― só me diga, por favor.

Após uma risada dos adultos, a resposta veio.

― Isso não é o tipo de coisa que motoristas numeram, menininha. Mas esse carro ― o homem apertou uns botões que resultaram em algumas letras minúsculas que só ele conseguia enxergar ―, para a sua sorte, é bem informado. Hum... ― olhando-a, enfim, suspirou ― é provável que tenhamos passado por uns 400 postes, quando estávamos na pista. Mas por aqui o único poste que irão encontrar é...

― O da casa da colina ― Bel sorriu, grata pela informação do homem e feliz pela visão que acabara de ter. O carro parara e o destino ao qual a menina e sua professora buscavam já se encontrava em sua frente.

Quando desceram, puderam observar cautelosamente: o sol já se punha, fato este que evidenciava ainda mais a linda casa de madeira devidamente planejada. Era bem grande, por isso a pequenez de Bel poderia chamá-la de mansão. Claramente, dois andares era o modelo estrutural da morada, que se destacava por possuir uma linda varanda condecorada com grades amarronzadas, seguindo a cor primordial do lugar. A grama verde e bem cortada, adjunta de alguns pinheiros em derredor, era um dos pontos diferenciais também.

― Linda, não é? ― a mulher buscou a confirmação nos lábios sorridentes da loirinha, que correra para a sombra do alpendre, curiosa e tendenciosa a bisbilhotar. Quando viu o motorista dando ré, Srta. Tames aproximou-se da janela do carro ― Obrigada, Sr. Luís. Informe ao Sr. Potter que chegamos em segurança, por gentileza.

― É claro, Srta. Os empregados estão ao dispor das duas. A casa está limpa e pronta para aconchegá-las. Fiquem bem! ― Com um aceno, se despediu.

― Boa viagem ― segurando a borda do vestido, a bonita e jovem professora observou o chofer descer a colina e ingressar na estrada novamente. Após um suspiro tenso, virou-se para instruir Belinda. Mas não era tão fácil segurar aquela criança quieta. ― Bel? Onde você se meteu? Precisamos en...

― Oi, senhorita. Veja só! ― o grito da menina ecoou dos fundos da casa, sendo que elas não tinham nem entrado pela frente! ― Venha cá, olhe que coisa mais fofa. Não é um pandinha, caso você esteja pensando...

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