Nosso segredo...

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"... E eu vejo para sempre nos seus olhos
Eu me sinto bem quando vejo você sorrir, sorrir
Fazendo desejos a dentes-de-leão o tempo
Orando a Merlin que um dia você seja meu
Fazendo desejos a dentes-de-leão o tempo todo, o tempo todo…" – Dandelions.

13 de outubro do ano de 1991

As noites no salão comunal da Sonserina eram frias, Harry gostava delas. Ele gostava de sentir o inverno próximo e se aquecer próximo ao fogo até a hora de dormir ao lado de Draco, seu melhor amigo. Mas nessa noite foi diferente. 

Harry foi dormir cedo, foi uma surpresa para Draco quando ele entrou no quarto por volta das dez da noite e encontrou o melhor amigo dormindo calmamente sob os cobertores quentes e de coloração verde.

E, por volta das uma da madrugada ele acordou, assustado e respirando sem ritmo. Ele havia tido um pesadelo, o primeiro em muitos anos. Harry saiu do quarto de forma ágil, tropeçando no próprio pé até chegar ao quarto de seu diretor de casa, ou melhor, seu pai. Ele bateu na porta várias vezes até um homem vestido com um pijama de seda abri-la com uma carranca por ter sido acordado em plena madrugada. Não durou muito a expressão fria até ver Harry em sua porta.

Os olhos do menino estavam cheios de lágrimas e a primeira reação de Severus foi pegar o pequeno garoto de onze anos no colo e perguntar o que tinha acontecido para ele estar daquele jeito, mas Harry negou-se a relatar, pedindo apenas para que ele pudesse passar a noite junto do mestre de poções.

Então Harry finalmente conseguiu dormir. Ele gostava de como Severus o protegia quando tinha algum pesadelo, ou quando ele apenas tinha medo de alguma coisa. Ele amava o mestre de poções, afinal, ele era seu pai. Poderia não ser biológico, mas Severus o amava e apenas isso importava.

Era sábado, finalmente. Não tinha deveres ou aulas, poderia ficar o dia inteiro jogando com Draco, se quisesse. Mas não. 

Harry e Draco acordaram mais tarde naquele dia e tomaram café da manhã nos aposentos de Severus, pequenos privilégios para o filho e afilhado do mestre de poções. Draco optou por uma xícara de chá de cereja e um pedaço de torta de maçã verde. Ao contrário do loiro, Harry escolheu uma taça de suco de uva e uma fatia de torta de morango com merengue. Severus não pode comer com os dois garotos, pois teria que ir a Hogsmeade com os alunos do terceiro ao sétimo ano.

Após comerem, Draco e Harry foram para a sala de música, onde o moreno tocava uma música com melodia calma e serena, e o loiro desenhava seu melhor amigo.

O sonserino de olhos azuis reconheceu a melodia, era uma das suas favoritas. Claire de Lune… Ele desenhou Harry tocando o piano de forma angelical. As cortinas finas não deixavam toda a claridade do sol entrar, o que deixava o menino de olhos verdes ainda mais bonito. Harry não precisava de alguma luz externa para brilhar, ele já fazia isso por si só. 

— O que está desenhando? – Harry parou de tocar e olhou para Draco, que estava deitado de bruços em um tapete e desenhava com um lápis de madeira.

— Desenhando, estou quase terminando. Só falta colorir e vai estar pronto. Antes que pergunte, você não pode ver. Volte a tocar, tudo bem?

Draco falou com o nariz e o queixo erguidos enquanto assistiu Harry rir baixinho e voltar a tocar o piano. A música agora era Claire de Lune.

— Vamos logo, Draco – Harry sussurrou enquanto puxava o amigo pelos corredores de Hogwarts. A lua do lado de fora do castelo mostrava fortemente seu esplendor.

— Eu estou indo – o loiro segurou mais forte nas roupas do amigo. — Por que estamos fora da comunal a essa hora? É algo importante? 

— Eu achei uma coisa interessante. Estamos quase chegando… shii!

Harry guiou Malfoy até uma sala abandonada que tinha apenas um espelho no centro. Ojesed… 

Os dois sonserinos se aproximaram do espelho, curiosos, é claro. Harry via, mais uma vez, a curiosa imagem de Draco e ele, mais velhos abraçados enquanto Severus sorria. De alguma forma curiosa, aquela imagem lhe trazia paz.

Draco, não muito diferente do melhor amigo, via o moreno de olhos de esmeralda dançando próximo ao seu corpo. Próximos demais. Harry vestia um terno branco perolado de aparência cara e sapatos brilhantes, e o loiro um terno completamente preto. 

Draco corou com a visão do espelho. 

"Aquele objeto curioso mostrava o futuro?"

Os dois garotos pensaram juntos.

— Uau… Nós vamos contar para o Sev? – Draco se virou para o castanho.

— Não. É o nosso segredo… Só contaremos caso isso nos coloque em perigo, tudo bem? – Harry encarou as orbes safiras e sorriu, notando que os cabelos loiros e lisos de Draco estavam desarrumados.

— Tudo bem. Vamos voltar para o quarto, podem nos pegar aqui e teremos uma detenção – o loiro pegou na mão do melhor amigo e saiu pela mesma porta em que entraram, voltando para os dormitórios e a comunal das cobras.

Naquela noite, Harry dormiu leve como uma pluma. O garoto de olhos esmeraldas havia sonhado com um campo de dentes-de-leão e desejou que ele se tornasse real. Afinal, Draco estava nele, e tudo com o loiro se tornava divertido e mágico. Draco… Seu melhor amigo.

Notas da autora:

Música: Dandelions – Ruth. B

Espero que tenham gostado!

Harry Potter and your dark side; drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora