"Draco, eu gosto de garotos?" (Drarry)

O ditado de Arthur

boa leitura 😃💕

Parte 1: Harry se
questiona

Harry não saberia dizer quando aquele sentimento eufórico surgiu em seu peito. Na verdade, não saberia dizer nem se ele estava ali mesmo ou se era apenas fruto de sua imaginação, porque veja bem, nunca foi concedido a Harry a chance de se auto conhecer.

Quer dizer, quando esteve com os Dursley, estava ocupado demais tentando roubar algumas migalhas de pão duro. Não havia espaço para pensar sobre sua vida, sua pessoa e mesmo se houvesse, aquela família não era lá exemplo de pessoas acolhedoras com o diferente. Mas então chegou Hagrid e quando o pequeno garoto se viu finalmente livre (ou quase isso) de seus tios, descobriu que um lunático queria sua cabeça servida em uma bandeja de ouro.

Pior! Uma legião de fãs desse lunático tentavam, frequentemente, conseguir essa conquista. Então novamente não havia tempo para pensar no que realmente gostava.

E mesmo com o mundo caindo aos seus pés, veio Cho. Harry não tinha tempo mesmo para analisar seus sentimentos, então achou que toda aquela euforia que sentia quando Cedric o olhava, dizia respeito a linda corvina. Harry pensou que poderia ser ciúmes, quer dizer, Hermione uma vez havia dito que quando estamos nervosos, nosso coração acelera e ciúmes causa nervosismo, não é? Mas porque quando Cedric o ajudou com o ovo de dragão, aquele simplesmente comentário dispersou mariposas em seu estômago?

Cho era a resposta que Harry dava para tudo, porque era mais fácil apenas tapar o buraco de questionamentos do que parar para pensar mais sobre aquilo. Teve seu primeiro beijo molhado e melancólico demais para seu gosto, não foi lá aquelas coisas e só o que passava em sua cabeça, de uma forma muito estranha e mórbida, era Cedric. Em algum momento foi Cho, mas de Cho ia para Cedric e de Cedric voltava para Cho.

No mínimo confuso para a mente jovem de Harry.

Se Harry parasse para pensar muito em Cedric, então se lembraria do Torneio Tribruxo e consequentemente de dragões. Dragões eram a resposta número três para todo aquele frio na barriga que sentia, porque o fazia pensar em Carlinhos. Não que ele tivesse muito interesse em Carlinhos, é só que aquele aparência destemida e animada ao mesmo tempo, despertava algo em seu ser. Admiração talvez? Não saberia dizer. Como já mencionado, era mais fácil colocar Cho como estrela principal da noite, porque aí não teria que pensar muito sobre o assunto.

Como sempre, a fase Cho passou e Harry se viu em um beco sem saída, sem escolhas, sem motivações para nada além de salvar a bunda de todos aqueles bruxos que um dia lhe chamaram de mentiroso.

O quinto ano não lhe rendeu apenas beijos molhados. Tinha também Umbridge e os cabelos cor de fogo de George. Assim como Carlinhos, George tinha algo a mais ali.

Tão igual a Fred. Nenhuma pintinha a mais ou a menos, mesma aparência, mesmo jeito de falar, mesmos modos e mesmo assim George parecia diferente demais para ser simplesmente o gêmeo Weasley. Harry puxou fundo em sua memória e percebeu que desde muito novo, quando ainda moleque, sempre teve certa facilidade para distinguir os gêmeos justamente porque George o fascinava de uma maneira diferente.

Gina também apareceu. No sexto ano, Gina parecia confiante e estava com um brilho... Mas espere, aquele alí é o Draco Malfoy passando? Então Harry esquecia totalmente do brilho de Gina e corria para os olhos azuis que escondiam um mundo inteiro ali e claro, não poderíamos esquecer, escondia maldade ou seja lá o que aquele loiro de cabelos sedosos e de aparência tão macia, estivesse fazendo.

Mas Gina esteve lá. Harry tem certeza disso. Gina foi seu ponto alto do sexto ano, depois de Malfoy.

A guerra começou oficialmente e Sirius anuncia seu noivado com Remus. Aquilo mexeu com Harry, que tinha seu terceiro ano tão vívido na mente quanto todos os outros anos.