Victor
Meu colega de quarto não é uma pessoa muito silenciosa pela manhã. Sem contar que ontem ele chegou bêbado reclamando sobre a namorada " ela só me maltrata" cheguei ao fundo do poço, escutar lamúrias de bêbado apaixonado.
Descobri que o velho trocou meu curso pra administração, óbvio que ele ia trocar nunca aprovou o outro .
— qual sua primeira aula ? - bak perguntou enquanto andávamos pelo corredor
— ética - mumurrei
— o professor é razoável- deu de ombros - mais adora passar trabalhos que façam você interagir com os outros .
Ótimo, era só o que me faltava.
Eu comecei a faculdade aqui na Royal, mas eu cursava a noite então não conheço ninguém.
Nem no mesmo período ele quis me deixar, " você vai ser um aluno mais aplicado se estudar de manhã e morar em dormitório".
Arrastei meus pés até a sala 14 onde seria minha primeira aula, abri a porta que fez um barulho um tanto alto.
A situação ficou pior devia ter umas trinta pessoas na sala a maldita aula já tinha começado.
Senti todos me observando enquanto me jogava na última cadeira da sala.
Um par de olhos me chamou atenção, a garota da festa de ontem, ela viu que estava olhando e revirou os olhos virando pra frente .
É normal ter tanta hostilidade em uma pessoa tão pequena? Parece a porra de um pinscher .
— vou separar as duplas do trabalho para próxima aula, nada de monogamia na minha aula -a turma começou a reclamar
O resto das aulas foi a mesma merda, odeio administração.
Depois do almoço fui pro lado de fora acender meu cigarro .
Essa porra me acalma pra caralho, nada me faria largar.
Nem meu pai latindo na minha orelha .
— e aí cara - bak se aproximou com um cara, acho que é Arthur.
— e aí - cumprimentei os dois
— hoje é aniversário do Gs, vamos em um barzinho aqui perto que ir ?
— tem mulher gostosa?- questionei
—- não me pergunte essa indecências tenho namorada - ri da cara dele e Arthur afirmou minha pergunta .
— então eu vou .
- a gente pode repetir isso mais vezes- ela volta a beijar meu pescoço enquanto eu fecho o zíper da calça— claro - que não, dou um sorriso falso e saio do banheiro do barzinho .
Bak tá tão bêbado que mal consegue ficar em pé.
Fui até ele e me sentei em uma das banquetas vazias do bar .
— vou ligar pra sua namorada - disse o barman, que era um homem velho e careca
— não.. não - ele disse em desespero - Carol vai brigar comigo
— vou ligar pra sua irmã então - ele foi até o telefone fixo do bar
— essa também vai brigar comigo - ele fez bico - e ainda vai me dedurar pra amiga .
Isso parece ser bem frequente .
— você pode me dizer o número de algum táxi por aqui ?- perguntei pro barman
— você divide o quarto com o bak ? - assenti - a irmã dele te da carona, não vai se importar. São 1 da manhã quase impossível conseguir um táxi ou Uber .
Ficamos esperando uns 15 minutos na porta do bar até que uma caminhonete para na nossa frente .
— ela vai me xingar tanto amanhã - bak diz quase dormido do meu lado .
Ajudei ele a levantar e ir pro carro, coloquei ele nas portas de trás e vi a irmã siando e falando com o barman. Não sei dizer se a garota usava o casaco ou o casaco usava ela, o negócio era enorme .
Então ela virou vindo na nossa direção, não pode ser o bak é irmão da pinscher ?
Qual foi universo, quer me fuder paga o jantar antes .
Ela olhou pra mim e fez careta entrando no lado do motorista. Fiquei paralisado
— vou ter que abrir a porta pra você princeso ? - ela me olhava pela janela .
Bufei e entrei no lado do passageiro .
Olhei pelo retrovisor e vi o bak dormido todo torto no banco . Botei a mão no bolso e peguei a carteira de cigarro.
Tirei um e levei a boca .
— sem cigarros - ela me alertou enquanto dirigia , levei o isqueiro pra acender e então o carro freio- sem a merda do cigarro ou você desce .
Mas que garota eu insuportável, guardei o cigarro de volta .
— satisfeita ?
— bem longe disso - ela fez careta e voltou a dirigir
Levou 25 minutos pra chegarmos nos dormitórios. Sai arrastando o Gabriel pro quarto com a garota me seguindo .
Joguei ele na cama e a miniatura me xingou baixinho fingi não escutar.
Me sentei na minha cama e vi ela tirar o tênis do irmão e cobrir ele . Ela tirou um remédio da bolsa e deixou na mesinha de cabeceira com uma garrafinha de água, deu um beijo na testa dele e foi embora .
Nem se despediu, sem coração, sou sensível .
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Até a última batida
Hayran KurguDepois de perder a mãe Victor deixou tudo de lado até mesmo os estudos, depois de um ano e meio ele se vê obrigado a voltar pra faculdade . Com a jaqueta de couro, tatuagens e seus cigarros ele chama atenção por onde passa, principalmente a feminina...