♕︎𝚌𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 5♔︎

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A cada dia que se passa, o baile se aproxima, meu pai havia chamado a costureira pra vir fazer minha vestimenta para a ocasião, não tinha ideia do que poderia querer vestir ainda, que cores, tecidos ou o próprio corte do vestido

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A cada dia que se passa, o baile se aproxima, meu pai havia chamado a costureira pra vir fazer minha vestimenta para a ocasião, não tinha ideia do que poderia querer vestir ainda, que cores, tecidos ou o próprio corte do vestido.

Ela foi mais rápida do que o esperado, logo entrou em meus aposentos e a recebi com graças, ela despejou os tecidos que tinham em sua bolsa na cama, diversos tecidos que não pareciam ter tantos naquela bagagem, com certeza, a bolsa é mágica.

Eu vi milhares de tecidos, tinha uma variedade enorme de azul, alguns verdes e até amarelo florescente, porém o que mais me chamou a atenção foi um vermelho de brilho fosco, queria aquele, ela tirou minhas medidas e pediu minha opinião enquanto desenhava meu vestido, pedi um ombro a ombro, uma fenda para me movimentar melhor, além de bolsos, preciso carregar armas como estou a serviço.

Após terminar seu trabalho, ela recolheu seus tecidos e se retirou do quarto, eu estava cansada, mesmo ainda sendo de manhã, minhas obrigações começaram ao nascer do sol hoje, fora minhas pouquíssimas horas de sono por estar ajudando meu pai até tarde da madrugada a organizar os guardas de frente da noite do baile, me pediram diversos serviços ao qual realizei todos nesta manhã, me joguei na cama tentando dormir, por mais que estivesse estremamente cansada, não dormi instantâneamente, tomei soníferos de fadas do mar e apaguei em segundos como desejava.

[...]

Acordei horas depois e era tarde, ainda com meus olhos meio fechados vi algumas funcionarias de meu pai que não apareciam com frequência por aqui, só em eventos importantes como....o baile.

-- por quanto tempo eu dormi? -- pergunto a uma delas, suas roupas eram brancas e seu rosto estava limpo sem resquícios de maquiagem por ser proibido, seus cabelos eram lisos, ela era normal, não tinha nada em especial, o adequado para trabalhar no castelo e não seduzir alguém da realeza.
-- dois dias, milady -- era de se esperar, as fadas do mar são muito eficientes em seus produtos, eficientes até demais, me ligo novamente e observo a parede, meu vestido estava exposto lá, com suas inúmeras camadas o tornando bufante.
-- vamos lhe arrumar a mando de seu pai, senhorita -- concordei e ela começou a mecher em meus cabelos incrivelmente volumosos e cacheados, cachos bem abertos e brilhantes, o cabelo parecia preto, porém era um castanho tão escuro que só podia se notar de perto.

A funcionária permaneceu com os cachos, fez uma franja com uma mecha grossa de cabelo e prendeu o que restou por baixo de todo o cabelo solto, foi colocado uma tira de prata com flores de diamantes a decorando, trouxeram o vestido até mim e o vesti, meus ombros estavam expostos, havia um decote coração feito por um tecido que se cruzava no meio do corpo, a saia era volumosa e tinha minha fenda tão desejada, a parte da frente era minimamente mais curta que atrás, além dos bolsos serem espaçosos, um bolso era tão longo e comprido que parecia sido feito para uma espada, acho que a costureira achou conveniente por eu fazer parte da guarda real e a agradeço por isso, poderei levar noturna comigo.

Algo que tinha observado, porém não fui atrás, foi uma caixa de veludo em minha cama, me aproximei finalmente dela e logo dispensando as empregadas de meu pai e a abrindo, antes que a última saisse perguntei ao ver que se tratava de um colar de rubis.

-- meu pai quem deixou aqui? -- me animo com a ideia de ele ter me dado um presente.
-- o príncipe, senhorita -- saiu por fim.

Após isso, segui o caminho que ja pretendia cruzar, afinal, nenhum príncipe viria buscar a falsa acompanhante disfarçada na porta. Segui aos seus aposentos, foi uma caminhada consideravelmente longa levando em conta que estamos em áreas tão distintas do castelo.

Bati em sua porta e ele autorizou minha entrada com um "entre" os guardas que guardavam sua porta abriram espaço para que eu passa-se, ao entrar eles fecharam a grande porta de madeira de carvalho e olhei o príncipe, ele fechava sua blusa, ainda estava em seus primeiros botões, eu estava perplexa com a cena, me virei de costas para o mesmo e ele soltou um riso froxo.

-- poderia ter avisado que ainda se trocava, teria abaixado o olhar, desculpe pelo desrespeito. -- meus braços se cruzavam em minhas costas, meus dedos batucavam meu cotovelo em inquietação.
-- não pensei que se incomodaria com isto -- comentou ele.

De fato, por aqui poucas roupas não é algo incomum, diria que se vê com grande normalidade, ja vi pessoas vestidas apenas com pintura corporal, se posso chamar de vestimenta, cobrem apenas o que acham necessário.

-- apenas achei incerto, senhor -- indaguei ainda de costas para ele.
-- ja voltou as formalidades? Por favor, volte a ser informal, sei que pode ser mais legal, sua versão certinha é entediante, não sei se irei aguenta-la o baile inteiro, vamos seja informal, eu ordeno. Ah, ja pode se virar ja estou devidamente vestido, só me falta a gravata -- disse usufruindo da posição que ele insiste que eu esqueça.

Me virei e ele realmente ja estava vestido, a camisa que ele abotoava antes é cinza claro, com mangas bufantes, algo que ele muito utiliza, por cima escondendo os botões tem um colete preto com detalhes em vinho, como desenhos indecifráveis, uma arte abstrata de traços arredondados, ondas agitadas ou o próprio vento se pudesse ser visto a olho nu.

Ele tentava por uma gravata vermelha, aparentemente do mesmo tecido que meu vestido, estavamos combinando, não acho que se trate de uma coincidência, ele deve querer isso, ou ele, ou o próprio rei pela maneira que falou em nosso último encontro.

-- pode me ajudar com esta gravata? Não tenho jeito pra isso e não me sinto a vontade com as empregadas, sempre me tocam mais do que o necessário, deveria colocá-las nas masmorras por assédio, não acha? -- pergunta com um sorriso fraco e permaneço com os músculos faciais quietos e silenciados.

Me aproximei para amarrar sua gravata, estava distante de seu corpo e com certo receio levei minhas mãos lentamente até a gravata bendurada por seus ombros e pescoço.

-- longe assim conseguirá amarrar? Tem medo de mim por acaso? Pensei que éramos amigos, mas claro, quem gostaria de uma amizade com um príncipe com fama de mal educado, irresponsável, posso me dizer uma má influência, porém não sou má pessoa, deveriame conhecer antes de achar coisas pela boca dos outros. -- comenta pondo seu pé por trás de meu calcanhar me fazendo tropeçar para frente, por sorte me firmei ao chão antes que pudesse cair sobre ele.
-- não acho que seja má pessoa, muito menos me levaria pelo que os outros dizem, não sou uma fofoqueira, jungkook -- finalmente falo e ele inclina sua cabeça em confusão.
-- resolveu ser informal? -- termino o nó de sua gravata e me afasto mais do que me afastara antes.
-- foi uma ordem, não foi? -- soltei um sorriso descreto juntando minhas mãos a frente do corpo, pode controlar o mundo, porém não a mim, eu não faço parte dele.

Seja minha rainha, milady.Onde histórias criam vida. Descubra agora