Não passar por aquilo de novo.

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12 de Março de 2063, casa da família Lin, 11:22.

— Mas o mais importante sempre será: Nunca se deixe levar pela raiva. Eu estou te falando, você é a chama que pode queimar todo o mundo que conhecemos, se depender da sua ira.

Sonia:

— Humf!!! mas foi só uma vez, mãe!

Ela respira fundo, fecha os olhos, abre-os de novo, e responde:

— Só uma vez? Apenas uma vez... e já foi necessário para você quebrar a perna daquela garota, apenas por quê a garota... quer saber, deixa.  Vai almoçar que depois temos algo a fazer.

"An... ela 'tá' agindo estranho. Eu sinto que a mamãe está escondendo algo..."

Pensativa, a garota não sabia o que estava por vir. Conhecendo bem sua mãe, e talvez sendo uma das pessoas que mais a conhece, ela sabia que algo não estava batendo.

"Mas eu realmente acho que ela anda estranha... não conheço esse tipo de comportamento vindo-... espera, será que eu fiz algo e não me lembro?"

— Eu odeio sentir isso... 

Talvez a garota fosse nova demais para entender, ela não tinha conhecimento ainda desse tipo de coisa, esse sentimento de que tem algo de errado, logo ela saberia que não teria coisa pior do que pressentir isso e estar certa.

Após terminar o almoço, um pouco mais cedo do que o normal, ela escova os dentes, coloca seus calçados, uma calça preta, um colar com uma joia azul e demais coisas. A mãe dela bate na porta e pergunta:

— Está pronta? Precisamos ir rápido. E... coloque uma luva, está frio na rua.

— Estou, para onde vamos?

A jovem Sonia não recebe nenhuma resposta.

"Que sentimento ruim." (pensa a jovem).

Ela sai do quarto, anda até a porta dupla de saída, da as mãos para a mãe dela, e ambas andam até o carro, com Sonia entrando no banco de trás. Era evidente a preocupação da mãe da menina naquele momento, mas, sendo uma criança, a menina não percebeu.

— Então... — diz Sonia sem continuar —. 

— Como posso te explicar isso de forma que todos vão entender. Eu... eu amo você, amo seu jeitinho de ser, você é a filha que qualquer um amaria ter. Mas ultimamente você anda se provando... — ela se perguntava como dizer isso sem magoar a própria filha — um 'charme' e tanto.

— Eu não entendi.

— Você se irrita facilmente, e não mede as consequências de machucar alguém, só se importa consigo mesma e comigo, não consegue ter compaixão pelos outros... isso torna você uma sociopata. Você tem uma inteligência acima da média, o que é bom, mas eu conheci outras pessoas que também eram assim e viraram psicopatas.

— Psi-co-pata... pessoas que tem transtorno de personalidade?

— É! Exatamente isso. E eu não quero isso para você. Eu tentei de todas as formas te ensinar a tratar as outras crianças bem, e você continua gerando atitudes radicais.

O carro para e Angelina se vira, olha nos olhos de Sonia e diz:

— E é por isso que você vai passar um tempo... fora. 

Era evidente a mudança de humor, antes, o que era uma pequena e curiosa Sonia havia se tornado um mar de sentimentos ruins. 

— Fora? — diz a pequena em um tom de tristeza —.

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