Machucado

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"O que eu me tornei, meu doce amigo?... No fim, todos que conheço, vão embora."

Lá estava Joseph, pensativo após seu banho, tentando entender como ele poderia resolver um mistério de 20 anos. A primeira e, também, a mais óbvia opção, era contactar a polícia local, e tentar descobrir o que eles tem de informação sobre este caso. É claro que para isso ele teria que se identificar, depois de muitas ligações ele teria acesso a todas as informações; levaria em torno de 30 minutos ou menos.

Joseph, enquanto estava sentado na cama do seu quarto de hotel, se questionava em voz alta: 

— Existe a segunda opção, que é a menos óbvia, que seria usar o Breakdown e tentar novamente tirar alguma informação sobre onde ela foi. Vou arriscar primeiro a... número 1, é claro.

Não seria simplesmente mais fácil ir se identificar como um figurão das altas corporações japonesas, como ele mesmo é? Na verdade, sim. Não tem bronca nisso. O problema é que na verdade, papelada não faz a cara do figurão ali. Basicamente, pela primeira vez em muitos anos, Joseph decidiu que a melhor coisa seria encarar o mal que é assinar um monte de coisas e fazer um monte de ligações.

O único problema era que a delegacia que cuida das investigações do caso, só abrirá dia 10 de Maio, por motivos desconhecidos; jeito seria esperar.

Dia 10 de maio, 03:59 da manhã, hotel onde Joseph se encontra. 

— Até onde sei, a delegacia abre hoje as 4 horas da manhã. Vou me arrumando e, até me arrumar, já deve ter fechado uns 10 minutos.

Dado o tempo, ele prosseguiria até a delegacia local, já com hora marcada para falar com o delegado é claro. 

04:21 da manhã, na entrada da delegacia:

— Eu gostaria de falar com o delegado Sam Spade, tenho hora marcada. 

— Seu nome por favor? (Diz a recepcionista)

— Joseph Warren, liguei anteontem; represento o Exército Privado Watanabe.

— Tudo certo para você, senhor Warren; você pode entrar naquele corredor ali —  diz a recepcionista enquanto aponta para um corredor à esquerda dela —  é a última sala.

— Muito obrigado.

Ele andava de forma um pouco apressada, mas sem dar em vista que aparentava estar ansioso. Após alguns passos, Joseph bate na porta e, uma voz responde:

— Entre, está aberto!

Joseph abre a porta e obviamente entra. A sala é simples porém evidentemente bagunçada, no centro uma mesa do tipo 'econômica', com papéis transbordando pelos cantos; de vista também dá para ver que estes papéis tem manchas do que parece ser café. Uma única janela fica atrás da cadeira de escritório do delegado, esta que não aparentava ser limpa há alguns meses. Na esquerda (pela perspectiva de quem entra no recinto), um quadro de anotações, com algumas folhas de jornal penduradas com tachinhas. Na direita, ainda na perspectiva de quem entra na sala, outro quadro de anotações, desta vez com fotos de pessoas (supostamente bandidos), estas fotos estavam todas interligadas por um tipo de linha, talvez indicando algum tipo de esquema de máfia ou algo do tipo.

Para não falar do cheiro da sala: O cheiro do veneno quase mortal do diabo em sua forma de CH³CH²OH, mais especificamente, o cheiro de álcool, combinando com um pitaco de café e cigarros, faziam do aroma do local algo bem... classudo. Isso é claro para não comentar do computador obviamente ultrapassado, com um gabinete que contém tanta poeira que uma turbina de avião não conseguiria limpar nem com potência máxima.

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