Responsabilidade Pessoal

1 0 0
                                    

15:31 A.M, sacada do apartamento Watanabe.

Alguns minutos de ausência de chuva:

— Ansiosa? — pergunta Iori.

— Sim, mas não com medo. — responde Sonia.

— Vejo nos seus olhos. Essa sacada me lembra de uma coisa.

Ela olha com atenção para ele, esperando a continuação do diálogo:

— O que?...

— Na-...

Iori é interrompido por Mike, que havia tocado seu ombro:

— Me lembra de alguma coisa também, mas não tenho certeza; essas janelas sempre me dão o sentimento de que eu estive em uma intensa batalha com alguém.

Sonia:

— Mas não é mesmo?... Eu também tenho esse sentimento quando estou por aqui. 

Iori:

— É doideira de vocês, só pode. Pois quando eu estou aqui não sinto nada. Mas vai saber né?

Mike:

— Bom, se não se importam, eu vou saindo, fico de te ligar 10 minutos antes da gente iniciar o ataque... er... fiquem bem vocês dois, okay? 

Sonia:

— Até. 

Ele se retira da sala e vai em direção ao próprio apartamento, enquanto isso;

— Sobre o que estávamos falando mesmo? — pergunta ela.

— Hum... nem lembro. Eu tenho esse problema que toda vez que vou falar algo alguém me interrompe. — responde Iori enquanto sai da sacada.

— Vai onde? 

— Oras. Está começando a chover, não percebe? 

— Ah... — ela olha para cima, a chuva havia voltado a cair — essa coisa da chuva não parar, né?

— Né? Inexplicável. Eu moro no Japão desde sempre, e nunca havia sido comentado nada sobre chuvas que não acabam nunca. Na região de Gifu isso não é um problema, na verdade, é só aqui.

Ela se aproxima da mesma janela de sempre (a que fica perto da parede, na direita em perspectiva de quem entra no apartamento) toca na janela, para pra pensar um pouco, e diz:

— Iori, a chuva representa alguma coisa, apesar de eu não saber o que, mas representa. Fica tranquilo que um dia eu descubro, ainda assim me intriga, tantos mistérios cá e lá. Por quê não para de chover? O que são essas... 'coisas' que acontecem do nada e apenas eu vejo? O que aconteceu com o Izzy? São tantas as perguntas.

— ... É.

Sonia recebe uma ligação no seu celular, ela atende e responde:

— Diga.

— Vou posicionar furtivamente algumas unidades no prédio da frente, algum problema? — diz Joseph.

— Nenhuma, como estão fluindo as coisas no seu setor?

— Ta meio sozinho aqui, mas ainda assim, tudo indo bem.

— Fica tranquilo, to mandando as garotas ai. Não precisa cuidar delas, só coordene as coisas do andar que estiver.

— Ótimo. Última pergunta... Nosso assunto se resolve amanhã?

— ... Você sabe que vai depender. Apenas espero que ninguém da equipe morra.

Cyberwave - HyperdriveOnde histórias criam vida. Descubra agora