Um dia Só Nosso

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Acordei pela manhã com Daryl deitado em meu peito, não quis acorda-lo então fiquei mais uns minutos deitada olhando  para o teto. O frio da manhã batia na cabine de vigia por ser mais alta então ajeitei o cobertor e Daryl se virou para o lado, consegui ver as cicatrizes em suas costas e tudo que conseguia pensar era quem poderia ter feito aquilo, pelo estado das cicatrizes são coisas de muito tempo mas ainda assim estão bem estampadas na pele e podem ser vistas de longe. Passei  a mão por uma delas e beijei uma proxima ao pescoço, meus olhos encheram de lagrimas enquanto eu acariciava as costas de Daryl, quando eu limpei um de meus olhos ele se acordou, me viu chorando e foi logo me abraçando.
- Ei meu amor está em tudo bem, o que aconteceu ?
- Não foi nada - menti.
- Não minta para mim que eu não  gosto- reclamou Daryl pegando meu rosto em suas mãos.
- É  bobagem só  isso - disse chegando mais perto dele.
- Já que é  só isso não tem problema eu saber então- insistiu.
-Ta bom, é  que eu vi suas cicatrizes e comecei a pensar como você conseguiu elas e quem podia ter feito isso com você e mais quem sabe se eu tivesse estado lá eu pudesse mudar isso, eu também sofri muito mas quem deixou essas marcas era cruel.
- Isso não importa mais meu amor, agora acabou para nós dois. Quem sabe um dia eu te conte minha história, mas não hoje, porque hoje nós  vamos sair dar uma volta, procurar umas coisas e vamos ficar bem, entendeu ?
Assenti com a cabeça e o beijei,já fui logo colocando minha roupa, iríamos em uma busca e isso era ótimo, só nos dois.
Tomei café da manhã com Carl e Beth, eles tinham ficado muito amigos desde que saímos da fazenda, quem sabe daqui uns anos não sejam o novo casal vinte do grupo. Fui até a cela e coloquei minha jaqueta de couro por cima da regata já estava com minhas armas então fui para fora encontrar  Daryl, ele me esperava encostado na moto me deu a mochila que coloquei nas costas e a besta que joguei por cima do ombro direito, subi na garupa e fomos em direção ao portão , Gleen o abriu para nós e Daryl falou - Podemos demorar não se preocupem.
- Traga a pequenina viva hein caipira -respondeu Gleen com cara de deboche.
-Pode deixar chinês- respondeu Daryl e fomos estrada a fora.
Eu sabia que Daryl odiava ficar trancado em um só lugar então era provável que sairiamos muito para buscas e isso era ótimo, só nois dois , eu simplesmente amava estar só com Daryl ele era para mim diferente do que com os outros e isso fazia eu me sentir muito especial.
O vento bagunçava meus cabelos e eu agarrava a cintura de Daryl a cada curva que ele fazia não por medo mas sim pelo prazer de tê-lo ali em meus braços, estava cuiosa para saber o que estávamos buscando então perguntei sob o ronco da moto - O que estamos procurando ?
-Qualquer coisa de útil, achei que seria bom sair um pouco.
-E aonde vamos ?
-Pare de ser curiosa você já vai ver.
Esperei impaciente a viagem terminar pensando aonde ele iria me levar, quando vi estávamos no meio da cidade em frente a um shopping, desci da moto e lhe entreguei a besta ele parou do meu lado e perguntou -Então pronta para um passeio ?
- Não é perigoso entrar aí? Pode ter vários deles.
- Não, se a coisa ficar feia damos o fora e além do mais eu protejo você - disse rindo.
- Ah tá - exclamei.
Puxei meu facão e adentrei o lugar , tinha um ou outro walker perdido pelo meio das lojas, mas nada muito perigoso ou que nos impedisse de continuar.
-Pegaremos o necessário, mas se achar algo que goste pode levar e não saia do meu lado.
-Claro, meu guarda costas, quem diria que em pleno apocalipse, meu novo marido  iria carregar minhas sacolas num shopping, está bom demais para ser verdade- debochei.
-Então senhora minha esposa vamos as compras- ele falou- ainda bem que no apocalipse todos os cartões de crédito são ilimitados.
Tive que rir de seu comentário. Entramos em uma loja de eletrônicos e lá encontramos quatro pacotes de pilhas, duas lanternas e uma bateria, enfiamos tudo na mochila e seguimos em frente. Havia vários tipos de loja como  brinquedos, roupas , acessórios,  livrarias e etc... Mas  Daryl me levou a uma em especial , era como uma loja de artigos para motos ou coisa assim, lá havia vários tipos de roupas de couro.
- Foi aqui que eu comprei meu colete , achei que pudesse achar um para você.
Olhei uma arara com vários cabides pendurados todos com peças de couro, fui passando a mão e tirando os modelos olhando um por um, gostei de vários mas o que mais me chamou atenção foi um que assim como o de Daryl também tinha asas, só que asas de borboleta azul. Vesti o colete por cima da jaqueta para ver se ficaria bem, o preto dos dois couros combinou perfeitamente então  fechei o zíper dourado e encaixou no corpo. Me virei para Daryl perguntando
-O que acha ?
-Ficou ótimo em você, agora assim como eu você também tem asas, também é  livre.
- Posso considerar isso um presente ?
- Deve, seu primeiro presente de seu novo marido.
Sorri e o beijei, fomos embora daquela loja e seguiamos adiante no shopping, tinha um ou outro walker e no fim do corredor havia um que ainda não tinha notado nossa presença por estar de costa.
- Posso usar a besta ? Perguntei tímida.
- Pode, cuidado com o tranco e não perca minha flecha- Disse Daryl rindo.
Ele me entregou a besta e eu fechei um olho para poder mirar melhor, apertei o gatilho e acertei bem na garganta do zumbi, mas que merda, Daryl pegou a besta de mim  e a engatilhou, ele parece nem precisar mirar para acertar o alvo aff...
-O que foi está bravinha porque não acertou?Você não sabe perder mesmo.
- É  mais difícil do que parece- resmunguei enquanto nos aproximavamos do zumbi para recuperar as flechas.
-As flechas não são como as balas, balas seguem reto até o alvo, flechas não, se você tivesse dado uma pequena inclinada  para cima teria acertado, teremos muito tempo para treinar na prisão vou te ensinar.
Seguimos em frente pelo corredor agora que nosso amiguinho zumbi estava morto , não achamos muitas coisas, mas o que achei era ótimo: uns gibis para o Carl, algumas latas de milho e o melhor 4 maços de cigarro . No shopping havia mais roupas e calçados, saberíamos aonde voltar se precisássemos,estávamos passando em frente a uma relojoaria quando eu resolvi entrar, estava tudo bem empoeirado eu procurava algo para dar para Daryl, mas acabei achando algo para mim, um colar com uma letra D de pingente, coloquei no pescoço.
-Ficou bom?
Daryl assentiu com a cabeça e sorriu, quando eu vi ele estava tirando um crucifixo de um colar e colocando uma letra C e jogando pelo pescoço.
- Queria um colar mais masculino para esse pingente- falou olhando em um pequeno  espelho.
-Ficou ótimo, agora estaremos sempre um com outro- respondi. Vasculhando mais umas lojas e achei uma roupinha de bebê amarela, levei para o bebê de Lori que logo estaria conosco. Saímos do shopping e Daryl falou
- Até deixaria você pilotar mas vamos em outro lugar primeiro.
- Tudo bem, mas na volta eu piloto.
-Esta certo pequetita- concordou.
Subimos na moto e Daryl me levou a um lugar que eu não quis acredita quando vi... Não sabia se sentia vergonha ou se ficava excitada, era um grande motel.
-Esse tipo de lugar ficou meio intacto por causa do apocalipse, aqui a gente vai poder ter uma noite de verdade em um quarto de verdade- ele me explicou e meu sangue ferveu na hora.
- Eu nunca na minha vida estive em um lugar desse- Disse envergonhada.
-Estou fazendo isso porque é  o que eu faria se o mundo não tivesse acabado e nós estivéssemos namorando, vem vamos entrar - disse Daryl estendendo a mão para mim.
Peguei e seguimos portão adentro até a recepção  Daryl  levou a mão em um painel cheio de chaves e pegou algumas, estávamos virando o corredor a direita quando dois zumbis trancaram o caminho, arremecei a faca em um e o desgraçado caiu e depois matei o outro com o facão. Daryl me olhou dando de ombros e passou por mim e falou
- Vem vamos achar um quarto limpo para eu te dar uma noite maravilhosa.
-O senhor está ficando bem convecido senhor Dixon.
- Deve ser porque cada vez que a gente transa você fala que foi maravilhoso - disse rindo e abriu a porta o quarto estava todo bagunçado então seguimos adiante, o segundo quarto era todo vermelho e estava até limpo tirando a poeira do tempo que estava abandonado, mas poderíamos chacoalhar as cobertas e os móveis não seriam usado mas havia uma zumbi lá dentro ,eu quis mata-lo quando Daryl  me impediu dizendo que iria atrair ele para fora, ele não queria sujar o lugar. O walker foi até o corredor e Daryl cravou uma flecha em sua cabeça e então  tínhamos  nosso quarto.
A quantidade ele espelhos no local era absurda, a cama era redonda com lençou de cetim vermelho que precisavam somente ser virados para que pudéssemos  usar, o tapete no chão era de um veludo vermelho intenso, no banheiro havia uma banheira redonda e alguns produtinhos de higiene. Fui conferir se tinha água mas infelizmente não tinha.
Chacoalhei os lençóis enquanto Daryl procurava uma bebida ele voltou com uma garrafa de champanhe, umas latas de Coca-Cola e duas barras de chocolate vencido mas que ainda dava para comer. Olhei para a garrafa em sua não e ele disse
- Não precisamos beber se não quiser.
-Vamos beber sim, chega desses traumas que eu carrego.
Daryl abriu a garrafa e ficamos bebendo , comendo chocolate e conversando. Eu fiz piadas sobre como o fim do mundo podia ser ótimo, eu e Daryl nos declaramos um para o outro e quando percebi eu já estava nua naquela cama com Daryl me fazendo delirar de prazer. Estava  anoitecendo e resolvemos ir embora antes que os outros ficassem preocupados, mas fomos impedidos por uma horda de pelo menos 200 zumbis que passava bem aonde a moto estava.
-Parece que vamos ter que passar a noite aqui- Disse Daryl
- Ótimo assim vou ter você só para mim por mais um tempo - falei timida.
Daryl se afastou da janela e arrastou uma estante até a porta para garantir que nada entrasse enquanto dormiamos, abri uma latas de milho para que pudéssemos comer afinal o chocolate  já havia acabado. Comemos a luz de velas que Daryl acendeu pelo quarto, eu me sentia em um sonho do qual não queria mais acordar. Fizemos amor mais uma vez dessa vez ele foi romântico, seus movimentos eram delicados e eu implorava por mais, fomos dormir com a noite já era um breu lá fora, eu só  podia ouvir os grunhidos dos walkers que passavam e a respiração de Daryl ao meu lado.

VERMELHO COMO FOGO -DARYL DIXONOnde histórias criam vida. Descubra agora