Encontrei a Pati direto na padaria no dia seguinte. O Benja acordou mais cedo pra passar na casa dele antes do treino e nos encontraríamos de volta no almoço com meus pais. A Ana quis aproveitar pra procurar algumas coisas de decoração pro casamento.
_Vejo que tem uma senhora já exibindo seus presentes.
_Lindos não? À noite vou usar o que ganhei do Benja.
_Lingerie, aposto - concordei, rindo - pra ele não ter levado só podia ser. Mas tua roupa é mais fechada, nem vai aparecer.
_Não, mas ai ele vê quando chegarmos em casa.
_Poderia dizer então que ontem alguém dormiu vestido, já que só vai ver hoje.
_Ah amiga, ontem eu estava no clima do aniversário, queria dormir com esse gostinho de festa surpresa.
_E do Gustavo dando em cima de você abertamente.
_Sabia que você ia falar isso.
_Não vai dizer que não reparou.
_Em alguns momentos sim, mas ele manteve bem um limite.
_Também deixou bem claro em mais de um momento que estava na sua, não pense que não reparamos aquelas mãos que não se soltavam e estavam sempre tão pertinho. Aliás, o vestido vermelho realmente é um acontecimento.
_Acredita que o Benja quem falou pra eu usar?
_Se ele soubesse a história toda já teria colocado fogo - gargalhadas concordando que sim, era possível que eu nunca mais soubesse do vestido se ele suspeitasse do ano novo - mas o Gustavo também estava um charme. Até a Ana concordou e falou pra ele.
_Sério? Queria um pouco da cara de pau da tua irmã.
_E ele nem ficou vermelho agradecendo. É um clássico do homem que sabe que é bonito mas pelo menos não fica se aproveitando tanto... Talvez pra tentar seduzir só a namorada do outro - pausa pro garçom trazendo os sucos - mas me fala a verdade, dessa vez deu pra dar uma balançada?
_Agora sim. No Carnaval realmente só conversamos bobeiras e sem entrar muito na nossa vida. Mas agora trazendo com a festa e toda aquela proximidade... Aliás, o Luiz contou que vocês dois que armaram isso! Te amo amiga por essa surpresa.
_Ah eu que queria contar! Combinamos de deixar o Benja levar a fama inteira como o namorado atencioso. Ele me mandou semana passada chamando pra eu jantar com vocês. A surpresa seria na real só da gente, mas como você tinha chamado o namorado resolvemos estender.
Sorri, a Patricia era minha amiga desde que entrei no colégio com 6 ou 7 anos. Como estávamos sempre na mesma sala, depois de algum tempo ela era presença frequente em casa e também tinha virado amiga do Gustavo. Era uma das poucas que tratava ele como um amigo.
_Não precisava, ele já estava com uma fama boa por participar e conseguir me esconder.
_E você pensou na comemoração prévia de 1 ano de namoro em Porto?
_Ainda não, ele chega só na quinta. Eu tenho alguns dias com o casal pra escolher um lugar ou alguma coisa pra fazermos.
_Mas voltando pra essa balançada com o Gustavo que é um assunto mais emocionante... Se estivesse solteira tinha dado mais espaço? - olhei pra ela parando antes de responder um sim no impulso - isso, pensa um pouco pra uma resposta sincera.
_Sem pensar seria um sim. Mas quando voltamos pro Brasil e montei minha lista de prós e contras de continuar no namoro com o Benjamin tinha um item que eu tenho muito mais a lembrança do Gustavo de antes do que ele agora.... E acho que ele também, com essa referência do pardal do pingente, uma festa surpresa. A gente tem conversado um pouco mais, só que ainda sou eu quem fala muito mais. Não sei se ele ainda não come doces com coco, por exemplo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amores de Mona
RomanceUma viagem pelos pensamentos dessa jovem adulta morando sozinha em São Paulo com um namorado dos sonhos, mas que percebe uma série de mudanças em sua vida quando reencontra um amigo de infância e começa a se questionar se aquela era mesmo a vida que...