— PRECISOFALARCOMVOCÊ. — a voz de Carol está gelada, e você amaldiçoa sob a respiração enquanto olha para cima dos papéis em sua mesa.
— E aí? — você pergunta a ela, tentando permanecer casual, mas ela está olhando para você confusamente, e você imediatamente desvia o olhar.
— Natasha acabou de me dizer que você pediu para ser removida da nossa missão. — ela diz, e você balança a cabeça enquanto pega uma caneta e a gira nos dedos. — O que há com isso?
— Acabei de voltar do Peru, Carol. Estou exausta. Eu só quero alguns dias de folga, só isso.
— Merda. — ela cospe a palavra com veneno, e você sente uma pontada no estômago. — Você tem me evitado como a praga, e eu não sei por quê.
— Não estou evitando você. — você mente novamente, e ela ri secamente, sem humor real por trás disso. Você se encolhe com o som.
— Você nem pode olhar para mim agora. — você olha para cima, então, odiando a dor que está dando o tom dela, e amaldiçoa interiormente novamente. — Sinto muito pelo que fiz. Eu sei que costumo ser insistente, mas sempre tento ser respeitosa também.
— Carol, Deus. Você não fez— você é perfeita. — vive a interrompe imediatamente e ela sorri tristemente. — Sou eu que tem sido um pouco fechada ultimamente, mas não tem nada a ver com você.
Ela olha para você, seus olhos um pouco vítreos e seus ombros para baixo. É como se ela pudesse ver através de suas mentiras, e você tivesse que desviar o olhar dela.
Você tem mantido distância, e isso tem tudo a ver com ela, mas você não pode dizer isso a ela. Pelo menos não sem arruinar sua amizade.
— Sim. Acho que vou te ver... quando te ver boa. — ela diz baixinho, e você não tenta impedi-la de sair do seu escritório.
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*** *** ***
A questão é que Carol é sua melhor amiga do mundo, e sua amizade é algo que você valoriza muito. Você nunca quer perdê-la. Mas recentemente você chegou a entender que a vibração em seu estômago quando você ouve a voz dela significa uma coisa totalmente diferente de apenas amizade para você.
Para não esquecer o punhado de vezes que ela pegava sua mão e te puxava para mais perto. Aquele calor no seu peito, e a eletricidade que você sentiu quando a pele dela tocou a sua? Nenhuma das coisas que você estava sentindo por ela jamais foi amigável.
