31 - Visita Perigosa

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[Leiam a nota de autor por favor lá no fim]

Louis P.O.V. ON

Dr.Carl: Senta-te.

Eu obedeço e cruzo os braços.

Dr.Carl: Quero que saibas que vou tocar-te num ponto sensível. Tu não estás pronto, mas foste tu que insististe. A Marianne perdeu muito muito sangue, tem ferimentos graves e entrou em coma, segundo a situação que tu descreveste, profundo. Bastante profundo.

Naquele momento o meu mundo literalmente desabou.

Será que ouvi bem? Será uma alucinação causada pelo trauma do acidente? Será um sonho, ou melhor dito, um pesadelo? Então espero que passe depressa. 

Mas não. Isto é real. Isto é, tristemente, real.

Eu: O quê? - foi o único mísero som que saiu da minha boca, quase impercétivel, vários minutos depois.

Dr.Carl: Lamento. Acho que te devo deixar sozinho, agora. Qualquer coisa chama.

Eu olhava fixamente para o chão, enquanto os meus olhos se enchiam de lágrimas aos poucos. É a segunda vez que eu quase a perco em menos de 3 dias. Só que desta vez, ela não está a fingir. Desta vez isto é, exatamente o que aconteceu. Não era um dos seus planos para me salvar. Aliás, foi. Se eu a tivesse deixado em paz como tantas vezes ela me pediu na escola, entre outras coisas, nada disto tinha acontecido agora. O meu coração estaria despedaçado por não puder estar com ela, mas o que é isso comparado com o que ela está a sofrer?

Quando o doutor estava a sair, eu não pude evitar fazer uma pergunta, embora já soubesse a resposta e soubesse que era muito pouco agradável:

Eu: Doutor, isso significa que ela tem poucas probabilidades de voltar a acordar? - perguntei com a voz trémula.

Ele hesitou, e confirmou com um aceno de cabeça, o mais discreto possível, e com muita pena no olhar.

Dr.Carl: Louis, devias ir descansar... - ele sugere, calmamente.

Eu esforçei me para assentir, mas não consegui.

O doutor saiu do quarto e eu comecei a chorar compulsivamente, quase aos berros, sem me preocupar se estava num hospital ou na porra de um concerto.

Como é que eu hei de me sentir? Será que ela está a sentir-se bem? Será que ela sente alguma coisa? O que é que é suposto pensar ou fazer? Ajudem-me.

Mãe Marianne P.O.V.

 Apesar de não ser algo que estava nos meus planos, tive de contar ao Andrew que a Marianne desapareceu. Ao ínicio, este recebeu a notícia com um encolher de ombros, mas depois, ficou triste e preocupado ao aperceber-se da gravidade da situação.

   Estava encostada ao balcão da cozinha, apoiada nos cotovelos, de cabeça baixa e a segurar uma caneca de café na mão. Não dormia nada de jeito devido à minha preocupação. De repente, oiço o telefone a tocar. 

    Quase atiro a caneca pelo ar, ao pensar que aquela poderia ser a chamada em que alguém daria notícias da minha filha, dizendo: "Vi os cartazes na rua, e acabou de passar uma adolescente igual à rapariga à minha frente." ou "A sua filha está aqui comigo, ela diz que está tudo bem, e vou agora levá-la à morada". Atendo o telefone.

xx: Estou? Fala a mãe da menina Marianne Watson?

Eu: Sim. - respondi prontamente, quase soltando lágrimas de felicidade.

xx: Boa tarde, estou a ligar do hospital de Doncaster porque...

Eu: Hospital? - o meu sorriso desapareceu e eu paralisei.

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