28 - Resgate (Parte 2)

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Louis ON#

Marianne. Marianne. Marianne.

Acabei de perder a rapariga da minha vida. Acabei de perder tudo o que importava na minha vida.

Lembrei de todos/poucos momentos que passei com ela. Foram os melhores da minha vida, sem dúvida nenhuma.

Perdi o meu motivo de sorrir.

Mas... e se ela não estivesse morta? Talvez, estivesse apenas inconsciente. Talvez ainda a pudesse ter salvo, se tivesse ficado com ela. Mas não fiquei. Por isso, se ainda não o estiver, vai morrer. E eu aqui sem poder fazer nada. Sem a poder salvar.

Sinceramente, não vejo como é que eu a podia ter salvo, se neste momento, nem a mim próprio consigo salvar, e há pouco foi ela que me salvou, mesmo ela estando tão em perigo como eu e arriscando a sua vida. Perdi-a. Para sempre.

***

Continuava a chorar como se não houvesse amanhã, pensando em como eu era inútil quando a carrinha parou de repente e eu cai no chão.

Abriram a porta, tiraram-me o saco da cabeça e levaram-me para uma casa branca no meio do nada, que eu conhecia bem – a casa onde antigamente vivíamos os dois, eu e o John, após ambos termos fugido de casa, e antes de eu me ter afastado dele.

John: De novo em casa, mano.

Eu: SOU TUDO MENOS TEU MANO! OUVISTE BEM?

John: SE EU FOSSE A TI ACALMAVA-ME! – disse olhando-me com desprezo e apontando-me a arma à cabeça.

Eu: MATA-ME! FORÇA! ERA UM FAVOR QUE ME FAZIAS! – a tristeza que antes sentia transformou-se em raiva, fazendo-me parar de chorar. Sinto tanta raiva que não sei como é que cabe toda de mim.

John baixou a arma e ajudou um dos seus guarda-costas a levarem-me para sala onde outrora guardávamos a droga que traficávamos. Nós não traficávamos propriamente, mas entregavam-nos a droga para guardarmos até outra pessoa a vir buscar. A sala tinha chão de madeira, uma corrente presa à parede e uma janela. Nada mais.

Prenderam-me a corrente à perna, e saíram fechando a porta atrás deles, deixando-me sozinho naquela sala.

Apenas me vieram trazer uma refeição à noite, mas eu não lhe toquei.

Comecei de novo a chorar. Chorei compulsivamente até não ter mais lágrimas.

Depois esperei pela melhor solução naquele momento, de olhos fechados. Uma solução da qual não me poderia arrepender. Esperei por morrer, porque pelo menos assim, não seria mais o culpado de nada, nem sofreria mais...

Dia Seguinte#

Acordei com os fortes raios de sol a iluminarem a sala onde estava.

Estou cheio de fome e sede.

E dói-me a cabeça.

Lembro-me de ter chorado a noite toda.

Porquê?

Onde estou?

De repente, lembrei-me de tudo e só consegui murmurar “Mari, eu amo-te muito.", enquanto recomeçava a chorar.

***

Horas depois, John aparece à porta.

John: Bom dia.

Eu rapidamente me levantei e corri até ele, mas cai sentindo um esticão no pé. Merda de correntes.

John: Eu disse bom dia.

FuryOnde histórias criam vida. Descubra agora