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Noah





Tudo o que vejo quando os meus olhos se abrem, é o meu quarto iluminado pela luz natural, o que me faz perceber que havia hibernado e não me dando conta de quando eu adormeci, mas essas duvidas foram esclarecidas quando sinto meu corpo enfraquecido ao tentar me erguer e todas as lembranças da noite anterior.

Eu realmente tive um ataque de ansiedade, a frente dela. Nada podia ter sido pior do que ela ter me visto daquele jeito, fraco e cansado. Estava sufocado e nada racional me pareceu quando explodi na frente da Catherine. Apenas queria ela que soubesse o quanto estava desesperado por algo que não mais faço ideia do que seja, tudo está mais confuso e não consigo entender meus próprios sentimentos e pensamentos.

Todos me viram daquele jeito, não sei como vou conseguir encarar a todos, mas nada se compara com o maior impacto dela ter presenciado tudo. Aliás, eu estava com dores de cabeça e quando a vi, não pude me controlar e explodi, tendo um ataque de ansiedade que não aparecia há muito tempo.

Me ergo com cuidado para sentar na cama me sentindo com pequenas tonturas. Minha respiração está um pouco pesada e olho para as minhas roupas, alguém deve ter me trocado e me coberto. Encaro a janela coberta pelas cortinas, mas a claridade do dia penetra fortemente e deixa todo o lugar iluminado.

Não tive tempo de pensar claramente quando a porta do meu quarto é aberta e vejo a minha mãe entrando cautelosamente, pensando que ainda estivesse dormindo. Seus olhos pousaram em mim, acordado e um pouco desordenado. Ela caminha com um sorriso preocupado, mas também aliviado até ao pé da cama.

— Como se sente? — ela pergunta tocando meu rosto com carinho.

— Estou bem, mãe! — falo com a voz quase inaudível. A senhora Anne parece não acreditar em mim, pois ela me analisa com o máxima atenção e faço uma careta.

— Você deixou todo mundo preocupado. — disse ela finalmente se afastando e sentando ao meu lado.

— Desculpa! — falo cansado, não quero falar nada do que aconteceu ontem.

— Por que não contou que a sua ansiedade havia retornado? — ela indagou preocupada, querendo entender os meus motivos.

Não consegui responder. Me faltava palavras para falar sobre como realmente muita coisa, mas este não é o momento para falar e me sinto fraco para poder conversar nesse momento. Meus pensamentos não estão organizados e sinto como se alguma coisa tivesse me passado despercebido e há um monte de coisas me deixando mais confuso.

— Infelizmente não foi nada grave. Christian cuidou de você e receitou algumas analises e não precisamos nos preocupar com a sua saúde física, mas…

— Eu estou bem, mãe. — disse eu a cortando.

— Você não está bem, meu filho. — minha mãe insiste e abaixo o olhar para as minhas mãos — Não sei os detalhes, mas esse seu ataque têm a ver com a Cathie?

Engulo em seco e olho para a minha mãe. Eu nunca falei nada sobre os meus sentimentos para a minha mãe. Nunca tivemos uma conversa envolvendo aquela mulher e olhando para a minha mãe, a minha reacção só o fez concluir que a Catherine está envolvida.

— O que a senhora quer dizer? — pergunto surpreso.

— Ela estava no corredor quando fomos avisados sobre você. — ela me conta me encarando seriamente nos olhos.

— Não tem nada relacionado com a Catherine, mãe. — falo de uma vez.

Não quero que ninguém perceba que ainda sinto alguma coisa por aquela mulher. Amar sem reciprocidade é cansativo. Tenho amado ela desde um adolescente e sempre esperei por ela, mas nada do que fiz fez algum bem para mim, apenas criei ilusões que só me causaram enormes feridas.

Entrelaçados No Passado - No Meio Da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora