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Sorry pela ausência.
Feliz ano novo a todos!
Boa leitura!








Noah Franklin








O buquê é lançado para o alto, aos olhos de todos para um grupo determinado composto apenas por mulheres. O grito de euforia quando ele é disputado pelas mais belas mulheres e ele escolher cair nos braços da Lídia Smith, a garoto dos incríveis olhos azuis e cabelos cacheados e pele parda. Observei, atrás e com o sorriso singelo nos lábios, a mulher da minha vida, a mais bela de todas.

Catherine, ela não quis ficar na linha da frente como todas as moças solteiras que precisavam tirar a sorte para se casar. No fundo, Catherine sabia que mesmo sem fazer essa disputa, se fosse por mim, estaríamos casados a anos. Mas não foi como sempre quis, mas agora que finalmente a gente se conectou, eu irei pedir em casamento, cedo ou tarde.

O único obstáculo tinha nome, olhos castanhos como mel e uma carranca bem do lado oposto em que encarava a minha mulher. Basicamente, Catherine estava no meio, entre a gente e alheia ao que se passava. Theodore Smith me encarava com raiva e meu pai estava ao seu lado, com a aparência amolada e imaginava o que devia ter acontecido.

O casamento estava nos seus momentos finais. Minha irmã e Lionel, deixariam o lugar para a viagem de lua de mel em qualquer momento, pois, estava claro que, toda essa distração do casamento era apenas a calmaria antes da bomba explodir sobre as nossas cabeças.

Allan se aproximou do meu lado, junto com o amigo — Arthur — que a princípio sentia ciúmes dele, mas percebi que era um homem inofensivo e via a Catherine como sua irmã, o que me deixou mais tranquilo sobre a concorrência. Com a taça e o champanhe quase ao fim, o garoto me encarou e depois olhou para onde seu pai estava.

— Você irá me contar tudo depois que isso acabar. — Enfatizou com o semblante sério e eram raras as vezes que Allan parecia ser um homem.

— Não tem o que contar! — Disse eu, me virando para ele.

— O que disse?

— Você viu de perto, como tudo começou.

— Eu era uma criança e não me dei conta do que estava acontecendo com a minha irmã. 

— Não foi criança por dezoito anos, Allan. Se realmente precisa de uma explicação, seu pai será o melhor a fazer isso, porque ele foi o culpado por sua irmã sofrer longe de mim. — As minhas palavras foram rudes, pois, a carranca formada na testa do rapaz confirmou.

Me volto para olhar onde Catherine estava e a vi abraçar Lídia que sorria abertamente. Theodore conversa algo com o meu pai e dois parecem sérios, mas Taylor apareceu no meio entre os dois, fala alguma coisa e se afastaram de todos, seguindo para um lugar isolado. Nem em momentos como esse, eles souberam disfarçar e respeitar os noivos.

Allan não voltou a me responder, simplesmente deu as costas me deixando com o seu amigo que até então, dois minutos atrás não falava nada quando o amigo. A gente nunca ficou sozinhos, sempre tinha alguém perto quando Arthur ficava ao meu lado, e eu não forçava porque sabia que ele tem autismo e confiança para pessoas nessa condição não se podia forçar.

— O Allan se sente culpado. — Disse ele, me fazendo o encarar. Arthur parece nervoso ao falar, percebi como sua voz havia falhado, mas não podia manter o contacto visual por muito tempo, pois, Arthur apesar de ser corajoso, ele tem autismo.

— Há muitos culpados nessa história. — Comentei, calmo e dando a confiança para ele continuar.

— Mas há sempre um maior culpado, e essa pessoa pode ser você se não fazer direito as coisas. — Sua voz ficou firme e me espantei.

Entrelaçados No Passado - No Meio Da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora