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Noah







Por muitos anos, eu me questionava, perguntava ao universo quando eu poderei finalmente estar com a garota que ama. Quando eu poderia me sentir realizado, o desejo de poder sentir cada toque, o sabor dos lábios dela, e se a resposta fosse que só poderia fazer tudo isso quando passasse mais de quinze anos, eu não aceitaria ficar tanto tempo longe do que sinto quando os meus lábios estão sob os dela.

Quem poderia imaginar que eu me sentiria como o homem mais realizado, que nada mais importa para mim senão continuar a beijar Catherine, sentir seus lábios a mover com tanta naturalidade, correspondendo ao s meus sentimentos, ao fogo que meu estomago está formando e talvez seja isso que se chama felicidade.

Estar apaixonado. Era isso que eu fui desde os quinze anos de idade, e agora com os trinta e dois anos, esse sentimento só crescia a cada tempo que passava, mesmo afastados, eu amava tanto ela que não consegui esquecer nunca e mesmo que, no fundo eu ficasse com raiva, com rancor de que ela tenha seguido com a vida, eu não conseguia afastar esse sentimento de mim.

Catherine parece um anjo, impossível de esquecer com facilidade. Seus lábios são suáveis e doce. Com delicadeza, ela corresponde aos meus sentimentos e não se afasta em momento algum, me fazendo aprofundar o beijo e levar o seu corpo mais para perto do meu, ouvindo a respiração um do outro, criando um mundo só nosso, e se não fosse a falta de ar ao nossos pulmões, eu não queria me afastar dela outra vez.

Nossas respirações são pesadas, ofegantes. Nos olhamos com tanta admiração, quentes sem se afastar um do outro. Catherine está corada, mais vermelha em relação as outras vezes que eu a deixava constrangida. Ela respira fundo, me encarando de olhos arregalados por eu ter me afasto dela calmamente.

— Sinto sua falta, Cathie! — murmurei olhando para os olhos azuis claros dela.

— Noah! — disse ela, com a voz baixa e desviando do meu toque e olhar.

— Eu sei que você sentiu exactamente o mesmo que eu. — falo suspirando — A gente já ficou tanto tempo longe um do outro, fingindo que não existia mais nada daquilo que fomos no passado, mas… — o cansaço em minha voz era perceptível e Catherine me olha reluzente — Eu sempre fui o mesmo Noah que conheceu, o mesmo cara que deixava você desenhar seu rosto. O mesmo que estava apaixonada e depois de anos, continua o amando.

— Eu não sei. — sua resposta é incerta.

Estava desesperado, Catherine hesitava, mesmo após minutos de termos nos beijado, ela não conseguia ser corajosa, enfrentar e encarar tudo o que estava em sua volta. Por tanto tempo ficar omissa aos desejos dos seus pais, Catherine nunca aprendeu a caminhar por si mesma, pensar por si mesma, ser egoísta por ela própria.

Seu olhar me observava no silêncio da noite, apenas o som das arvores dançando pelo som do vento. Seus olhos estavam marejados, os lábios rosados e chamativos, corada e a respiração pesada, com medo de aceitar e enfrentar tudo o que lhe impede de fazer o que anseia.

— Sei que você quer exactamente o mesmo que eu, viver esse sentimento desesperadamente. — falo voltando a me aproximar e segurando sua mão, a mesma que usou para me acalmar — Catherine, eu sempre amei você, demais.

Confesso todo o meu sentimento. Catherine arregala os olhos, funga quando olha no fundo dos meus olhos que estão marejados, abaixa a cabeça usando a mão livre para limpar seus olhos, mas eu a impeço de continuar e peço para ela olhar para mim.

Alguns segundos depois, finalmente ela olha para mim, com as lagrimas caindo em suas bochechas coradas, mordendo os lábios com um leve tremor e me sinto horrível por não saber o que ela deve estar sentido agora.

Entrelaçados No Passado - No Meio Da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora