Capítulo 6

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— Finalmente acabou! — comemorou Reki fora do palco, enquanto retirava a tiara e o véu da cabeça, ainda em cima do skate.

— Pois é — comentou Langa sem se abalar.

Quando o ruivo olhou para o lado, percebeu que ainda permanecia de mão dada ao canadense, mesmo que não precisassem mais encenar.

— Ah desculpe — disse Reki enquanto soltava a mão do amigo. Havia sido um milagre ele conseguir permanecer tão perto de Langa depois deles quase terem se beijado (duas vezes!). Será que o que ele havia experimentado no palco era apenas uma mera curiosidade?

— Não precisa se preocupar com isso, Reki — responde o canadense com sinceridade, mesmo que, para o ruivo, o amigo aparentasse estar meio chateado.

Logo, eles se viram cercados pelos colegas de turma, que não paravam de parabenizá-los pela excelente atuação.

— Vocês dois estavam muito incríveis e fofos, Kyan-san e Hasegawa-san! — disse a animada colega Imai Akane ainda nos trajes de fada.

— Valeu — agradeceu o ruivo meio sem graça. — Pelo menos deu tudo certo.

— Muito bem pessoal! — chamou a atenção o representante de classe. — Conseguimos fazer um ótimo trabalho, mas temos que liberar o palco para a próxima apresentação, depois todos nós poderemos aproveitar o restante do festival.

— Eu vou tirar esse vestido — disse Reki indo em direção a sala onde tinha deixado suas roupas e sua tão adorada bandana. — Quase tropecei nele um monte de vezes.

— Eu também — disse Langa, já tentando desabotoar os botões da farda. — Esses botões dão trabalho até na hora de tirar.

Em silêncio, os dois se dirigiram até a sala improvisada de vestiário. Reki não conseguia parar de pensar no que havia dado nele. Será que era normal ele sentir esse tipo de curiosidade em relação ao melhor amigo? Ele nunca tinha pensado em nada do tipo, nunca sentiu algo em relação ao amigo de infância, mas por algum motivo ali e agora, com Langa parecia diferente...

Antes que se desse conta, os dois estavam sozinhos na sala, tirando as roupas do figurino. Dessa vez, o ruivo não ficou incomodado com o amigo trocando de roupa no mesmo ambiente, afinal a cabeça dele estava muito cheia para processar essa informação de que poderia estar sentindo certos desejos em relação ao canadense.

"Talvez eu só precise de um tempo e deixar isso para lá" ele refletiu enquanto vestia sua blusa de uniforme sobre sua camiseta amarela. Ele não poderia arriscar sua amizade por algo que ele mesmo não compreendia. Devia ser normal um adolescente sentir esse tipo de curiosidade. Mesmo que ele ainda achasse embaraçoso ser pelo melhor amigo.




Todos que participaram da peça se juntaram para ajudar a guardar tudo o que foi usado, para não atrapalhar os alunos da apresentação seguinte. Com a ajuda de todos, essa tarefa foi feita de forma fácil e rápida. Então depois disso, os alunos estavam liberados para aproveitar o festival.

Ao saírem do auditório, Reki e Langa deram de cara com o gerente Oka, que possuía um sorriso de puro contentamento no rosto.

— Qual é... Você veio mesmo gerente... — lamentou o ruivo.

— Ora, vocês são ótimos funcionários, não deixaria de apoiá-los — o gerente nem tentava esconder o sorriso debochado. — Mas tenho que admitir que foi bem interessante com a inclusão do skate e das manobras.

— Nossa colega de classe, que fez o roteiro, achou que isso poderia deixar a peça mais interessante e original. — comentou Langa.

— E ela tinha razão — falou Cherry se aproximando do grupo, acompanhado de Joe, Shadow e Miya. — Teve momentos bem inusitados durante a apresentação.

Um Conto de Fadas RadicalOnde histórias criam vida. Descubra agora