Capítulo 11

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Ao ouvirem a voz de Masae ecoar pela casa, foi como se os dois voltassem a realidade, eles se afastaram na mesma hora. Reki tentava organizar as roupas bagunçadas, temendo que alguém pudesse abrir a porta a qualquer momento; enquanto Langa, ainda no chão, puxou para si a própria prancha de skate sobre o colo com as rodas para cima, como se estivesse analisando os trucks.

Boa ideia, refletiu Reki um tempo depois ao perceber que o canadense estava tentando agir com naturalidade caso alguém aparecesse. O ruivo se apegou ao objeto mais próximo de si, a revista que estava mostrando a Langa, e colocou sobre a ereção que marcava sua calça (será que havia sido essa a razão de Langa estar com o skate no colo?).

Os dois nem ao menos tiveram tempo de dizer alguma coisa ao outro, quando a porta do quarto de Reki foi aberta de maneira brusca, revelando Koyomi, que parecia estar analisando o ambiente e principalmente os dois garotos ali dentro.

— Ahh, oni-san, achava que você não estava em casa. Oi Langa.

— Oi Koyomi — respondeu Langa, com a voz calma.

— Estava mostrando um artigo com manobras de snowboard para Langa me ajudar a adaptar para o skate que nem notei que vocês tinham chegado — Reki, diferente de Langa, respondeu de maneira apressada. Mesmo que aquilo fosse quase o seu normal, ainda parecia forçado.

— Hum, entendi... — ela desviou o olhar para outro canto do quarto. — Por que você está sem sua faixa e seu cabelo está todo, bem, como se tivesse explodido?

Droga, pensou Reki enquanto passava a mão em algumas das mechas, ia falar para Langa deixar seu cabelo em paz.

— Nada demais, fiquei muito suado andando de skate e tirei a faixa.

Koyomi observou os dois como se não tivesse acreditado nem um pouco no que o irmão disse, mas ao mesmo tempo, não estava com paciência para tentar arrancar o que de fato estava acontecendo.

— Hum, de boa — ela disse dando de ombros e fechando a porta, deixando os dois novamente sozinhos.

— Nossa, essa foi por pouco — comentou Reki, ainda um pouco envergonhado para encarar Langa.

— Me desculpe, Reki — disse Langa.

— Ei cara, não tem por que se desculpar. Já que eu também... — o ruivo achou melhor fechar a boca. — Deixa para lá, você quer ficar para jantar?

— Acho que hoje não, talvez outro dia.

Reki nem ficou muito decepcionado ou imaginando que o canadense estaria fugindo da situação que os dois acabaram de passar, afinal sabia que naquele dia a mãe de Langa não faria plantão no trabalho, e como o canadense se importava muito com a mãe, buscava sempre estar em casa nessas situações.

— Ah sem problema — ao perceber que seu corpo tinha "relaxado" ele se levantou, saindo do quarto com o canadense logo atrás, encontrando com Masae perto da porta da cozinha.

— Langa, não sabia que estava aqui — disse a mãe de Reki surpresa, pegando um avental para começar a preparar o jantar. — Não quer se juntar a nós, querido?

— Já perguntei a ele, mãe — respondeu Reki encostado no batente.

— Desculpe Sra. Kyan, mas logo mais minha mãe deve chegar em casa, então hoje vou jantar com ela.

O ruivo pensou que aquilo seria o mais seguro no momento, ainda não estava conseguindo pensar direito, mas acreditava que seria melhor para si mesmo e para Langa se o canadense não dormisse ali.

— Está bem, fica para próxima então — concordou Masae.

— Até mais, Sra. Kyan — cumprimentou Langa, enquanto terminava de calçar os tênis, sendo seguido por Reki que o acompanharia até o portão da frente.

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