Capítulo 14

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A semana começou, Reki, como tinha tornado um hábito, saiu cedo de casa para encontrar com Langa na esquina. 

— Bom dia, Langa — ele inclinou a mão para o cumprimento deles. 

— Bom dia, Reki. 

O símbolo do infinito completou o gesto deles, para logo depois o canadense conferir se havia alguém por perto antes de depositar um selinho rápido nos lábios de Reki. 

— Vamos? 

— Sim. 

Mantendo-se um ao lado do outro, eles seguiram o caminho em direção a escola. Como chegaram no horário normal, já tinha alguns colegas lá. Quando Reki e Langa se encaminharam para suas carteiras no fundo da sala, o ruivo percebeu um rabo de cavalo familiar. 

Imai Akane se virou para os dois com um sorriso no rosto, mas a expressão dela parecia meio... estranha. 

— Bom dia, Hasegawa-san e Kyan-san — ao dizer o nome de Reki, a voz dela mudou para um tom travesso. — Tiveram um bom final de semana? Aproveitaram bastante? 

Langa, que não parecia ter percebido o sorriso e o tom de voz da colega, deu um sorriso gentil e respondeu com educação. 

— Sim. Akane-san, tivemos um ótimo fim de semana. 

— Que bom! — ela deu um tapinha nas costas do ruivo, mantendo a voz animada, mas sem transmitir mais tanta malícia e travessura na voz, já que percebeu o tom de vermelho nas bochechas do ruivo. — A gente se fala mais tarde, se der. 

A morena se afastou para conversar com outros colegas, permitindo que Reki pudesse ficar mais tranquilo. 

— Tudo bem, Reki? — estranhou Langa, dada a forma como o ruivo se comportou diante de Imai. 

— Tudo bem sim.

Reki tentou se acalmar, pela forma como Akane tinha agido quando os dois estavam na farmácia, ela não parecia ser o tipo de pessoa que ficaria espalhando informações pessoais sobre ele. Ao olhar para Langa, percebeu que o canadense analisava sua expressão. Foi então que ele se deu conta que não contou sobre o encontro com a morena no sábado. 

Sentado próximo a Langa, Reki falou em voz baixa sobre o que tinha acontecido. 

— Antes de chegar na sua casa, eu acabei encontrando Akane-san enquanto comprava as... hum.. coisas que usamos no sábado. E ela meio que desconfiava de nós. 

Langa ouvia com interesse, parecendo refletir sobre o que Reki disse. 

— Ahh... então deve ser por isso que ela foi a única garota da sala que nunca me pediu para ser namorado dela. Porque ela já sabia da gente. 

— Ou porque ela já tenha namorado, né seu convencido — ele deu um peteleco na testa do canadense. — Mesmo que no começo eu tenha sentido muita vergonha dela me ver lá e imaginar um monte de coisas, depois eu fiquei mais tranquilo. Foi bom perceber que há pessoas como ela por aí. 

— Pessoas como ela? 

— Que não nos julgam. Que não se importam com nossas escolhas, ou que até mesmo nos apoiam. Você sabe que no Japão há muita gente que acha errado o que estamos fazendo. 

— Não me importo com essas pessoas. Me importo com nossas famílias, amigos e com pessoas como a Akane-san, que são gentis; mas sobretudo, me importo com você, Reki. 

Reki, como sempre, ficou mais tranquilo por estar com Langa. Depois disso, falaram de assuntos mais comuns até o professor do primeiro período chegar. 

Um Conto de Fadas RadicalOnde histórias criam vida. Descubra agora