Capítulo 15

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No dia seguinte, Nanako Hasegawa já estava com tudo pronto para a viagem da empresa, Langa apenas ajudava a mãe a carregar a mala até a sala.

— Mãe, esse simpósio não é só por três dias? Você parece estar levando bagagem para um mês.

— Querido, eu gosto de viajar preparada — ela pegou a bolsa no sofá e olhou ao redor. — Muito bem, a geladeira está cheia, você já está com um dinheiro reserva para emergências ou se vocês quiserem uma pizza ou qualquer outra coisa...

— E logo mais o Reki estará aqui...

— Que bom que o Reki virá. Se divertir com os amigos é sempre legal. Se você quiser, pode chamar mais alguns amigos, desde que não vire uma festa, não vejo problema.

Nanako deu uma risada. Seu filho sempre foi tão comportado e nunca deu uma de adolescente rebelde que era difícil imaginar ele dando uma festa enquanto ela estava ausente.

— Só eu e Reki já será perfeito. A gente se encontra com nossos amigos quando for mais para andar de skate ou comer.

— Certo. Logo estarei de volta, mas lembre-se querido, qualquer coisa, é só me ligar que virei correndo, ok?

— Pode deixar. Espero que a senhora se divirta lá.

Após o tempo do táxi chegar, e de descerem a mala, a mãe de Langa foi embora, parecendo segurar o choro. Nanako sempre se preocupava muito com o filho, por isso Langa achava que, sabendo que ele não estaria sozinho, a mãe poderia aproveitar mais o simpósio.

Enquanto organizava um pouco a casa, a campainha tocou. Langa já sabia quem era.

— E aí cara — cumprimentou Reki ao entrar com uma sacola, o skate nos braços e a mochila. — Tia Nanako já foi?

— Sim, saiu ainda agora.

— Ah que coisa, queria dar tchau para ela... Mas olha, trouxe uns doces e minha mãe disse para trazer comida também.

— Comida nunca é demais.

— Ainda mais quando uma das pessoas que vai comer é você — riu Reki enquanto colocava as coisas que trouxe em cima da bancada e o canadense organizava na geladeira e nos armários da cozinha. — Então, tem alguns filmes que a gente pode assistir ou acompanhar a competição do circuito de Skate Street, acho que a etapa está em algum país da América Latina agora...

— A gente pode ver os filmes até a hora da competição, já que deve começar bem tarde, né?

— Então fechou.

Por conta de Reki não gostar de filmes de fantasmas e Langa não suportar ver sangue, mesmo em filme, os dois acabaram pegando gosto por filmes de aventura e comédia quando ficavam juntos dessa forma.

— Cara, a sua casa é tão tranquila, ainda mais sem a tia Nanako — comentou Reki enquanto tentava pegar um pouco de pipoca do balde que Langa mantinha próximo de si.

— Por isso gosto de ficar na sua casa, tudo lá é mais animado.

— Você quer dizer bagunçado, né seu besta.

Eles ficaram empurrando os ombros um do outro enquanto tentavam assistir o filme, só que ali estava tão confortável que o ruivo começou a se sentir sonolento. Antes que se desse conta, já estava pescando e perdendo partes do filme, quando finalmente caiu no sono sobre o ombro de Langa.

O problema é que mesmo em meio a sonhos, parecia que Reki não conseguia parar de desejar Langa. O ruivo sentia seu corpo esquentar e também um aperto próximo a sua cintura. Até que ele acordou com um suspiro alto, encontrando Langa de pé, já que o filme tinha acabado e ele estava indo lavar a tigela da pipoca.

Um Conto de Fadas RadicalOnde histórias criam vida. Descubra agora