Capítulo XI

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O amor não é perfeito,

precisamos aprender a aceitar

nossos erros.

POV SERKAN

Quando jurei a mim mesmo vingar a morte do meu pai tracei planos me minha mente para fazer de tudo de uma forma justa.

Ali perdi um pai, mas também uma mãe que desde esse dia se enclausurou em casa se fechando para o mundo e esquecendo que tinha um filho para cuidar, minha companhia sempre foi Seyfi e o meu cão Sirius, fui obrigado de certa forma a crescer rápido.

Tornei numa pessoa fria, perfeccionista de certa forma, uma pessoa que apenas pensa em si próprio e mais nada ao seu redor existe, uma pessoa que nunca teve atenção nem carinho dado por sua família, nunca soube o que foi isso.

Vivi durante muitos anos como se fosse uma espécie de óscar para a minha mãe, que tinha como sonho me ver casado com a filha da sua amiga, afim de manter o bom nome da família e claro o seu lugar na alta sociedade ainda que não se importasse comigo de alguma forma.

De forma a levar o meu objectivo a bom porto, cedi a tudo o que a minha mãe pretendia de mim, noivei com a imaculada Ayse, a mulher mais fútil que vocês podem imaginar que apenas se importa em aparecer nas revistas sociais como a noiva do maior arquiteto condecorado Serkan Bolat, mas cheguei a um ponto da já não suportar mais suas atitudes fúteis e cansado de todo o fingimento que vinha tendo nos últimos tempos decidi acabar o meu noivado.

Comecei de certa forma a evitar ser visto com ela ou a frequentar espaços onde ela pudesse estar assim seria bem mais fácil anunciar a separação. Cerca de um mês antes de ir à festa de Ömer, pedi a Ferit para fazer o comunicado oficial da minha separação, não pretendia ter mais nenhum laço com aquela mulher.

Ömer quando soube da minha separação quase que me obrigou a ir a sua festa de lançamento como forma de me divertir e poder respirar um pouco dessa mulher, já que ele não gostava dela.

Usei aquela festa como meio de aparecer após o final da relação não sabendo eu que essa mesma festa me marcaria para sempre.

Naquela festa um anjo apareceu a minha frente em forma de pessoa e me proporcionou uma das melhores noites de sempre em toda a minha vida.

Uma noite que me fez sentir vivo e me sentir homem, ela era sem dúvida perfeita e forte.

Mas as palavras que Ömer me havia dito fizeram minhas inseguranças que sempre existiram levantar barreiras e tratar de maneira fria a mulher pela qual meu coração se acorrentou.

A forma como seus olhos lindos me olhavam enquanto eu pronunciava as palavras que me torturavam, ela gritava que se existia antes de mim iria continuar a existir, confesso que ela tinha razão.

Eu não era nada comparado com ela, ela tinha mais para oferecer e merecia que o mundo lhe caísse a seus pés pois a sua força era algo inatingível a qualquer uma que possa entrar em sua vida.

Recordar aquela noite era algo assustador para mim, mas ao mesmo tempo aconchegante pois foi naquela noite que minha vida mudou de uma maneira que nunca mais seria igual.

Desde que tinha terminado com Ayşe nunca mais havia permitido que uma mulher entrasse em minha vida até aquela noite.

A noite que mudou para sempre o meu ser, a noite que deixou marcas profundas em meu coração, a noite que sempre lembro com um sorriso no rosto e um aperto em meu coração.

A partir dessa noite eu funcionava em modo automático pois não queria apagar as boas memórias que haviam ficado, não poderia deixar de sentir seu cheiro ao meu redor, eu pensava que se reagisse a alguma coisa, a imagem que tinha dela ia desaparecendo.

Um lenço era tudo o que tinha como recordação da mais maravilhosa noite que havia passado, seu cheiro ainda durava mesmo após estes anos, a imagem que meu cérebro guardou foi a tatuagem feita em seu ombro direito com orquídeas

Confesso que ainda tentei apagar as lembranças que teimavam em doer, mas sem sucesso, tentei me envolver com outras mulheres, mas quando tentava ir mais fundo nesse envolvimento não era capaz. Não me questionam o porquê, mas minha cabeça e meu coração não era capazes de avançar.

Recordar aquela noite era algo assustador, mas ao mesmo tempo aconchegante, foi naquela noite que a minha vida mudou de uma maneira que jamais será igual.

Hoje olhando para trás e revendo a pessoa posso afirmar que me apaixonei à primeira vista naquela noite.

Um amor puro, sincero, mágico e real, foi ali que me senti vivo, foi ali que me senti acarinhado pela primeira vez.

Meu coração hoje voltou a bater de forma contínua e acelerada com sua presença, os sinais estavam lá, mas eu não quis ver quando a revi após dois anos.

Agora entendo o porque de ter chegado ao quarto e não conseguir tira la da minha cabeça de forma alguma pois meu coração batia por ela, meu coração me dava o sinal para eu ver com clareza o que tinha acontecido, o acaso é um destino que atende por coincidência e neste caso foi o que acabou mesmo por acontecer sem plano.

Os dias negros que passei desde aquela manhã voltam a ser coloridos desde que vi.

Ela é perfeita, tudo nela é perfeito, quando tomei a decisão de me afastar naquela manhã foi por não saber lidar com tamanha perfeição, pois eu não era digno dela e nunca seria.

As palavras que proferi naquela manhã dilaceraram meu coração, talvez tenha cometido o maior erro de toda a minha vida, mas agora talvez a vida se esteja a encarregar de me dar hipótese de o reparar.

O desejo, a paixão e a forma tão intensa que me foi permitida viver me dá até hoje uma angústia sinto minha dor dilacerar meu coração pois nestes dois anos várias foram as vezes que recordei cada beijo seu, cada toque, cada caricia.

Li uma vez em algum lado o seguinte,

"todos nós temos a nossa máquina do tempo, algumas nos levam para trás, são as chamadas de memória, outras no levam no tempo para a frente são chamados de sonhos, será que me devo permitir viver novamente o que um dia vivi tão intensamente da forma mais bonita e angelical", o medo de a magoar novamente era algo que me assustava.

O beijo que hoje me permitir lhe dar me provou de alguma maneira que ela sente o mesmo que eu, mas a sua forma de reagir me dava medo de avançar.

Eu precisava de falar com ela e lutar por ela, tinha ali uma segunda chance de redimir do mal que lhe possa ter feito e de fazer tudo de maneira diferente.

De certa forma a minha viagem a Mardin ficará marcada mesmo que posso vir a perder este negócio tenho a certa que irei conquistar a mulher da minha vida e pela qual darei o mundo para que seja minha de novo, prometendo estar ao seu lado e jamais a abandonar.

Lembro-me da conversa que tive com Ömer dias depois do sucedido, onde ele me disse o seguinte, "quando um homem aprende a amar, ele deve suportar o risco de ser odiado, pois nem tudo é bonito quando se está apaixonado", estas palavras hoje fazem me pensar em lutar mesmo que ela me não queira.

Ao procurar em minha mente várias formas de evitar o que não pode ser evitado, não encontrei nenhuma que fosse plausível pois de certa forma, o destino casual seja ele qual for já está marcado e daqui para a frente teremos de o enfrentar mesmo com o maior receio que possamos ter.

Após pensar em tudo o que havia acontecido em minha vida nas últimas horas decido sair do meu quarto, afim de procurar por ela em algum lugar do hotel.

Mas a cena que me deparo deixa o meu coração apertado de uma forma que em puro instinto decido correr para a salvar dali.

O que será que Serkan viu? O que terá acontecido a Eda? O instinto de um homem apaixonado nunca se engana?

Espero que gostem deste capitulo, espero ansiosa pelos vossos surtos e teorias para o próximo capítulo....
Vamos interagir pelo twitter, vamos de mini maratona, se atingirem a meta eu lanço o próximo e último capítulo.

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A verdade por trás de um escândaloOnde histórias criam vida. Descubra agora